Desafio Weekend 02 – História – Idade Média - 01/04/2022

02 de abril de 2022

MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM

  • COMPETÊNCIA DE ÁREA  1

Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.

  • HABILIDADES

H1 – Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

H2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.

H3 – Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.

H4 – Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.

QUESTÃO 01  

(ENEM/2021-Adaptada) Leia o texto a seguir.

Nem guerras, nem revoltas.  Os incêndios eram o mais frequente tormento da vida urbana no Regnum Italicum. Entre 880 e 1080, as cidades estiveram constantemente entregues ao apetite das chamas. A certa altura, a documentação parece vencer pela insistência do vocabulário, levando até o leitor mais crítico a cogitar que os  medievais tinham razão ao tratar aqueles acontecimentos como castigos que antecediam o julgamento final. Como um quinto cavaleiro apocalíptico, o incêndio agia ao feitio da peste ou da fome: vagando mundo afora, retornava de tempos em tempos e expurgava justos e pecadores num tormento derradeiro, como insistiam os textos do século X. O impacto acarretado sobre as relações sociais era imediato e prolongava-se para além da destruição material. As medidas proclamadas pelas autoridades faziam mais do que reparar os danos e reconstruir a paisagem: elas convertiam a devastação em uma ocasião para alterar e expandir não só a topografia urbana, mas as práticas sociais até então vigentes.

RUST, L. D. Uma calamidade insaciável. Rev. Bras. Hist., n. 72, maio-ago. 2016 (adaptado).

De acordo com o texto, a catástrofe descrita impactava as sociedades medievais por proporcionar a

(A) correção dos métodos preventivos e das regras sanitárias.
(B) revelação do descaso público e das degradações ambientais.
(C) transformação do imaginário popular e das crenças religiosas.
(D) remodelação dos sistemas políticos e das administrações locais.
(E) reconfiguração dos espaços ocupados e das dinâmicas comunitárias.

QUESTÃO 02   

(ENEM/2021-Adaptada) Leia o texto a seguir.

Desde o século XII que a cristandade ocidental era agitada pelo desafio lançado pela cultura profana – a dos romances de cavalaria, mas também a cultura folclórica dos camponeses e igualmente a dos citadinos, de caráter mais jurídico – à cultura eclesiástica, cujo veículo era o latim. Francisco de Assis veio alterar a situação, propondo aos seus ouvintes uma mensagem acessível a todos e, simultaneamente, enobrecendo a língua vulgar através do seu uso na religião.

VAUCHEZ, A. A espiritualidade da Idade Média Ocidental, séc. VIII-XIII. Lisboa: Estampa, 1995.

O comportamento desse religioso demonstra uma preocupação com as características assumidas pela Igreja e com as desigualdades sociais compartilhada no seu tempo pelos/as

(A) senhores feudais.
(B) movimentos heréticos.
(C) integrantes das Cruzadas.
(D) corporações de ofícios.
(E) universidades medievais.

QUESTÃO 03   

(ENEM/2021-Adaptada) Leia o texto a seguir.

É preciso usar de violência e rebater varonilmente os apetites dos sentidos sem atender ao que a carne quer ou não quer, mas trabalhando por sujeitá-la ao espírito, ainda que se revolte. Cumpre castigá-la e curvá-la à sujeição, a tal ponto que esteja disposta para tudo, sabendo contentar-se com pouco e deleitar-se com a simplicidade, sem resmungar por qualquer incômodo.

KEMPIS, T. Imitação de Cristo. Petrópolis (RJ): Vozes, 2015.

Qual característica do ascetismo medieval é destacada no texto?

(A) Exaltação do ritualismo litúrgico.
(B) Afirmação do pensamento racional.
(C) Desqualificação da atividade laboral.
(D) Condenação da alimentação impura.
(E) Desvalorização da materialidade corpórea.

QUESTÃO 04   

(ENEM/2020-Adaptada) Leia o texto a seguir.

Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava na sala de jantar. Na pequena célula cristã, dividia-se a refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam e liam cartas de correligionários residentes em locais diferentes do Império Romano (século II da Era Cristã). Esse ambiente garantia peculiar apoio emocional às experiências intensamente individuais que abrigava.

SENNET, R. Carne e pedra. Rio de Janeiro: Record. 2008.

Um motivo que explica a ambientação da prática descrita no texto encontra-se no/a

(A) regra judaica, que pregava a superioridade espiritual dos cultos das sinagogas.
(B) moralismo da legislação, que dificultava as reuniões abertas da juventude livre.
(C) adesão do patriarcado, que subvertia o conceito original dos valores estrangeiros.
(D) decisão política, que censurava as manifestações públicas da doutrina dissidente.
(E) violência senhorial, que impunha
a desestruturação forçada das famílias escravas.

QUESTÃO 05   

(ENEM/2018-Adaptada) Leia o texto a seguir.

A existência em Jerusalém de um hospital voltado para o alojamento e o cuidado dos peregrinos, assim como daqueles entre eles que estavam cansados ou doentes, fortaleceu o elo entre a obra de assistência e de caridade e a Terra Santa. Ao fazer, em 1113, do Hospital de Jerusalém um estabelecimento central da ordem, Pascoal II estimulava a filiação dos hospitalários do Ocidente a ele, sobretudo daqueles que estavam ligados à peregrinação na Terra Santa ou em outro lugar. A militarização do Hospital de Jerusalém não diminuiu a vocação caritativa primitiva, mas a fortaleceu.

DEMURGER, A. Os Cavaleiros de Cristo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002 (adaptado).

O acontecimento descrito vincula-se a qual fenômeno ocidental?

(A) O surgimento do monasticismo guerreiro, ocasionado pelas cruzadas.
(B) A descentralização do poder eclesiástico, produzida pelo feudalismo.
(C) O alastramento da peste bubônica, provocado pela expansão comercial.
(D) A afirmação da fraternidade mendicante, estimulada pela reforma espiritual.
(E) A criação das faculdades de medicina, promovida pelo renascimento urbano.