Semana 26 – Educação Física – Práticas corporais e cultura corporal - 19/10/2021

19 de outubro de 2021

QUESTÃO 01  

(ENEM/2019) Nos Jogos dos Povos Indígenas, observa-se que as práticas corporais realizadas envolvem elementos tradicionais (como as pinturas e adornos corporais) e modernos (como a regulamentação, a fiscalização e a padronização). O arco e flecha e a lança, por exemplo, são instrumentos tradicionalmente utilizados para a caça e a defesa da comunidade na aldeia. Na ocasião do evento, esses artefatos foram produzidos pela própria etnia, porém sua estruturação como “modalidade esportiva” promoveu uma semelhança entre as técnicas apresentadas, com o sentido único da competição.

ALMEIDA, A. J. M.; SUASSUNA, D. M. F. A. Esporte e cultura: análise acerca da esportivização de práticas corporais nos jogos indígenas. Pensar a prática, n. 1, jan.-abr. 2010 (adaptado).

A relação entre os elementos tradicionais e modernos nos Jogos dos Povos Indígenas desencadeou a

(A) padronização de pinturas e adornos corporais.
(B) sobreposição de elementos tradicionais sobre os modernos.
(C) individuação das técnicas apresentadas em diferentes modalidades.
(D) legitimação das práticas corporais indígenas como modalidade esportiva.
(E) preservação dos significados próprios das práticas corporais em cada cultura.

QUESTÃO 02  

(ENEM/2017-adaptada) A ascensão social por meio do esporte mexe com o imaginário das pessoas, pois em poucos anos um adolescente pode se tornar milionário caso tenha um bom desempenho esportivo. Muitos meninos de famílias pobres jogam com o objetivo de conseguir dinheiro para oferecer uma boa qualidade de vida à família. Isso aproximou mais ainda o futebol das camadas mais pobres da sociedade, tornando-o cada vez mais popular.

Acontece que esses jovens sonham com fama e dinheiro, enxergando no futebol o único caminho possível para o sucesso. No entanto, eles não sabem da grande dificuldade que existe no início dessa jornada em que a minoria alcança a carreira profissional. Esses garotos abandonam a escola pela ilusão de vencer no futebol, à qual a maioria sucumbe.

O caminho até o profissionalismo acontece por meio de um longo processo seletivo que os jovens têm de percorrer. Caso não seja selecionado, esse atleta poderá ter que abandonar a carreira involuntariamente por falta de uma equipe que o acolha. Alguns podem acabar em subempregos, à margem da sociedade, ou até mesmo em vícios decorrentes desse fracasso e dessa desilusão. Isso acontece porque no auge da sua formação escolar e na condição juvenil de desenvolvimento, eles não se preparam e não são devidamente orientados para buscar alternativas de experiências mais amplas de ocupação fora e além do futebol.

BALZANO, O. N.; MORAIS, J. S. A formação do jogador de futebol e sua relação com a escola. EFDeportes, n. 172, set. 2012 (adaptado).

Ao abordar o fato de, no Brasil, muitos jovens depositarem suas esperanças de futuro no futebol, o texto critica o/a

(A) despreparo dos jogadores de futebol para ajudarem suas famílias a superar a miséria.
(B) garantia de ascensão social dos jovens pela carreira de jogador de futebol.
(C) falta de investimento dos clubes para que os atletas possam atuar profissionalmente e viver do futebol.
(D) investimento reduzido dos atletas profissionais em sua formação escolar, gerando frustração e desilusão profissional no esporte.
(E) despreocupação dos sujeitos com uma formação paralela à esportiva, para habilitá-los a atuar em outros setores da vida.

QUESTÃO 03  

(ENEM/2017-adaptada) No esporte-participação ou esporte popular, a manifestação ocorre no princípio do prazer lúdico, que tem como finalidade o bem-estar social dos seus participantes. Está associado intimamente com o lazer e o tempo livre e ocorre em espaços não comprometidos com o tempo e fora das obrigações da vida diária. Tem como propósitos a descontração, a diversão, o desenvolvimento pessoal e o relacionamento com as pessoas. Pode-se afirmar que o esporte-participação, por ser a dimensão social do esporte mais inter-relacionada com os caminhos democráticos, equilibra o quadro de desigualdades de oportunidades esportivas encontrado na dimensão esporte-performance. Enquanto o esporte-performance só permite sucesso aos talentos ou àqueles que tiveram condições, o esporte-participação favorece o prazer a todos que dele desejarem tomar parte.

GODTSFRIEDT, J. Esporte e sua relação com a sociedade: uma síntese bibliográfica. EFDeportes, n. 142, mar. 2010.

O sentido de esporte-participação construído no texto está fundamentalmente presente nos/nas

(A) Jogos Olímpicos, uma vez que reúnem diversos países na disputa de diferentes modalidades esportivas.
(B) competições de esportes individuais, uma vez que o sucesso de um indivíduo incentiva a participação dos demais.
(C) campeonatos oficiais de futebol, regionais e nacionais, por se tratar de uma modalidade esportiva muito popular no país.
(D) competições promovidas pelas federações e confederações, cujo objetivo é a formação e a descoberta de talentos.
(E) modalidades esportivas adaptadas, cujo objetivo é o maior engajamento dos cidadãos.

QUESTÃO 04  

(ENEM/2014-adaptada) A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. Ao mesmo tempo em que o esporte se tornou indústria, foi desterrando a beleza que nasce da alegria de jogar só pelo prazer de jogar. Neste mundo do fim do século, o futebol profissional condena o que é inútil, o que não é rentável, ninguém ganha nada com esta loucura que faz com que o homem seja menino por um momento, jogando como menino que brinca com o balão de gás e como o gato que brinca com o novelo de lã: bailarino que dança com uma bola leve como o balão que sobe ao ar e o novelo que roda, jogando sem saber que joga, sem motivo, sem relógio e sem juiz. O jogo se transformou em espetáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia do esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia.

GALEANO, E. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: L&PM, 1995.

As transformações que marcam a trajetória histórica do futebol, especialmente aquelas identificadas no texto, se caracterizam pelo/a

(A) redução dos níveis de competitividade, o que tornou o futebol um esporte mais organizado e mundialmente conhecido.
(B) processo de mercadização e espetaculização que tem possibilitado o crescimento do número dos praticantes e dos espaços usados para sua prática.
(C) redução às formas mais padronizadas, seguida de uma crescente tendência ao aparecimento de regionalismos na forma de vivenciar a prática do futebol.
(D) tendência de desaparecimento de sentidos sociais e estéticos, característicos nos jogos e nas brincadeiras populares.
(E) processo de espetaculização e elevação dos indicadores estéticos do futebol, resultado da aplicação dos avanços científicos e tecnológicos.

QUESTÃO 05  

(ENEM/2015-adaptada) Organizados pelo Comitê Intertribal Indígena, com apoio do Ministério dos Esportes, os Jogos dos Povos Indígenas têm o seguinte mote: “O importante não é competir, e sim, celebrar”. A proposta é recente, já que a primeira edição dos jogos ocorreu em 1996, e tem como objetivo a integração das diferentes tribos, assim como o resgate e a celebração dessas culturas tradicionais. A edição dos jogos de 2003, por exemplo, teve a participação de sessenta etnias, dentre elas os kaiowá, guarani, bororo, pataxó e yanomami. A última edição ocorreu em 2009, e foi a décima vez que o torneio foi realizado. A periodicidade dos jogos é anual, com exceção do intervalo ocorrido em 1997, 1998, 2006 e 2008, quando não houve edições.

RONDINELLI, P. Jogos dos povos indígenas. Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 15 ago. 2013.

Considerando o texto, os Jogos dos Povos Indígenas assemelham-se aos Jogos Olímpicos em relação à

(A) quantificação de medalhas e vitórias.
(B) melhora de resultados e performance.
(C) realização anual dos eventos e festejos.
(D) renovação de técnicas e táticas esportivas.
(E) aproximação de diferentes sujeitos e culturas.

QUESTÃO 06  

(ENEM/2018) A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. […] O jogo se transformou em espetáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia do esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia. Por sorte ainda aparece nos campos, […] algum atrevido que sai do roteiro e comete o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade.

GALEANO, E. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: L&PM, 1995 (adaptado).

O texto indica que as mudanças nas práticas corporais, especificamente no futebol:

(A) fomentaram uma tecnocracia, promovendo uma vivência mais lúdica e irreverente.
(B) promoveram o surgimento de atletas mais habilidosos, para que fossem inovadores.
(C) incentivaram a associação dessa manifestação à fruição, favorecendo o improviso.
(D) tornaram a modalidade em um produto a ser consumido, negando sua dimensão criativa.
(E) contribuíram para esse esporte ter mais jogadores, bem como acompanhado de torcedores.

QUESTÃO 07   

(ENEM/2002) Em 1958, a seleção brasileira foi campeã mundial pela primeira vez. O texto foi extraído da crônica “A alegria de ser brasileiro”, do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo jornal Última Hora.

“Agora, com a chegada da equipe imortal, as lágrimas rolam. Convenhamos que a seleção as merece. Merece por tudo: não só pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais já contemplaram, como também pelo seu maravilhoso índice disciplinar. Até este Campeonato, o brasileiro julgava-se um cafajeste nato e hereditário. Olhava o inglês e tinha-lhe inveja. Achava o inglês o sujeito mais fino, mais sóbrio, de uma polidez e de uma cerimônia inenarráveis. E, súbito, há o Mundial. Todo mundo baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, britânicos, alemães, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca. Só o brasileiro se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade. Então, se verificou o seguinte: o inglês, tal como o concebíamos, não existe. O único inglês que apareceu no Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha […], vamos sentar no meio-fio e chorar. Porque é uma alegria ser brasileiro, amigos”.

Além de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento dos jogadores dentro do campo

(A) foi prejudicial para a equipe e quase pôs a perder a conquista da Copa do Mundo.
(B) mostrou que os brasileiros tinham as mesmas qualidades que admiravam nos europeus, principalmente nos ingleses.
(C) ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em relação aos europeus, o que os impediu de revidar as agressões sofridas.
(D) mostrou que o choro poderia aliviar o sentimento de que os europeus eram superiores aos brasileiros.
(E) mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que não respeitavam os limites da esportividade.

QUESTÃO 08   

(ENEM-PPL/2016-adaptada) Leia o texto a seguir.

É uma partida de futebol

A bandeira no estádio é um estandarte
A flâmula pendurada na parede do quarto
O distintivo na camisa do uniforme
Que coisa linda é uma partida de futebol

Posso morrer pelo meu time
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar se ele não ganhar
Mas se ele ganha, não adianta

Não há garganta que não pare de berrar

REIS, N.; ROSA, 3. Samba poconé. São Paulo: Sony, 1996 (fragmento).

No Brasil, além de um esporte de competição, o futebol é um meio de interação social que desperta paixão nas pessoas. No trecho da letra da canção, esse esporte é apresentado como um(a)

(A) modalidade esportiva técnica.
(B) forma de controle da violência.
(C) esporte organizado com regras.
(D) elemento da identidade nacional.
(E) fator de alienação social do povo.

QUESTÃO 10 

(ENEM-PPL/2019-adaptada) Leia o texto a seguir.

Há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. O jogo de tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo como bolha de sabão. O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha, sempre perde.

Já no frescobol é diferente. O sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois sabe-se que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. Assim cresce o amor. Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim…

ALVES, R. Tênis X Frescobol. As melhores crônicas de Rubem Alves. Campinas: Papirus, 2012.

O texto de Rubem Alves faz uma analogia entre dois jogos que utilizam raquetes e as diferentes formas de as pessoas se relacionarem afetivamente, de modo que o

(A) tênis indica um jogo em que a cooperação predomina, o que representa o distanciamento na relação entre as pessoas.
(B) tênis indica um jogo em que a competição é predominante, o que representa um sonho comum no relacionamento entre pessoas.
(C) frescobol indica um jogo em que a cooperação prevalece, o que simboliza o compartilhamento de sonhos entre as pessoas no relacionamento.
(D) frescobol indica um jogo em que a competição prevalece, o que simboliza um relacionamento em que uma pessoa busca destruir o sonho da outra.
(E) frescobol e o tênis indicam, respectivamente, situações de competição e cooperação, o que ilustra os diferentes sonhos das pessoas no relacionamento.

GABARITO

Questão 01 – D
Questão 02 – E

Questão 03 – E
Questão 04 – D
Questão 05 – E
Questão 06 – D
Questão 07 – B
Questão 08 – D
Questão 09 – A
Questão 10 – C