Língua Portuguesa – 3ª Série – 2ª Recomposição das Aprendizagens - 16/05/2022

16 de maio de 2022

  • HABILIDADES

– Inferir o sentido de uma palavra ou expressão a partir de um contexto.

Estabelecer relações entre o texto e o contexto histórico, social e político de sua produção.

  • IMPORTANTE

Este bloco pretende avaliar a habilidade do(a) estudante em reconhecer, entre os vários significados de uma palavra ou expressão, a partir do contexto em que foi empregada, ou seja, o(a) estudante deve ser capaz de identificar, com base no contexto, por que determinada palavra ou expressão foi escolhida em detrimento de outra, sobretudo no gênero textual “poema”, tendo em vista o trabalho com a linguagem figurada.

Por outro lado, é preciso considerar que o contexto de produção e circulação de qualquer texto é essencial para a construção do discurso e para que esse texto cumpra sua finalidade comunicativa.

Assim, o contexto são todas as informações que acompanham o texto, modo pelo qual as ideias se encadeiam no discurso. Sendo assim, o contexto corresponde ao ambiente físico ou situacional e pode ser uma referência histórica, social, cultural, familiar. Para compreendermos a mensagem de um texto, precisamos estar a par do contexto ao qual pertence.

Leia o poema “Romance II ou Do Ouro Incansável, de Cecília Meireles, e responda às atividades 01 a 03.

Mil bateias vão rodando
sobre córregos escuros;
a terra vai sendo aberta
por intermináveis sulcos;
infinitas galerias
penetram morros profundos.

De seu calmo esconderijo,
o ouro vem, dócil e ingênuo;
torna-se pó, folha, barra,
prestígio, poder, engenho…
É tão claro! – e turva tudo:
honra, amor e pensamento.

Borda flores nos vestidos,
sobe a opulentos altares,
traça palácios e pontes,
eleva os homens audazes,
e acende paixões que alastram
sinistras rivalidades.

Pelos córregos, definham
negros, a rodar bateias.
Morre-se de febre
e fome sobre a riqueza da terra:
uns querem metais luzentes,
outros, as redradas pedras.

Ladrões e contrabandistas
estão cercando os caminhos;
cada família disputa
privilégios mais antigos;
os impostos vão crescendo
e as cadeias vão subindo

Por ódio, cobiça, inveja,
vai sendo o inferno traçado.
Os reis querem seus tributos,
– mas não se encontram vassalos.
Mil bateias vão rodando,
mil bateias sem cansaço.

Mil galerias desabam;
mil homens ficam sepultos;
mil intrigas, mil enredos
prendem culpados e justos;
já ninguém dorme tranquilo,
que a noite é um mundo de sustos.

Descem fantasmas dos morros,
vêm alma’s dos cemitérios:
todos pedem ouro e prata,
e estendem punhos severos,
mas vão sendo fabricadas
muitas algemas de ferro.

Disponível em: http://gg.gg/112rf9. Acesso em: 10 maio 2022

01

A obra “Romanceiros da Inconfidência” de autoria da celebre Cecília Meireles, reúne, em sua composição, uma série de poemas românticos voltados para uma narrativa histórica medieval. O vasto conhecimento da autora sobre a realidade de Vila Rica, no período da Inconfidência, deu luz a uma gama de escritos populares, ligados ao período que marca gerações até os tempos atuais. Com base nessas informações, retome a leitura do poema sobre “Do Ouro Incansável” e explique o tema tratado neste poema da obra.

02

No poema “Do Ouro Incansável”, a autora, Cecília Meireles deixa evidente uma característica atemporal nos seus escritos. Justifique quais elementos do texto apontam essa característica atemporal no poema.

03

Observe os versos a seguir, retirados do poema “Do Ouro Incansável”, da obra ““Romanceiros da Inconfidência”, de Cecília Meireles, e comente que atividade econômica estimulou, demasiadamente, o comércio no período colonial.

[…]
De seu calmo esconderijo,
o ouro vem, dócil e ingênuo;
torna-se pó, folha, barra,
prestígio, poder, engenho…

É tão claro! – e turva tudo:
honra, amor e pensamento.
[…]

Leia o trecho da obra “Vidas Secas” de Graciliano Ramos, a seguir, e responda as atividades 4 a 7.

Mudança

Entrava dia e saía dia. As noites cobriam a terra de chofre. A tampa anilada baixava, escurecia, quebrada apenas pelas vermelhidões do poente. Miudinhos, perdidos no deserto queimado, os fugitivos agarraram-se, somaram as suas desgraças e os seus pavores. O coração de Fabiano bateu junto do coração de Sinhá Vitória, um abraço cansado aproximou os farrapos que os cobriam. Resistiram a fraqueza, afastaram-se envergonhados, sem ânimo de afrontar de novo a luz dura, receosos de perder a esperança que os alentava.

Iam-se amodorrando e foram despertados por Baleia, que trazia nos dentes um preá. Levantaram-se todos gritando. O menino mais velho esfregou as pálpebras, afastando pedaços de sonho. Sinhá Vitória beijava o focinho de Baleia, e como o focinho estava ensanguentado, lambia o sangue e tirava proveito do beijo. Aquilo era caça bem mesquinha, mas adiaria a morte do grupo. E Fabiano queria viver. Olhou o céu com resolução. A nuvem tinha crescido, agora cobria o morro inteiro. Fabiano pisou com segurança, esquecendo as rachaduras’ que lhe estragavam os dedos e os calcanhares.

Sinhá Vitória remexeu no baú, os meninos foram quebrar uma haste de alecrim para fazer um espeto. Baleia, o ouvido atento, o traseiro em repouso e as pernas da frente erguidas, vigiava, aguardando a parte que lhe iria tocar, provavelmente os ossos do bicho e talvez o couro.

Fabiano tomou a cuia, desceu a ladeira, encaminhou-se ao rio seco, achou no bebedouro dos animais um pouco de lama. Cavou a areia com as unhas, esperou que a água marejasse e, debruçando-se no chão, bebeu muito. Saciado, caiu de papo para cima, olhando as estrelas, que vinham nascendo.

Uma, duas, três, quatro, havia muitas estrelas, havia mais de cinco estrelas no céu. O poente cobria-se de cirros, e uma alegria doida enchia o coração de Fabiano. Pensou na família, sentiu fome. Caminhando, movia-se como uma coisa, para bem dizer não se diferençava muito da bolandeira de seu Tomás. Agora, deitado, apertava a barriga e batia os dentes. Que fim teria levado a bolandeira de seu Tomás?

Olhou o céu de novo. Os cirros acumulavam-se, a lua surgiu, grande e branca. Certamente ia chover.

Seu Tomás fugira também, com a seca, a bolandeira estava parada. E ele, Fabiano, era como a bolandeira.

Não sabia por que, mas era. Uma, duas, três, havia mais de cinco estrelas no céu. A lua estava cercada de um halo cor de leite. Ia chover. Bem. A catinga ressuscitaria, a semente do gado voltaria ao curral, ele, Fabiano, seria o vaqueiro daquela fazenda morta. Chocalhos de badalos de ossos animariam a. solidão. Os meninos, gordos, vermelhos, brincariam no chiqueiro das cabras, Sinhá Vitória vestiria saias de ramagens vistosas. As vacas povoariam o curral. E a catinga ficaria toda verde.

Lembrou-se dos filhos, da mulher e da cachorra, que estavam lá em cima, debaixo de um juazeiro, com sede. Lembrou-se do preá morto. Encheu a cuia, ergueu-se, afastou-se, lento, para não derramar a água salobra.

Subiu a ladeira. A aragem morna acudia os xiquexiques e os mandacarus. Uma palpitação nova. Sentiu um arrepio na catinga, uma ressurreição de garranchos e folhas secas.

Chegou. Pôs a cuia no chão, escorou-a com pedras, matou a sede da família. Em seguida acocorou-se, remexeu o aió, tirou o fuzil, acendeu as raízes de macambira, soprou-as, inchando as bochechas cavadas. Uma labareda tremeu, elevou-se, tingiu-lhe o rosto queimado, a barba ruiva, os olhos azuis. Minutos depois o preá torcia-se e chiava no espeto de alecrim.

Eram todos felizes. Sinhá Vitória vestiria uma saia larga de ramagens. A cara murcha de sinhá Vitória remoçaria, as nádegas bambas de Sinhá Vitória engrossariam, a roupa encarnada de Sinhá Vitória provocaria a inveja das outras caboclas.

A lua crescia, a sombra leitosa crescia, as estrelas foram esmorecendo naquela brancura que enchia a noite. Uma, duas, três, agora havia poucas estrelas no céu. Ali perto a nuvem escurecia o morro.

A fazenda renasceria, e ele, Fabiano, seria o vaqueiro, para bem dizer seria dono daquele mundo.

Os troços minguados ajuntavam-se no chão: a espingarda de pederneira, o aió, a cuia de água o baú de folha pintada. A fogueira estalava. O preá chiava em cima das brasas.

Uma ressurreição. As cores da saúde voltariam a cara triste de sinhá Vitória. Os meninos se espojariam na terra fofa do chiqueiro das cabras. Chocalhos tilintariam pelos arredores. A catinga ficaria verde.

Baleia agitava o rabo, olhando as brasas. E como não podia ocupar-se daquelas coisas, esperava com paciência a hora de mastigar os ossos.

Depois iria dormir.

[…]

Disponível em: https://tinyurl.com/szymucdk. Acesso em: 10 maio 2022

04

No trecho “Iam-se amodorrando e foram despertados por Baleia, que trazia nos dentes um preá. Levantaram-se todos gritando”, a palavra em destaque remete-se a uma informação dada anteriormente. Qual é essa informação?

05

Na frase “E ele, Fabiano, era como a bolandeira. Não sabia por que, mas era”. A palavra Fabiano está entre virgulas. Explique o uso delas.

06

Ao ler o texto, observa-se que o narrador demonstra preocupar-se, exclusivamente, com a seca, sem dar detalhes do cenário e do percurso o qual fazia a família de retirantes. Com base nas informações do texto, aponte se esse enunciado é falso ou verdadeiro. Justifique com informações do texto.

07

Com base no trecho lido da obra “Vidas Secas”, pode-se dizer que as personagens têm uma visão limitada e fragmentada do mundo? Comente.

  • HABILIDADES

Estabelecer relações entre as partes de um texto, identificando repetições ou substituições que continuem para a continuidade de um texto.

Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

   – Distinguir fato de opinião.

            Este bloco pretende avaliar a habilidade de o(a) estudante fazer a interligação entre as diferentes partes de um texto, as quais se entrelaçam e lhe conferem continuidade, de modo que essa rede de relações resulte em uma unidade, um todo coerente. Sendo assim, as atividades devem levar o(a) estudante a encontrar o nexo dessas partes, que podem estar ligadas por expressões repetidas ou que podem ser substituídas por pronomes, sinônimos, vocábulos, hiperônimos, conjunções, advérbios etc. Pretende-se avaliar a habilidade do(a) estudante em reconhecer as relações semânticas estabelecidas por expressões como conjunções, preposições, advérbios e respectivas locuções, para compreender a coerência de textos de diferentes gêneros textuais.

Leia o texto, a seguir, uma crônica de Carlos Drummond de Andrade, e responda às questões de 1 a 3.

Furto de Flor, de Carlos Drummond de Andrade

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.

Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.

Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.

Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.

Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me.

O Vestido Branco, de Clarice Lispector.

Acordei de madrugada desejando ter um vestido branco. E seria de gaze. Era um desejo intenso e lúcido. Acho que era a minha inocência que nunca parou. Alguns, bem sei, já até me disseram, me acham perigosa. Mas também sou inocente.

A vontade de me vestir de branco foi o que sempre me salvou. Sei, e talvez só eu e alguns saibam, que se tenho perigo tenho também uma pureza. E ela só é perigosa para quem tem perigo dentro de si.

A pureza de quem falo é límpida: até as coisas ruins a gente aceita. E têm um gosto de vestido branco de gaze. Talvez eu nunca venha a tê-lo, mas é como se tivesse, de tal modo se aprende a viver com o que tanto falta.

Também quero um vestido preto porque me deixa mais clara e faz a minha pureza sobressair. É mesmo pureza? O que é primitivo é pureza. O que é espontâneo é pureza. O que é ruim é pureza? Não sei, sei que às vezes a raiz do que é ruim é uma pureza que não pôde ser.

Acordei de madrugada com tanta intensidade por um vestido branco de gaze, que abri meu guarda-roupa. Tinha um branco, de pano grosso e decote arredondado. Grossura é pureza? Uma coisa sei: amor, por mais violento, é.

O Gavião, de Rubem Braga.

Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata pombas.

O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pomba come seu grão de milho.

Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e, também, o lance magnífico em que o gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador.

Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem.

Disponibilidade em: https://tinyurl.com/mtywvms. Acesso em:11 maio 2022.

01

No trecho “Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida”. O termo destacado faz referência a que palavra?

02

 Leia o texto a seguir.

“Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia”.

A conjunção “mas”, presente na frase tem sentido de

(A) oposição.
(B) adição.
(C) explicação.
(D) conclusão.
(E) inclusão.

03

Na frase “Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pomba come seu grão de milho”. O elemento destacado faz referência a

(A) inocência.
(B) gavião.
(C) grão de milho.
(D) pombinha.
(E) Rio de Janeiro.

Observe a charge a seguir.

Foram utilizadas, na charge acima, as palavras “vira e desvira”. Gramaticalmente, o que são essas palavras significam?

05

Leia o fragmento, a seguir, retirado da obra “Macunaíma” de Mario de Andrade.

Macunaíma elogia (ironicamente) nossos políticos:

“Enfim, senhoras Amazonas, heis de saber ainda que a estes progressos e luzida civilização, hão elevado esta grande cidade (São Paulo) os seus maiores, também chamados de políticos. Com este apelativo se designa uma raça refinadíssima de doutores, tão desconhecidos de vós, que os diríeis monstros. Monstros são, na verdade, mas na grandiosidade incomparável da audácia, da sapiência, da honestidade e da moral; e embora algo com os homens se pareçam, originam-se eles dos reais uirauaçus e muito pouco têm de humanos. Obedecem a todos a um imperador, chamado Papai Grande na gíria familiar, e que demora na oceânica cidade do Rio de Janeiro – a mais bela do mundo na opinião de todos os estrangeiros poetas, e que por meus olhos verifiquei.”

Disponível em: https://tinyurl.com/92ckatyz. Acesso em:11 maio 2022. (Adaptado)

Com base no fragmento lido, retire o trecho que explicita uma opinião.

06

Leia o texto a seguir.

VELOZES, FURIOSOS E BRASILEIROS

Cientistas encontram, pela primeira vez no país, o fossil de um megarraptor.

Paleontólogos comprovam: os megarraptores, dinossauros carnívoros que se caracterizam por sua agilidade e pela presença de garras imensas, estiveram no Brasil. A constatação foi possível graças à descoberta de um fóssil de dinossauro na Bacia de Bauru, que fica na região de São José do Rio Preto, São Paulo. Até então, esses répteis só haviam sido encontrados na Argentina, na Austrália e no Japão.

A pista encontrada é uma vértebra da cauda do animal. “Como encontramos só um osso, é difícil ter mais informações sobre esse megarraptor”, explica o paleontólogo Fabiano Iori, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “O legal é saber que eles passaram por aqui e que, em breve, poderemos encontrar novos ossos”, adiciona.

Para saber quem era o dono da vértebra, os cientistas compararam o osso com fósseis de megarraptores encontrados em outros lugares e viram várias características em comum. Uma delas é que a vértebra é um osso pneumático – tipo de osso com pequenos buracos que permitem a passagem de ar e deixam o esqueleto do animal mais leve, tornando-o mais ágil. Isso garantia aos dinossauros desse grupo a velocidade necessária para caçar os animais que lhe serviam de alimento

Ainda não é possível saber a que espécie de megarraptor o osso pertence, mas Fabiano aposta que ele convivia com outros bichos na Bacia de Bauru. “No mesmo sítio paleontológico, já encontramos muitos ossos de titanossaurídeos e vários dentes de abelissaurídeos, além de restos de crocodilos e tartarugas pré-históricas.”

Disponível em: https://tinyurl.com/ykp7cnm7. Aceso em: 11maio 2022. (Adaptado)

O trecho desse texto que apresenta uma opinião é:

(A) “…O legal é saber que eles passaram por aqui…”.(2º parágrafo)
(B) Para saber quem era o dono da vértebra, os cientistas compararam o osso […].(3º parágrafo)
(C) […]” explica o paleontólogo Fabiano Iori, da Universidade Federal do Rio de Janeiro”. (2º parágrafo)
(D) “A constatação foi possível graças à descoberta de um fóssil de dinossauro na Bacia de Bauru, que fica na região de São José do Rio Preto, São Paulo”.( 2º parágrafo
(E) “Como encontramos só um osso, é difícil ter mais informações sobre esse megarraptor.” […]. (2º parágrafo).

07

Observe a tirinha a seguir.

Disponível em:  https://tinyurl.com/4av58xnc. Acesso em: 11maio 2022

Descreva o fato que justifica a fala da personagem em relação ao menino Maluquinho e justifique.

  • HABILIDADES

–  Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador.

–  Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros textuais.

01

Leia o texto a seguir.

Resenha Literária do livro Capitães da Areia, de Jorge Amado (…)

            O romance Capitães da Areia, de Jorge Amado, foi publicado em 1937. O livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura. A partir de 1944, quando uma nova edição é lançada, entra para a história da literatura brasileira, assim como outros livros do autor, traduzidos para outros idiomas e adaptados para rádio, teatro e cinema. É um romance modernista, pertencente à segunda fase do Modernismo no Brasil (1930- 1945), também conhecida como Romance de 30 ou fase Neorrealista, cuja narrativa aparece fortemente vinculada às transformações políticas, sociais e econômicas do período.

            Pela primeira vez na história da literatura brasileira, um escritor denuncia de maneira panfletária – romântica, e paradoxalmente, socialista e realista – o problema dos menores abandonados e dos menores infratores que desafiavam a polícia e a própria sociedade. A abordagem romântica deve-se, exclusivamente, ao fato de o autor minimizar os delitos dos meninos e acentuar os defeitos da sociedade, nem mesmo a Igreja ficou livre da censura do autor. Por outro lado, Jorge Amado traz para discussão a problemática desses meninos que não tiveram a felicidade de ter uma família ou a felicidade de ser acolhidos pelo Estado que tinha (e ainda tem) a obrigação de defendê-los de qualquer tipo de marginalização. Capitães da Areia trata da problemática do menor abandonado e das suas consequências: a violência, a criminalidade, a discriminação e a prostituição.

         A narrativa inicia se com uma sequência de Cartas à Redação do Jornal da Tarde – Carta do Secretário do Chefe de Polícia; Carta do doutor Juiz de Menores; Carta de uma Mãe Costureira; Carta do Padre José Pedro; Carta do Diretor do Reformatório – a fim de debater as questões referentes a crianças que viviam do furto e infestavam a cidade. São apresentados, logo em seguida, três capítulos: “Sob a lua num velho trapiche abandonado”; “Noite de grande paz, da grande paz dos teus olhos”; Canção da Bahia, “Canção da Liberdade”.

         No primeiro capítulo, o leitor entra em contato com o universo dos meninos, suas tristes figuras e suas histórias de vida. As principais personagens são: Pedro Bala, um menino de quinze anos, que ganhou o direito de liderança, após uma “briga de foice”. Loiro, com uma cicatriz no rosto, passou a ser uma espécie de pai para os garotos. Tinha a autoridade necessária para liderar o grupo, agilidade e, acima de tudo, tornou-se um exemplo para aqueles meninos. O Professor era uma luz na escuridão… era ele quem lia histórias de marinheiros, de aventuras… Trazia para a realidade daqueles meninos a fantasia, que só a literatura poderia proporcionar. Gato era o malandro, usava sua esperteza para conseguir “se dar bem na vida”, é o explorador de mulheres. Sem-pernas era o ódio em pessoa. Desde pequeno aprendera a odiar a tudo e a todos, até mesmo quando amava. Fingia-se de órfão desamparado e se aproveitava de suas vítimas para roubá-las. João Grande era o “negro bom” como dizia Pedro Bala. Pirulito, a fé.

No segundo capítulo, o leitor é apresentado à personagem Dora e ao irmão, que após perderem os pais, vítimas da varíola, vão fazer parte dos Capitães da Areia. No terceiro capítulo, após a morte de Dora, o leitor se depara com grandes transformações. Dora partiu o coração de todos aqueles meninos. A vida, no Trapiche, nunca mais seria a mesma. A vida precisava seguir seu curso, alguns sonhos se concretizaram, outros foram, estupidamente, interrompidos. Pedro Bala, embora perseguido pela polícia de cinco Estados como organizador de greves, como dirigente de partidos ilegais, como perigoso inimigo da ordem estabelecida, transformou-se em herói de sua classe. (…) Jorge Amado, amado pelo público, incompreendido, muitas vezes, pela crítica – pelos descuidos com a língua portuguesa, pela linguagem coloquial, pela forma idealizada com que apresentava as suas personagens – será sempre lembrado como o escritor que conseguiu manter um diálogo permanente e intenso com o público.

            Capitães da Areia, apesar de ter sido escrito há tanto tempo, continua atual. É o que mostra o pesquisador literário Eduardo Assis Duarte, a história daqueles meninos continua a pontuar as páginas dos jornais e da televisão, a mostrar que os problemas sociais, econômicos e políticos persistem. (…) Percorrer as páginas do livro é um exercício de cidadania. Mesmo que seja, de forma idealizada, Jorge Amado criou personagens envolventes, capazes de “abrir” os olhos do leitor, que se vê envolvido em cada história, que reconhece um ou outro personagem nas páginas policiais. São heróis? São bandidos? São vítimas? São menores abandonados! É preferível acreditar que são vítimas, vítimas da marginalização a que são submetidos.

Vítimas de um sistema que precisa, urgentemente, mudar.

Por Maria Cristina Altvater Biagio, Professora de Literatura. Disponível em: http://gg.gg/112rzl. Acesso em: 10 maio 2022.

A finalidade desse texto é

(A) narrar um romance modernista.
(B) apresentar a obra Capitães da Areia.
(C) relatar a marginalidade dos menores infratores.
(D) descrever um acontecimento dos menores abandonados.
(E) opinar sobre a violência, criminalidade, discriminação e a prostituição.

02

Leia o fragmento do texto a seguir.

            Uma noite, no Cassino, a Lísia Soares, que se fazia íntima com ela, e desejava ardentemente vê-la casada, dirigiu-lhe um gracejo acerca do Alfredo Moreira, rapaz elegante que chegara recentemente da Europa.

             ̶  É um moço muito distinto, respondeu Aurélia sorrindo; vale bem como noivo cem mil cruzeiros; mas eu tenho dinheiro para pagar um marido de maior preço, Lísia; não me contento com esse.

            Riam-se todos destes ditos de Aurélia e os lançavam à conta de gracinhas de moça espirituosa; porém a maior parte das senhoras, sobretudo aquelas que tinham filhas moças, não cansavam de criticar esses modos desenvoltos, impróprios de meninas bem-educadas. Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do preço de sua cotação no rol da moça; e longe de se agastarem com a franqueza, divertiam-se com o jogo que muitas vezes resultava do ágio de suas ações naquela empresa nupcial.

          Dava-se isto quando qualquer dos apaixonados tinha a felicidade de fazer alguma coisa a contento da moça e satisfazer-lhe as fantasias; porque nesse caso ela elevava-lhe a cotação, assim como abaixava a daquele que a contrariava ou incorria em seu desagrado. Muito devia a cobiça embrutecer esses homens, ou cegá-los de paixão, para não verem o frio escárnio com que Aurélia se ludibriava nestes brincos ridículos, que eles tomavam por garridices de menina, e não eram senão ímpetos de uma irritação íntima e talvez mórbida.

[…]

Disponível em: http://gg.gg/112s09.Acesso em: 10 maio 2022.

Observa-se que esse trecho é narrado em

(A) 3ª pessoa, por um narrador onisciente múltiplo, já que ele faz uso do discurso indireto livre, confundindo suas falas com as dos personagens.
(B) 3ª pessoa, por um narrador onisciente, uma vez que ele sabe de todos os fatos e conhece os personagens intimamente.
(C) 3ª pessoa, por um narrador observador, já que ele observa os acontecimentos sem se referir aos sentimentos dos personagens.
(D) 1ª pessoa, uma vez que a narradora é Lísia Soares, amiga de Aurélia, e sabe tudo sobre ela.
(E) 1ª pessoa, já que é Aurélia, a protagonista, quem narra todos os acontecimentos e sabe tudo sobre os personagens.