Semana 36 – Língua Portuguesa – Tese e argumentos nos textos opinativos - 18/11/2021

18 de novembro de 2021

ATIVIDADE 01  

(SPAECE-Adaptada) Leia o texto a seguir.

[…] O celular destruiu um dos grandes prazeres do século passado: prosear ao telefone.

Hoje, por culpa deles somos obrigados a atender chamadas o dia todo. Viramos uma espécie de telefonistas de nós mesmos: desviamos chamadas, pegamos e anotamos recados…

Depois de um dia inteiro bombardeado por ligações curtas, urgentes e na maioria das vezes irrelevantes, quem vai sentir prazer numa simples conversa telefônica? O telefone, que era um momento de relax na vida da gente, virou um objeto de trabalho.

O equivalente urbano da velha enxada do trabalhador rural. Carregamos o celular ao longo do dia como uma bola de ferro fixada no corpo, uma prova material do trabalho escravo.

O celular banalizou o ritual de conversa à distância. No mundo pré-celular, havia na sala uma poltrona e uma mesinha exclusivas para a arte de telefonar. Hoje, tomamos como num transe, andamos pelas ruas, restaurantes, escritórios e até banheiros públicos berrando sem escrúpulos num pedaço de plástico colorido.

Misteriosamente, uma pessoa ao celular ignora a presença das outras. Conta segredos de alcova dentro do elevador lotado. É uma insanidade. Ainda não denunciada pelos jornalistas, nem, estudada com o devido cuidado pelos médicos. Aliás, duas das classes mais afetadas pelo fenômeno.

A situação é delicada. […]

O ESTADO DE S. PAULO, 29 nov. 2004.

Qual é o argumento que sustenta a tese defendida pelo autor desse texto?

(A) A arte de telefonar se tornou prazerosa.
(B) A sociedade destruiu velhos costumes.
(C) A vida moderna priorizou o telefone.
(D) O celular elitizou todos os profissionais.
(E) O homem tornou-se escravo de celular.

Disponível em: http://gg.gg/vr551. Acesso em: 08 ago. 2021.

ATIVIDADE 02  

(PROEB-Adaptada) Leia o texto a seguir.

Projeto de lei da pesca é aprovado e causa polêmica no MS

Lei da Pesca libera o uso de petrechos, como redes e anzol de galho, para qualquer tipo de pescador.

Foi aprovada na manhã desta terça-feira, 24, o projeto de lei estadual nº 119/09, a “Lei da Pesca”, na Assembleia Legislativa de Campo Grande. O documento concede uma série de benefícios aos pescadores de Mato Grosso do Sul, entre eles a pesca com petrechos antes considerados proibidos, como anzol de galho e redes, para qualquer pescador munido de carteira profissional.

A aprovação foi quase unânime, 20 votos favoráveis contra apenas três contrários. Mesmo assim, a “Lei da Pesca” gerou muita polêmica entre deputados e os mais de 400 pescadores que acompanharam de perto o plenário.

Um dos deputados opositores mais ferrenhos da nova lei disse que a liberação da pesca com petrechos irá acelerar em poucos meses o processo de extermínio de algumas espécies que antes podiam ser capturadas apenas pelos ribeirinhos. Em seu discurso de defesa à proibição aos petrechos, ele destacou que o artigo 24 da Constituição Federal diz que quando existem conflitos entre interesses econômicos e ambientais, o ambiental deve sempre prevalecer.

O Presidente da Associação de Pescadores de Isca Artesanal de Miranda (MS), Liesé Francisco Xavier, no entanto, é favorável à liberação dos petrechos. “Nós só queremos trabalhar conforme está na Constituição Federal, que libera o uso dos petrechos nos rios”, argumenta ele.

PESCA & COMPANHIA, nov. 2009. Fragmento. *Adaptado: Reforma Ortográfica.

Nesse texto, no discurso de defesa à proibição aos petrechos, o argumento utilizado pelo deputado se fundamenta no/na

(A) Constituição.
(B) economia.
(C) sociedade.
(D) ambiente.
(E) conflito.

Disponível em: http://gg.gg/vr551. Acesso em: 08 ago. 2021.

ATIVIDADE 03  

Leia o texto a seguir.

A língua está viva

Ivana Traversim

Na gramática, como muitos sabem e outros nem tanto, existe a exceção da exceção. Isso não quer dizer que vale tudo na hora de falar ou escrever. Há normas sobre as quais não podemos passar, mas existem também as preferências de de­terminado autor – regras que não são regras, apenas opções. De vez em quando aparece alguém querendo fazer dessas escolhas uma regra. Geralmente são os que não estão bem inteirados da língua e buscam soluções rápidas nos guias práticos de redação. Nada contra. O problema é julgar inquestionáveis as informações que es­ses manuais contêm, esquecendo-se de que eles estão, na maioria dos casos, sendo práticos – deixando para as gramáticas a explicação dos fundamentos da língua portuguesa.

[…]

Com informação, vocabulário e o auxílio da gramática, você tem plenas condições de escrever um bom texto. Mas, antes de se aventurar, considere quem vai ler o que você escreveu. A galera da faculdade, o pessoal da empresa ou a turma da balada? As linguagens são diferentes.

Afinal, a língua está viva, renovando-se sem parar, circulando em todos os lu­gares, em todos os momentos do seu dia. Estar antenado, ir no embalo, baixar um arquivo, clicar no ícone – mais que expressões – são maneiras de se inserir num grupo, de socializar-se.

VOCÊ S/A, jun. 2003.

A tese da dinamicidade da língua comprova-se pelo fato de que

(A) as regras gramaticais podem transformar-se em exceção.
(B) a gramática permite que as regras se tornem opções.
(C) a língua se manifesta em variados contextos e situações.
(D) os manuais de redação são práticos para criar ideias.
(E) é possível buscar soluções práticas na hora de escrever.

ATIVIDADE 04  

(SEAPE-Adaptada) Leia o texto a seguir.

MIB³ – Homens de Preto 3

Eis uma aposta arriscada: reconvocar os Homens de Preto, quase uma década depois da decepcionante continuação que afundou a franquia, para, com um dos orçamentos mais inflados da história do cinema […], recuperar o charme excêntrico e empolgante do original de 97. Passaram-se 15 anos deste, e Will Smith e Tommy Lee Jones retornam como os agentes J e K. Pensando friamente, é um prognóstico desanimador, mas MIB³ – Homens de Preto 3 é um exemplar bem-sucedido da retomada da inventividade e da satisfatória dinâmica dos protagonistas, as qualidades que conquistaram o público (e a mim) muitos anos atrás. […]

Apesar do longo hiato, a narrativa mantém intactos os melhores elementos do original, como a postura carrancuda de K, insensivelmente divertida no discurso de morte de Zed, e a boa química entre a dupla de agentes. Reproduzindo criativamente um salto no tempo, embora os efeitos especiais deixem a desejar, o filme acerta no casting do interessante Josh Brolin, que reproduz fielmente a entonação da voz texana de Tommy Lee Jones e os maneirismos de sua atuação […].

No entanto, é impossível ignorar os enormes e grosseiros furos narrativos causados por um roteirista claramente incapaz de lidar com o conceito de viagem no tempo. Sem entregar spoilers, apenas J estar na Agência e se recordar de K revela um paradoxo sem solução, pois este supostamente morreu em 69 e não poderia tê-lo recrutado, e culpar fratura temporal e achocolatado (!) é desculpa de roteirista preguiçoso. […]

Entretanto, a direção de Barry Sonnenfeld é suficientemente ágil para que não pensemos (muito) nos tropeços narrativos. Dosando o humor, ação e drama adequadamente […], o cineasta desenvolveu uma aventura descompromissada […].

Embora improvável que a aposta dos produtores tenha resultados além do morno, Homens de Preto 3 é bom o bastante para “neuralizar” o desastre do último episódio e manter uma lembrança agradável de J, K e esta inusitada agência secreta.

SALLEM, Márcio. Disponível em: http://gg.gg/wblqz. Acesso em: 18 out. 2012. Fragmento.

Nesse texto, sobre a tese de que o filme Homens de Preto 3 é bem-sucedido, há um argumento em:

(A) “… com um dos orçamentos mais inflados da história do cinema…”. (1° parágrafo)
(B) “… Will Smith e Tommy Lee Jones retornam…”. (1° parágrafo)
(C) “… a narrativa mantém intactos os melhores elementos do original…”. (2° parágrafo)
(D) “… embora os efeitos especiais deixem a desejar…”. (2° parágrafo)
(E) “… é impossível ignorar os enormes e grosseiros furos narrativos…”. (3° parágrafo)

Programa Seduc em Ação – Videoaula transmitida pela TV Brasil Central, referente à semana 36.