Leia o texto a seguir e responda às atividades de 1 a 12.

Peladas- (Armando Nogueira)

Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: agora, é uma babá que passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, e um par de velhos que troca silêncios num banco sem encosto.

E, no entanto, ainda ontem, isso aqui fervia de menino, de sol, de bola, de sonho: “eu jogo na linha! Eu sou o Lula; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem; vou ficar aqui atrás: entrou aqui, já sabe”. Uma gritaria, todo mundo se escalando, todo mundo querendo tirar o selo da bola, bendito fruto de uma suada vaquinha. 

Oito de cada lado e, para não confundir um time fica como está; o outro joga sem camisa. 

Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula. 

Em compensação, num racha de menino ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quiçá no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixar-se espremer entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho.

Aqui, nessa pelada inocente é que se pode sentir a pureza de uma bola. Afinal, trata-se de uma bola profissional, uma número cinco, cheia de carimbos ilustres: “Copa Rio-Oficial”, “FIFA – Especial”. Uma bola assim, toda de branco, coberta de condecorações por todos os gomos (gomos hexagonais!) jamais seria barrada em recepção do Itamarati.

No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada, até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha.

Racha é assim mesmo: tem bico, mas tem também sem-pulo de craque como aquele do Tona, que empatou a pelada e que lava a alma de qualquer bola. Uma pintura.

Nova saída. 

Entra na praça batendo palmas como quem enxota galinha no quintal. É um velho com cara de guarda-livros que, sem pedir licença, invade o universo infantil de uma pelada e vai expulsando todo mundo. Num instante, o campo está vazio, o mundo está vazio. Não deu tempo nem de desfazer as traves feitas de camisas. 

O espantalho-gente pega a bola, viva, ainda, tira do bolso um canivete e dá-lhe a primeira espetada. No segundo golpe, a bola começa a sangrar. 

Em cada gomo o coração de uma criança.

Disponível: http://memoria.cenpec.org.br/uploads/F3581_389-05-00017%20A%20Ocasi%E3o%20faz%20o%20Escritor-Cad.do%20Prof.2014.pdf. Acesso: 25, maio, 2021.

1. Qual é o tema abordado na crônica?
2. Onde se desenrolam os fatos da crônica?
3. Identifique o conflito gerador e a personagem principal da crônica.
4. Sabe-se que o narrador desempenha o importante papel de contar os fatos ocorridos em uma história, mas isto pode ser feito de diversas formas, a partir do seu ponto de vista. Trata-se do foco narrativo, que é um dos elementos da narrativa. Nessa crônica o narrador assume o papel de observador ou de personagem (foco narrativo)? Identifique com trechos do texto.

5. No texto, o autor está se dirigindo

6. Considere a sentença: “Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: agora, é uma babá que passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, e um par de velhos que troca silêncios num banco sem encosto.”

Em contraposição à ideia de solidão em que se transformou a praça, o autor mostra ao leitor, numa descrição detalhada, como o cenário era animado antes do fim da pelada, o fragmento em que essa descrição está clara é

• (A) “no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem;”
• (B) “isso aqui fervia de menino, de sol, de bola, de sonho:”
• (C) “Oito de cada lado e, para não confundir um time fica como está;”
• (D) “Eu sou o Lula; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem.”

7. “No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada, até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha.”

No fragmento, o pronome pessoal ela, destacado,dá continuidade ao texto evitando repetições. A que palavra o pronome se refere?

• 8. “eu jogo na linha! Eu sou o Lula; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem; vou ficar aqui atrás: entrou aqui, já sabe”.

Justifique o uso das aspas nesse fragmento.

• 9. No texto, o cronista personifica a personagem central – a bola, que ganha vida, se humaniza. Num crescente, vai descrevendo as ações da bola: “ela corre para cá, corre para lá, quica no meio-fio, para de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho”. Aos poucos, o cronista torna a personagem “vítima”: “Acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha”. Qual figura de linguagem é utilizada pelo cronista para atribuir sentimentos humanos à bola?

Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/etapa/conversando-com-armando-nogueira/ Acesso: 20, maio, 2021. (Adaptado)

10. Observe o fragmento a seguir:

“Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula.”

Nesse fragmento o cronista usa recursos de linguagem para personificar a personagem central – a bola, que ganha vida, se humaniza, recebe sentimentos humanos. O cronista faz uso da figura de linguagem chamada

• (A) prosopopeia/personificação.
• (B) metáfora.
• (C) eufemismo.
• (D) hipérbole.

11. Pesquise, em dicionário impresso ou online, o significado da palavra gandula sublinhada no fragmento acima.

12. Observe o trecho: “Uma bola assim, toda de branco, coberta de condecorações por todos os gomos (gomos hexagonais!) jamais seria barrada em recepção do Itamarati.

No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada, até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha.”

A expressão destacada acima dá uma ideia de

Considere o seguinte anúncio publicitário e responda às atividades 13, 14, e 15:

13. Qual é a finalidade desse anúncio?

14. A alternativa que não corresponde aos sentidos dados à palavra “sumiu” no anúncio é

(A) desapareceu.

(B) dissipou-se.

(C) ficou sem dor.

(D) surgiu.

Imagem disponível em: https://escolaeducacao.com.br/anuncio-publicitario/ Acesso: 20, maio, 2021.

15. O anúncio publicitário visa apresentar, ao grande público, determinado produto, marca ou serviço, com o intuito de atrair e convencer os consumidores a adquirirem um produto ou aderirem à ideia que está sendo apresentada. A linguagem desse gênero é mista, mesclando elementos verbais e não verbais. Nesse anúncio, a linguagem verbal “Tomou Doril a dor sumiu” representa um fato ou uma opinião dos anunciantes?

Considere o seguinte anúncio publicitário e responda às atividades de 16 a 23:

16. Qual é a finalidade desse anúncio?

17. Nos anúncios, diversas linguagens, recursos e meios podem ser utilizados para atingir o público-alvo. A linguagem coloquial (informal) é um recurso muito utilizado, pois se aproxima da realidade e da vida cotidiana das pessoas.

Identifique o trecho do texto verbal que apresenta uma linguagem fora dos padrões da língua portuguesa e reescreva-o conforme a norma culta.

18. O modo imperativo é aquele que dá uma ideia de ordem, ou seja, que te intima a fazer determinada coisa. Por isso é um recurso de linguagem muito utilizado pelos publicitários. Uma vez que eles desejam chamar a atenção do grande público e convencê-lo a aderir a uma ideia ou a comprar o produto oferecido.

Retire do anúncio um texto em que contenha o modo verbal imperativo. 

19. Os recursos linguísticos são utilizados para expressar experiências comuns de forma mais original em um discurso. Eles são empregados para valorizar um texto e tornar a linguagem mais expressiva.

O modo imperativo chama a atenção do leitor, ele foi utilizado nesse anúncio como um recurso linguístico com o objetivo de

• (A) aproximar-se da realidade e da vida cotidiana das pessoas.
• (B) convencer o grande público a aderir a uma ideia apresentada e adquirir um produto (Plano UNIMED).
• (C) Aproximar-se do grande público mostrando o lado informal da língua portuguesa.
• (D) convencer o grande público de que as doenças provocadas pelo AEDS não são perigosas.

20. No texto verbal “Nós e vocês juntos contra a Dengue, Zica e Chikungunya.”, o efeito de sentido da conjunção “e” expressa a ideia de

21. No texto verbal “Sai pra lá, AEDS!”, a vírgula foi usada 

• (A) para separar o aposto (termo explicativo).
• (B) para isolar o vocativo (termo que chama a atenção).
• (C) para isolar expressões que indicam circunstâncias variadas como tempo, lugar, modo etc.
• (D) antes dos conectivos mas, porém, contudo, pois, logo.

22. No anúncio, o texto associado à imagem diz que

• (A) todos juntos podem vencer toda e qualquer doença.
• (B) se cada um fizer a sua parte, pode manter longe o AEDS.
• (C) deixar cheios d’água pneus e vasilhas mantém o mosquito longe.
• (D) não há necessidade de cada um fazer a sua parte.

23. No trecho “Sai pra lá, AEDS!” há um exemplo de linguagem

(A) informal (coloquial).

(B) formal (culta).

(C) jornalística.

(D) literária.

Leia a resenha a seguir e, após analisá-la, responda às atividades de 24 a 30.

Resenha Crítica do Filme Como Estrelas na Terra – Toda Criança é Especial

O filme conta a história de um menino de 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal, repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade.

Quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora, o mesmo decide levar o filho a um internato. O menino fica com menos vontade de aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando deprimido, sente a falta da mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é “Disciplinar Cavalos Selvagens”. De repente aparece um professor substituto de artes, este não era um professor tradicional, não seguia rigorosamente as normas da escola, tem uma metodologia própria.

Quando o professor conhece Ishaan, percebe que o menino sofre de dislexia e decide ajudá-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que decide tirar o garoto do abismo no qual se encontrava. Ele ensinou Ishaan a ler e escrever, a partir desse momento o menino vai superando a opressão da família e suas próprias limitações, passa a ver dentro da escola, um novo significado. O filme mostra a importância do professor e seu poder de transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria metodologia de ensino, de forma a estimular a compreensão dos alunos, tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante.

Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita. No filme “Como Estrelas Na Terra- Toda Criança é Especial” o professor substituto usa uma metodologia de ensino inovadora, onde existe a motivação, usa o conhecimento de mundo dos alunos, buscando aprofundar e ampliá-los. O educador consegue mobilizar a escola a respeito da diversidade que existe na sala de aula, mostrando que é possível fazer com que o aluno desenvolva sua capacidade de aprendizagem a partir da compreensão e do incentivo do educador.

O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma de expressão a arte, incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros. A dislexia é uma doença que está longe de ser solucionada, e o que salvou o garoto não foi a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador, fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências são colocados em escolas normais e infelizmente as escolas regulares e os professores não estão preparados para essa mudança.

Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para trabalhar com essa e as demais deficiências.

Disponível em: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/resenha-critica-do-filme-como-estrelas-na-terra-toda-crianca-e-especial/20287 Acesso: 21, maio, 2021.

24. Qual é o tema abordado no texto?

25. Qual é a filosofia do internato para onde foi levado o menino Ishaan Awasthi?

26. Na resenha, fica claro que o protagonista do filme, o menino Ishaan Awasthi, tem um problema de saúde, repetiu uma vez o terceiro período e corre o risco de repetir de novo, porque

27. O texto evidencia que, no filme “Como Estrelas Na Terra – Toda Criança é Especial”, o que salvou o menino Ishaan Awasthi, fazendo com que ele aprendesse a lidar com sua diferença foi

• (A) a descoberta da doença.
• (B) os novos métodos utilizados pelo educador.
• (C) a filosofia do internato.
• (D) os cuidados do pai.

28. No trecho “O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma de expressão a arte, incentivando-o e mostrando–o que seu problema pode ser superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros.”, o termo o, em destaque, foi usado para referir-se

• (A) ao professor.
• (B) ao problema do menino.
• (C) ao garoto.
• (D) ao filme.

29. Pesquise, em material impresso ou online, o significado da palavra dislexia e registre no seu caderno.

30. No trecho “O filme conta a história de um menino de 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal, repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo.”, a expressão destacada poderia ser substituída, sem prejuízos, por

(A) quesofre de dislexia.

(B) porque sofre de dislexia.

(C) quando sofre de dislexia.

(D) mas que sofre de dislexia.

ATIVIDADE-SIMULADO-III-LP-9o-ANOBaixar

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