ATIVIDADE 18 – As experiências ditatoriais na América Latina e a descolonização na África e na Ásia. - 22/10/2021




DITADURAS LATINO-AMERICANAS


No século XX, uma série de ditaduras, sobretudo militares, desenvolveram-se na América Latina. Diferentes países do Caribe, América Central e América do Sul tiveram experiências ditatoriais marcadas pelo terrorismo de Estado, quando o próprio Estado promove ações de terrorismo contra a sociedade. Essas ditaduras foram fortemente influenciadas pelos Estados Unidos, que encontraram nesse caminho uma forma de manter o continente americano sob a sua influência e evitar que a experiência cubana se repetisse em outros locais. Um dos primeiros golpes a serem apoiados pelos norte-americanos foi o que aconteceu no Brasil, em 1964.


Contexto das ditaduras

A segunda metade do século XX ficou marcada na história da América Latina pela grande quantidade de ditaduras militares implantadas em diferentes países da região. Esse modelo consolidou-se na década de 1960, sobretudo quando o golpe civil-militar de 1964 instaurou-o no Brasil.

Diferentes países do continente americano, como o Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Guatemala, República Dominicana, entre outros, contaram com ditaduras conservadoras conduzidas em sua maioria por militares. A implantação delas está diretamente associada com o cenário de disputas da Guerra Fria.

Após a Segunda Guerra Mundial, a rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética ganhou dimensão planetária e a disputa por influência aumentou consideravelmente. Num primeiro momento, os Estados Unidos focaram seus esforços para evitar o crescimento da influência soviética na Europa e Ásia.

A partir do final da década de 1950, o governo norte-americano percebeu a necessidade de aumentar sua influência sobre o próprio continente, e isso deu início às ações em países latino-americanos. O objetivo era enfraquecer os movimentos de esquerda por meio da instauração de ditaduras militares de viés conservador.

A grande virada para a mudança na postura norte-americana em relação às nações latino-americanas deu-se com a Revolução Cubana, em 1959. Essa revolução, conduzida por Fidel Castro e Che Guevara, foi uma revolução de caráter nacionalista que acabou se aproximando da União Soviética por conta da hostilidade norte-americana contra o novo governo cubano.

A aproximação de Cuba com a União Soviética era considerada pelos Estados Unidos como um precedente perigoso para o continente. Antes da Revolução Cubana, os Estados Unidos haviam procurado criar um caminho para intervir diplomática e economicamente na América Latina por meio da Operação Pan-Americana.

Os desdobramentos da situação em Cuba fizeram com que a ação norte-americana sobre a América Latina se tornasse mais agressiva, e um dos primeiros casos dessa abordagem foi o Brasil.

Interferência dos EUA na política brasileira

O caso brasileiro foi o primeiro de uma fase de ditaduras em toda a América do Sul. A interferência norte-americana em nosso país deu-se a partir da posse de João Goulart como presidente. Goulart era enxergado com maus olhos pelo governo norte-americano porque ele havia se voltado contra os lucros excessivos de multinacionais dos Estados Unidos no Brasil, além de ter sido um político apoiado pela esquerda e que defendia a realização de reformas socioeconômicas no país.

O governo de João Goulart, assim como o cenário político e social do Brasil, era visto como contrário aos interesses norte-americanos, assim, por meio do serviço de inteligência, os Estados Unidos começaram a enviar incentivos financeiros a grupos de oposição e políticos conservadores. O objetivo era desgastar profundamente o governo de João Goulart.

Em 1962, dezenas de candidatos de viés conservador tiveram suas candidaturas nas eleições daquele ano financiadas com dinheiro norte-americano. Além disso, os Estados Unidos, por meio da Aliança para o Progresso, liberaram ajuda econômica para estados governados por opositores de João Goulart; o embaixador norte-americano no Brasil, Lincoln Gordon, apoiou as articulações do golpe contra o presidente brasileiro; e os Estados Unidos, por meio da Operação Brother Sam, interviriam militarmente no Brasil, caso o golpe dos militares não tivesse dado certo em 1964.

O caso do Brasil é muito simbólico porque se trata do maior país e do mais populoso da América Latina, portanto, do ponto de vista estratégico norte-americano, era fundamental que o avanço de pautas progressistas fosse barrado e que o alinhamento da política brasileira com os interesses conservadores dos Estados Unidos se estabelecesse.

Nesse momento, algumas ditaduras pela América Latina já estavam em vigor, mas, a partir do golpe no Brasil, iniciou-se uma fase em que as ditaduras militares ganharam todo o cone sul do continente. Elas ficaram marcadas pela prática do terrorismo de Estado. Dentro dessa ideia, considera-se os sequestros de cidadãos, o uso da tortura, os atentados à bomba e o desaparecimento de cadáveres —práticas executadas contra os opositores e que resultaram na morte de milhares de pessoas.

Na década de 1950, um país sul-americano já estava em ditadura: o Paraguai. A ditadura civil-militar paraguaia estendeu-se de 1954 a 1989, sendo governada durante todo esse período pelo general Alfredo Stroessner. A ditadura de Stroessner instaurou-se por um golpe contra o presidente constitucional do país, Federico Chaves.

A consolidação da ditadura de Stroessner contou com o apoio direto dos Estados Unidos, que forneceram ajuda econômica ao novo governo paraguaio. Ao longo de 35 anos de regime militar, estima-se que cerca de 20 mil pessoas foram vítimas de violações de Direitos Humanos. Os casos mais conhecidos são os de garotas sequestradas por agentes do governo para serem estupradas por Stroessner.

Com a consolidação da ditadura no Paraguai e o golpe civil-militar no Brasil, outras ditaduras criaram-se pela América. Na década de 1960, Bolívia, Peru e Argentina caíram nas mãos dos militares; na década de 1970, foi a vez de Chile, Uruguai e novamente a Argentina. Todos esses regimes fizeram uso de práticas como a tortura.

Nas décadas de 1970 e 1980, houve uma grande articulação de seis nações sul-americanas para ampliar-se o combate a opositores e “subversivos” por todo o cone sul. Essa articulação recebeu o nome de Operação Condor e contou com o envolvimento de Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Bolívia, Uruguai, sendo também apoiada pelos Estados Unidos.

No restante da América Latina, ainda existiram ditaduras civis e militares na República Dominicana, Haiti, Panamá, Nicarágua, Honduras, El Salvador e Guatemala. Vejamos agora dois exemplos delas: a chilena e a argentina.

Ditadura chilena

A ditadura chilena estendeu-se de 1973 até 1990, sendo governada durante todo esse período por Augusto Pinochet. A construção da ditadura chilena ocorreu como estratégia para derrubar o governo de Salvador Allende, o primeiro socialista eleito por voto popular na América do Sul. Ele foi o vencedor da eleição presidencial de 1970 estando à frente de uma coalizão de partidos de esquerda conhecida como Unidade Popular.

A vitória de Allende imediatamente chamou a atenção do governo norte-americano, temeroso de que a vitória de um socialista no Chile pudesse arrastar outros países da América do Sul nesse caminho

A partir de então, a ação secreta dos Estados Unidos criou um cenário para a desestabilização política e econômica do governo chileno e fomentou um golpe militar. Em 11 de setembro de 1973, militares cercaram e bombardearam o Palácio La Moneda, centro do poder no Chile. O presidente Allende resistiu ao golpe e, para não ser preso, cometeu suicídio.

A ditadura chilena foi uma das mais agressivas de toda a América Latina e responsável por cerca de 40 mil casos de tortura em 17 anos de regime. Locais como o Estádio Nacional, principal estádio de futebol de Santiago, foram transformados em prisão e local de tortura. Heraldo Muñoz, político chileno, afirmou que, desde o primeiro dia da ditadura, Pinochet autorizou a perseguição de marxistas, defensores de Allende, opositores dos militares etc.

Um dos casos significativos do modo de operação da ditadura chilena deu-se contra a estudante Lumi Videla. Ela foi presa pelo Dina, o serviço de inteligência da ditadura chilena, em 1974, por ser membro de um grupo de esquerda revolucionária. Lumi Videla foi torturada até a morte (assim como seu marido) e seu corpo foi lançado no interior da embaixada italiana, local que dava abrigo a pessoas perseguidas pela ditadura. No dia seguinte, 4 de novembro de 1974, o governo chileno acusou a embaixada italiana de ter provocado a morte de Lumi Videla em uma orgia.

A partir da década de 1980, a ditadura chilena começou a enfraquecer-se porque o apoio dos Estados Unidos foi retirado devido à grande quantidade de violações dos Direitos Humanos realizadas pelo governo de Pinochet. Em 1988, sob os olhos vigilantes de representantes internacionais, foi realizado um plebiscito para decidir a permanência de Pinochet no poder.

O resultado desse plebiscito mostrou que 56% da população chilena desejava o fim da ditadura. Ele abandonou o poder em 1990, mas seguiu como figura influente na política chilena durante toda aquela década. Além das violações dos Direitos Humanos, o ditador chileno também ficou conhecido por enriquecer-se via tráfico internacional de cocaína.

Ditadura argentina

O século XX foi de crise crônica para a Argentina e marcado por diferentes golpes de Estado. Em 1966, a Argentina tinha passado por um golpe que instaurou uma ditadura militar que se estendeu até 1973 e se encerrou com a ascensão de Perón ao poder. O retorno do peronismo, no entanto, foi curto, e logo os militares retomaram o poder do país com outro golpe, em 24 de março de 1976.

Todo esse período que incorporou as décadas de 1960 e 1970 foi marcado por convulsão social em resposta ao autoritarismo e à crise econômica. A crise do regime peronista (1973-1976) intensificou-se a partir de 1975 e levou grandes empresários, direitistas e militares a unirem-se para organizar um novo golpe.

Com a vitória desse golpe, foi formado o Processo de Reorganização Nacional, nome que os militares deram à ditadura que existiu de 1976 a 1983. A ditadura argentina era administrada por uma junta militar que escolheu Jorge Rafael Videla como presidente do país. O que se viu nesse país em sete anos foi uma perseguição política sem precedentes.

Líderes de grupos políticos de oposição, de movimentos sociais e revolucionários, assim como sindicalistas, sacerdotes, intelectuais e advogados que defendiam os Direitos Humanos, entre outros, foram sistematicamente perseguidos. O sequestro, a tortura física e psicológica e o desaparecimento de cadáveres foram práticas da ditadura argentina.

Estima-se que, nos seus sete anos de duração, cerca de 30 mil pessoas tenham sido mortas pelo terrorismo promovido pelo Estado. A sociedade foi silenciada pelo terror. No âmbito econômico, a ditadura argentina, assim como a brasileira e chilena, contribuiu para o empobrecimento da população e para o aumento da concentração de renda.

Na década de 1980, a ditadura argentina procurou recuperar as Malvinas, ocupadas pelos britânicos desde o século XIX. A Guerra das Malvinas foi um grande fracasso, e a derrota, junto aos problemas econômicos, debilitou os militares, que acabaram entregando o poder, em 1983, para Raúl Alfonsín, eleito presidente naquele ano.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/militar.ht Acesso em 14 de out. de 2021.

Se possível, assista este vídeo complementar.

ATIVIDADES

1.Existem semelhanças entre as ditaduras militares brasileira (1964-1985), argentina (1976 1983), uruguaia (1973-1985) e chilena (1973-1990). São semelhantes porque

a) (   ) receberam amplo apoio internacional tanto dos Estados Unidos quanto da Europa Ocidental.

b) (   ) lutavam em prol de combateram o mesmo inimigo, os grupos esquerdistas, empregando procedimentos  violentos.

c) ( ) usufruíam de uma resistente defesa social internamente, principalmente dos partidos políticos organizados.

d) (   ) se sustentaram em ideias populistas em defesa da manutenção da ordem.

2. No século XX, uma série de ditaduras, sobretudo militares, desenvolveram-se na América Latina. Sobre as ditaduras militares latino-americanas, marque (V) se a alternativa for verdadeira e (F) se for falsa/fake:

a) (   ) No Chile, em setembro de 1973, um golpe militar chefiado pelo General Augusto Pinochet derrubou o Governo do Presidente socialista Salvador Allende.

b) (   ) São características que as ditaduras latino-americanas tiveram em comum: autoritarismo, censura aos meios de comunicação e às artes e a violenta repressão que deixou milhares de opositores mortos e desaparecidos.

c) (   ) No contexto da Guerra Fria, as ditaduras militares latino-americanas, estavam claramente alinhadas ao Bloco Capitalista, liderado pela União Soviética.

d) (   ) A Operação Condor foi um acordo que os governos ditatoriais latino-americanos fizeram para reprimir os “subversivos”, principalmente por meio de troca de informações e envio de prisioneiros que fugiam de um país para outro

3. A partir do final da década de 1950, o governo norte-americano percebeu a necessidade de aumentar sua influência sobre o próprio continente, e isso deu início às ações em países latino-americanos. Qual era o principal objetivo dessas ações?  

4. A grande virada para a mudança na postura norte-americana em relação às nações latino-americanas deu-se com a Revolução Cubana, em 1959. Essa revolução, conduzida por Fidel Castro e Che Guevara, foi uma revolução de caráter nacionalista que acabou se aproximando da União Soviética por conta da hostilidade norte-americana contra o novo governo cubano. Quais foram os principais desdobramentos da revolução cubana e qual foi o primeiro país a sofrer com estes desdobramentos?

5. Porque o caso da ditadura militar no Brasil foi considerado muito simbólico?  

6. A partir do golpe no Brasil, iniciou-se uma fase em que as ditaduras militares ganharam todo o cone sul do continente. Elas ficaram marcadas pela prática do terrorismo de Estado. Descreva sobre as principais práticas terroristas desse contexto. 

DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DA ÁSIA

Após a Segunda Guerra Mundial, movimentos que lutavam pela independência de seus países em relação às potências coloniais ganharam força na África e na Ásia. Além dessas lutas internas, cada vez mais ficava evidente no cenário internacional a contradição entre o discurso de liberdade usado na guerra contra o nazifascismo na Europa e a manutenção de impérios coloniais.

Nesse contexto, a segunda metade do século XX assistiu a diversos povos dos continentes africano e asiático conquistarem sua independência do domínio colonial e formarem novos países.

Contexto histórico

Ainda durante o século XIX, diversos países europeus utilizaram seu poder militar e força econômica para implantar um domínio imperialista sobre outros países, em especial na África e na Ásia.

Essa política ficou conhecida como neocolonialismo, e perdurou ao longo da primeira metade do século XX, além de ter sido uma das principais causas da Primeira Guerra Mundial.

Contudo, após o final da Segunda Guerra Mundial, os países que ainda possuíam colônias, em especial Inglaterra e França, além de atravessarem graves dificuldades econômicas, passam a ser cada vez mais questionados pela manutenção de suas colônias.

Não apenas os movimentos internos de libertação nas áreas coloniais reclamavam sua independência, como a existência de colônias era considerada incompatível com os princípios defendidos pelas mesmas potências coloniais na esfera internacional, como na Declaração de Direitos Humanos, promulgada pela ONU em 1948, por exemplo.

Diante desse quadro geral, podemos elencar as causas principais que levaram aos processos de descolonização a partir da década de 1940: 

  • Declínio das potências coloniais depois da Segunda Guerra Mundial, em especial Inglaterra e França;
  • Apoio das duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, aos processos de descolonização, com o objetivo de conquistar influência sobre os novos regimes que seriam formados; 
  • O crescimento de movimentos nacionalistas, que defendiam seu direito à autodeterminação e a ruptura com a antiga ordem colonial.

Essas causas gerais, aliadas ao contexto interno de cada país e sua relação com a metrópole, moldaram os processos de descolonização africano e asiático no século XX, como veremos a seguir.

A descolonização da Ásia

Ainda antes da Segunda Guerra Mundial, ex-colônias britânicas, como Egito e Iraque, conquistaram suas independências, em 1922 e 1932, respectivamente.

Na década de 1940, outros territórios como a Transjordânia, Palestina e Líbano também se libertaram da dominação colonial. Com isso, percebemos que a luta pela independência do domínio colonial esteve presente na disputa política em diferentes momentos do século XX. 

Contudo, mesmo após a Segunda Guerra, o grande território colonial inglês, a Índia, permanecia sob condição de dominação. Nesse país, os movimentos contra a colonização já atuavam desde o século XIX, mas ainda sem obter sucesso.

Índia x Paquistão

A partir da década de 1940, os líderes hindus Mahatma Gandhi e Jawaharial Nehru intensificaram os protestos pela independência indiana. A marca de suas ações era a desobediência civil: ao contrário de outros movimentos de libertação nacional, Gandhi pregava a resistência através do não pagamento de impostos e do boicote aos produtos ingleses, por exemplo.

Em resposta a ação desses grupos, para manter seu o domínio na Índia, a Inglaterra fez uso de expedientes como a exploração dos conflitos entre os hindus e os muçulmanos, que também viviam no país e eram liderados por Muhammad Ali Jinnah.

Apesar dos esforços ingleses em prosseguir com a dominação colonial, a Índia conquistou sua independência em 1947, mas sem a criação de um único Estado. Além da República da Índia, majoritariamente hindu, foi criada a República Muçulmana do Paquistão, país de maioria muçulmana.

Mesmo com a conquista de seus estados nacionais, o conflito entre hindus e muçulmanos persistiu, o que culminou com o assassinato de Gandhi em 1948 por um militante de um grupo hindu radical, que discordava da política pacifista do líder indiano.

As desavenças entre Índia e Paquistão persistiram após a morte de Gandhi, e resultaram em uma guerra em 1965. As constantes ameaças entre os dois países fizeram com que ambos passassem a investir no desenvolvimento de armas nucleares, criando um cenário de tensão permanente na região.

A Conferência de Bandung e a descolonização da África

Alguns anos depois dos acontecimentos na Índia, em 1955, 29 países, sendo 23 africanos e 6 asiáticos, se reuniram em Bandung, na Indonésia, para discutir a posição dos novos Estados na ordem mundial bipolar, característica da Guerra Fria.

Além da política de não alinhamento automático a nenhuma das duas superpotências, os países presentes na Conferência afirmaram seu direito à autodeterminação e o repúdio a todas as formas de colonialismo. Nesse sentido, o principal resultado da Conferência de Bandung foi o impulso dado aos movimentos de independência no continente africano. 

Os processos de descolonização na África se deram, principalmente, a partir da pressão de movimentos de dentro das colônias. Contudo, esses movimentos não possuíam atuação uniforme, por isso fizeram uso de estratégias diferentes para conquistar a independência de seus países.

Alguns desses movimentos desencadearam conflitos militares contra as metrópoles, como no caso das antigas colônias da Argélia, Congo Belga e África Oriental, contra França, Bélgica e Inglaterra, respectivamente, que resultaram na criação de novos países.

Em outros prevaleceram as negociações diplomáticas, que inclusive preservaram interesses econômicos das metrópoles. Dentre os diferentes casos, também cabe destacar as colônias portuguesas, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, que conquistaram sua independência entre 1973 e 1975, algumas das últimas do continente africano.

Nesse contexto, observamos que os conflitos internos existentes em Portugal, que culminaram na Revolução dos Cravos, derrubando a ditadura portuguesa, contribuíram com a luta dos movimentos de libertação desses países africanos.

Apesar de terem conquistado a independência de seus países, os movimentos de libertação africanos foram marcados por diversos conflitos internos, o que acabou por estimular guerras civis e processos de segregação.

As próprias fronteiras artificiais estabelecidas pelas potências coloniais no século XIX, que não respeitavam traços étnicos e culturais, contribuíram com o surgimento desses conflitos.

         O resultado é que, apesar de conquistarem sua independência administrativa, esses países africanos continuaram, em maior ou menor grau, dependentes das antigas potências coloniais, bem como reféns de disputas internas que restringiram seu potencial de desenvolvimento. 

Disponível em: https://querobolsa.com.br/enem/historia-geral/descolonizacao-da-africa-e-da-asia Acesso em 14 de out. de 2021.

 

7. Ainda durante o século XIX, diversos países europeus utilizaram seu poder militar e força econômica para implantar um domínio imperialista sobre outros países, em especial na África e na Ásia. Como ficou conhecida essa política, qual foi o período de duração e o que ela ocasionou?

8. Alguns anos depois dos acontecimentos na Índia, se reuniram em Bandung, na Indonésia, para discutir a posição dos novos Estados na ordem mundial bipolar, característica da Guerra Fria. Além da política de não alinhamento automático a nenhuma das duas superpotências, os países presentes na Conferência afirmaram seu direito à autodeterminação e o repúdio a todas as formas de colonialismo. Qual foi o principal resultado dessa conferência?

9. Não apenas os movimentos internos de libertação nas áreas coloniais reclamavam sua independência, como a existência de colônias era considerada incompatível com os princípios defendidos pelas mesmas potências coloniais na esfera internacional, como na Declaração de Direitos Humanos, promulgada pela ONU em 1948, por exemplo. Diante desse contexto, elenque as causas principais que levaram aos processos de descolonização a partir da década de 1940.

10. Descreva com suas palavras como se deu o processo de descolonização da África e qual foi o seu resultado.

Disponível em: https://static.todamateria.com.br/upload/de/sc/descolonizacaocharge-cke.jpg Acesso em 14 de out. de 2021.

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