ATIVIDADE 18 -Escravidão em diferentes temporalidades e espaços: senhores e servos no mundo antigo e no medieval. - 22/10/2021

Leia o trecho do texto a seguir:


Organização do trabalho – escravidão


Desde milênios, em todos os cantos do mundo, a escravidão foi uma prática comum e aceita por diversos povos. Somente a partir do século XIX é que o comércio de pessoas passou a ser criticado, e em muitas regiões foi abolido (pelo menos legalmente). Hoje em dia, apesar da existência de milhões de indivíduos ainda trabalhando como pessoas escravizadas, tal situação é considerada um crime pela comunidade internacional.
Mas o que é ser um escravo? Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, em sua primeira acepção, escravo é “quem ou aquele que, privado da liberdade, está submetido à vontade absoluta de um senhor, a quem pertence como propriedade”. Dessa forma, o escravo, sendo uma propriedade, pode ser vendido, emprestado, alugado e até morto, segundo as necessidades do seu senhor.
A escravidão foi praticada por diversos povos durante toda a história, de modos diferentes e específicos. Na Roma Antiga, toda produção das grandes fazendas, todo serviço nas obras públicas (incluindo as diversões nas arenas de gladiadores) recaía sobre a massa de escravos e por isso chamamos a civilização romana de civilização escravista. Portanto, nem sempre a escravidão foi baseada numa diferença étnica.
A escravidão existiu na Ásia, na Europa, nas Américas e na África. Muitos dos povos africanos utilizavam escravos para os mais diversos fins, e como cada povo africano tem sua própria organização política, econômica e social, a escravidão na África se desenvolveu de muitas formas. Podemos dizer que existia na África uma escravidão doméstica, e não uma escravidão mercantil, ou seja, entre vários povos africanos, o escravo não era uma mercadoria. O comércio de pessoas se intensificou no século VII, quando os árabes conquistaram o Magreb e o leste africano. Os árabes eram grandes mercadores de escravos, e conseguiam suas mercadorias humanas em diversas regiões: Espanha, Rússia, Oriente Médio, Índia e África Apesar de o comércio de escravos já ser praticado na África, foi com a chegada dos
portugueses nesse continente que o tráfico escravista se configurou na maior migração forçada de povos da história. A partir de então, em pleno processo de Expansão Marítima, os portugueses avançaram em direção ao sul, na costa atlântica da África, em busca de riquezas para serem comercializadas e foram descobrindo o comércio de escravos. Num primeiro momento, o comércio de gente não interessou aos navegadores portugueses, já que a Europa não tinha necessidade de mão de obra escrava.

Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/historia-da-escravidao-exploracao-do-trabalho-escravo-na-africa.htm Acesso em 22 de set
de 2020. (adaptado)

Você sabia que:
Sempre utilizamos o termo escravo quando nos referimos, principalmente, aos negros africanos submetidos ao trabalho escravo, não é mesmo? Entretanto, atualmente, o termo correto é “escravizado”. Sabe por quê? Escravizado indica com mais propriedade que o negro era submetido, portanto contra a sua vontade, ao trabalho escravo. O termo escravo deixa subentendido que a escravidão era inerente ao negro. Se a pessoa fosse negra automaticamente ela era escrava.

1.Destaque no texto todas as palavras “escravo” que você encontrar. Depois leia o texto outra vez utilizando o termo “pessoa escravizada” no lugar de escravo. Agora escolha uma frase com a palavra “escravo” e reescreva-a substituído pelo termo “pessoa escravizado” e nos conte se você sentiu a diferença de sentido.

2. Desde milênios, em todos os cantos do mundo, a escravidão foi uma prática comum e aceita por diversos povos. Em relação a forma de escravidão, em diferentes temporalidades e espaços, assinale (V) para as alternativas verdadeira e (F) para as falsas.
a) ( ) Pessoa escravizada é quem ou aquele que, privado da liberdade, está submetido à vontade absoluta de um senhor, a quem pertence como propriedade.
b) ( ) A escravidão foi praticada por diversos povos durante toda a história, de modos diferentes e específicos.
c) ( ) Roma Antiga, foi considerada uma civilização romana escravista.
d) ( ) Sempre a escravidão foi baseada nas diferenças étnicas.
e) ( ) Na África inicialmente, a escravidão era mais mercantil, e depois se tornou doméstica , ou seja, entre vários povos africanos, o escravo não era considerado uma mercadoria.
f) ( ) Com a chegada dos portugueses na África que o tráfico escravista se configurou na maior migração forçada de povos da história.

A economia feudal

Uma economia de base agrária


A agricultura era a fonte de sustento da maior parte da população. As aldeias e domínios tendiam a ser autossuficientes, ou seja, a produzir quase tudo que era necessário ao consumo dos moradores. A base da alimentação os eram cereais, especialmente o trigo e a aveia, as verduras e os leguminosas. Alguns trabalhadores criavam galinhas, bois, carneiros e outros animais, que proporcionavam leite, ovos, queijos e lã. Embora a agricultura de subsistência
tenha sido a base da economia feudal, o comércio e o artesanato não desapareceram.


A organização do senhorio


A propriedade agrícola senhorial era chamada de senhorio. A produção do senhorio tendia à autossuficiência, ou seja, as terras forneciam os alimentos e outros artigos necessários à sobrevivência dos moradores: ferramentas, vestiário e utensílios domésticos.
Entre os séculos XI e XIII, os senhorios dividiam-se em reserva senhorial, ou manso servil, manso servil e terras comunais. Veja na ilustração a seguir como se organizava o senhorio.

Manso comum


Os produtos retirados dessas terras eram de uso tanto dos servos quanto dos senhores. As terras comunais eram constituídas de pastos para criar os animais e de florestas e baldios, onde os camponeses colhiam frutos e raízes, extraiam a madeira e o mel. A caça nas florestas era exclusiva dos senhores. No senhorio, em geral, também havia celeiros para armazenar a colheita; um moinho para triturar os grãos; e o forno para assar os pães.

Manso Servil

Terras destinadas aos servos. Nelas os servos produziam o que era necessário para a sua sobrevivência devendo em troca cumprir uma série de obrigações para com o senhor.

Manso senhorial

Os produtos dessas terras pertenciam exclusivamente ao senhor. Nelas trabalhavam servos e outros camponeses. Ali se produzia tudo o que o senhor necessitava para manter sua
família e outros dependentes.

A agricultura e o trabalho servil

Os servos produziam para base de abastecer todo a sociedade e pagavam tributos pela utilização da terras dos senhores, como a corveia, a talha, a capacitação e as banalidades.

  • Corveia – Os servos deveriam cultivar as terras da reserva senhorial de duas a três vezes por semana, sem ganhar nada por isso. Tudo que produziam era apropriado pelo senhor.
  • Talha – Os servos entregavam ao senhor uma parte do que produziam no Manso servil. Em geral, o tributo variava entre 30% e 40%.
  • Capacitação – Imposto por cabeça (per capita, em latim), que recaía sobre cada servo que morava no feudo.
  • Banalidades – Para utilizar as instalações da reserva senhorial, como o forno e o moinho, os servos entregavam ao senhor uma parte da produção.
  • Os servos tinham ainda outras obrigações ocasionais. Por exemplo, nas viagens que os senhores faziam pelas aldeias, os servos tinham de oferecer alimentação e hospedagem.

Vassalagem e suserania

Vassalagem e suserania formavam um sistema socioeconômico da Idade Média entre um vassalo e seu suserano. Nesta relação de reciprocidade, o vassalo recebia terra, objetos materiais ou até mesmo um castelo de seu suserano. Em troca, o vassalo devia oferecer fidelidade absoluta e proteção ao seu suserano. O vassalo recebia sua porção de terra e em troca deveria dar praticamente tudo o que plantava ao suserano. Comia o mínimo, sempre obedecendo o nobre.

O comércio medieval

O comércio era escasso, mas foi praticado durante toda a Idade Média na proximidades dos castelos. O uso de dinheiro nessas transações comerciais era reduzido, pois prevalecia a troca direta de produtos, chamada escambo.
O comércio também foi muito desigual em toda a Europa. Na região da Escandinávia, onde hoje estão Noruega, Suécia e Finlândia, e na Península Itálica já havia, no século X, centros de comércio de longa distância com mercadores europeus e orientais.


Disponível em: https://issuu.com/ed_moderna/docs/arariba-historia-amostra/76 Acesso em 01 de out de 2021.

3. Explique com suas palavrar qual era a base da economia feudal e como ela era organizada.

4. A propriedade agrícola senhorial era chamada de senhorio. Eles se dividiam em três mansos. Complete o quadro a seguir indique qual é o manso ou qual é sua especificação.

5. Os servos produziam para abastecer toda a sociedade e pagavam tributos pela utilização das terras dos senhores, como corveia, a talha, a capitação e as banalidades. Associe cada um destes tributos a suas especificações.
a) Corveia
b) Talha
c) Capitação
d) Banalidades

( ) Imposto por pessoa que morava no feudo.

( ) Para utilizar instalações como forno e moinho o servo tinha que entregar parte de suas produções.

( ) Os servos entregavam ao senhor parte do que produziam no manso servil. De 30% e 40%.


( ) Os servos deviam cultivar as terras da reserva senhorial de duas a
três vezes por semana, sem ganhar nada por isso.

6. Caracterize como era as dinâmicas de abastecimento da economia feudal?

7. Observe as cenas do quadrinho a seguir. Como se chama a relação socioeconômica representada neles?

Disponível em: https://meugibi.com/img2016b2/85619_1.png. Acesso em: 01 de out. de 2021.

Servos
Os servos compunham a sociedade feudal, eram responsáveis pelo sustento de todas as ordens feudais e deviam subordinação ao seu senhor.

Os servos eram os responsáveis pela produção de riquezas no mundo feudal. Os camponeses eram os constituintes da base da sociedade feudal. Mesmo compondo a expressa maioria da população medieval,
esses eram subordinados à autoridade dos grandes proprietários de terra pelo sistema de servidão. Na condição de servos, esta classe de camponeses devia realizar todo o trabalho agrícola responsável pelo sustento de todas as ordens feudais.

É importante salientar que os servos não podem ser confundidos com escravos. Apesar de estarem subordinados ao trabalho imposto pelo seu senhor, um servo não poderia ser comercializado como um escravo. Além disso, vale destacar que o senhor feudal, por outro lado, tinha por obrigação garantir a eles proteção militar e o oferecimento de terras para a agricultura.
Do ponto de vista social, podemos observar que a força de trabalho destes camponeses era sistematicamente explorada pelos senhores feudais. Essa relação desigual pode ser justificada pelo fato do servo, além de ceder parte de seu tempo no cultivo das terras de seu senhor, também devia oferecer uma parte de sua produção para o pagamento das chamadas obrigações feudais.
Os servos usavam as terras para a prática da agricultura, mas todas as terras pertenciam aos proprietários, os senhores feudais. Os trabalhos nos campos eram executados pelos servos e pelos vilões (trabalhadores livres); quase não existiam escravos, pois a Igreja condenava a escravidão.
Os servos possuíam obrigações com os senhores feudais, tinham que pagar impostos, como a corveia (trabalhavam sem remuneração por alguns dias da semana em troca de proteção) e as banalidades (taxas que os servos pagavam para utilizar o moinho, o forno, o celeiro, entre outros, que eram propriedades do senhor feudal).
A condição subordinada dos servos camponeses se mantinha estável na medida em que existia um forte discurso religioso que justificava essa condição. Para a Igreja, as condições de vida servis eram o simples resultado dos desígnios divino. Dessa maneira, os camponeses acreditavam que as penúrias da vida cotidiana pudessem ser futuramente recompensadas pelo conforto de uma vida nos céus.
De fato, o trabalho dos camponeses era cercado por uma série de dificuldades a serem extrapoladas. A precariedade das terras e as limitações técnicas do plantio resultavam em uma produção agrícola nem sempre capaz de atender as necessidades básicas do camponês e de seus familiares. Por isso, podemos observar que a coleta de frutos silvestres, a pesca e as atividades de caça incrementavam a dieta camponesa.
No século XIV, a diminuição da produção agrícola e a consequente falta de alimentos estabeleceram várias revoltas camponesas. Em geral, reivindicando a redução das obrigações feudais e maiores parcelas das colheitas, vários servos ordenaram atos de violência contra senhores feudais. Conhecidas como jacqueries, esses levantes tiveram grande presença na Bélgica e na França.

Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/servos.htm. Acesso em: 01 de out. de 2021

8. É importante salientar que os servos não podem ser confundidos com escravos. Com suas
palavras relate eram as principais diferenças entre os escravos (pessoas escravizadas) e os
servos?

9. Como era a relação de trabalho entre os servos e seus senhores?

10. Os trabalhos nos campos eram executados pelos servos e pelos vilões. Quem eram os vilões?

11. Observe a imagem a seguir:

  • O que as pessoas estão fazendo?
  • Como estão o semblante das pessoas?
  • Pelas expressões dos personagens, você imagina que o trabalho dos servos era leve ou pesado?

Agora com base nos textos e nas suas observações, elabore um pequeno texto sobre como era o trabalho e a vida dos servos no período feudal.

12. Entreviste a pessoa que é responsável pelo sustento da sua casa com os seguintes

questionamentos:

  • Quantas horas ela trabalha por semana?
  • Quanto ela ganha por hora ou mês trabalhado?
  • Ela é um trabalhador livre ou escravo?
  • O que ela ganha é suficiente para pagar todas as contas da casa?
  • Ela tem noção de quanto de imposto é descontado na sua folha salarial?
  • Ela acha justo os descontos?

13. Ainda hoje temos que pagar alguns impostos e tributos, agora não mais a um senhor, mas ao Estado. Os recursos arrecadados pelos governos são revertidos para o bem comum, para investimentos e custeio de bens e serviços públicos, como saúde, segurança e educação. Pesquise junto as pessoas de sua família sobre os impostos que eles pagam e relacione pelo menos três tipos destes impostos e especifique cada um deles.

Se for possível, clique aqui para baixar ou imprimir sua atividade.