ATIVIDADE 19 – Romances juvenis; Análise das formas de composição de textos narrativos; Efeitos de sentido em palavras e expressões denotativas e conotativas e em advérbios. - 05/11/2021

ROMANCE JUVENIL

Embora a palavra “romance” seja muitas vezes utilizada para designar uma experiência de cunho amoroso, quando se trata de literatura, sua definição é outra.

Histórias famosas da literatura clássica, como Dom Casmurro ou Guerra e paz, até best-sellers contemporâneos, como A culpa é das estrelas foram escritas na forma do romance e não necessariamente envolvem pares amorosos. Mas afinal, o que significa o termo “romance” para a literatura?

O romance é uma obra literária que apresenta narrativa em prosa, normalmente longa, com fatos criados ou relacionados a personagens, que vivem diferentes conflitos ou situações dramáticas, numa sequência de tempo relativamente ampla.

Imagem disponível em: https://cdn.euroinnova.edu.es/img/subidasEditor/lz-1619825440.webp Acesso 13 de out. 2021.

Um romance pode contar diferentes tipos de história, podendo ser denominado de “romance policial”, “romance de aventuras”, “romance regional”, “romance histórico”, “romance urbano”, “romance indianista” etc.

Romantismo é o nome que se dá ao movimento literário que começou no final do século XVIII e vigorou até a metade do século XIX. Romântico é aquilo que se refere ao Romantismo como movimento literário. Ex.: Castro Alves foi um poeta romântico.

Fora do campo literário, o termo romance ganhou o significado de “caso de amor”, uma situação que envolve pessoas apaixonadas. Romance juvenil é o nome que se dá aos romances com linguagem e temática voltadas para o público jovem e adolescente.

ESTRUTURA E CARACTERÍSTICAS DO ROMANCE

O romance pertence ao gênero narrativo da literatura, pois apresenta uma sequência de fatos interligados que ocorrem ao longo de certo tempo. A marca principal desse tipo de texto é a relação temporal que se estabelece entre os fatos, mesmo que não sejam narrados na sequência temporal em que ocorreram, é sempre possível reconstituir essa sequência.

Um romance apresenta quatro elementos em sua estrutura: narrador, personagem, enredo e tempo.

  • Narrador – aquele que conta o que aconteceu na história. Ele faz parte da narrativa, é um elemento da estrutura, não devendo ser confundido com o autor. O narrador pode ser uma das personagens e relacionar-se com outras. Nesse caso é um narrador em primeira pessoa.
  • Personagens – são os elementos do texto que praticam as ações e provocam o desenvolvimento da história. São representações fictícias de seres humanos, que podem ser descritos do ponto de vista físico e psicológico. A personagem principal de um romance é chamada de protagonista.
  • Enredo – é o nome que se dá a sequência dos fatos da narrativa. A palavra enredo vem de rede, o que sugere um entrelaçamento de fatos. O enredo apresenta situações de conflito e a partir dele se chega ao tema, que é o motivo central do texto.
  • Tempo – as ações das personagens acontecem no tempo. Num romance pode existir o tempo cronológico e o tempo psicológico. O tempo cronológico é o tempo exterior, marcado pela passagem das horas, dos dias etc. Os fatos do enredo podem ser organizados numa sequência de antes e depois, isto é, numa sucessão temporal. O tempo psicológico é o tempo interior aquele que transcorre dentro das personagens. Por ser subjetivo, não pode ser medido ou calculado. É o tempo da memória, das reflexões.

Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/romance.html  Acesso em 20 de out. de 2021.

Disponível em: https://www.significados.com.br/romance/ Acesso em 20 de out. de 2021

O texto a seguir é um fragmento do romance juvenil Meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcellos. O livro narra a história de Zezé, um menino de cinco anos que pertencia a uma família muito pobre e muito numerosa.

O trecho que se segue apresenta um diálogo entre o protagonista e sua professora, D. Cecília Paim.

Vamos à leitura

MEU PÉ DE LARANJA LIMA

Tudo ia muito bem quando Godofredo entrou na minha aula. Pediu licença e foi falar com D. Cecília Paim (…) Depois saiu. Ela olhou para mim com tristeza.

Quando terminou a aula, me chamou:

 – Quero falar uma coisa com você, Zezé. Espere um pouco.

Ficou arrumando a bolsa que não acabava mais. Se via que não estava com nenhuma vontade de me falar e procurava a coragem entre as coisas. Afinal se decidiu.

– Godofredo me contou uma coisa muito feia de você, Zezé. É verdade?

Balancei a cabeça afirmativamente.

– Da flor? É, sim senhora.

– Como é que você faz?

Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/fotos/literatura,o-meu-pe-de-laranja-lima-em-hq,1066849 Acesso em 25 de out. de 2021.

– Levanto mais cedo e passo no jardim da casa do Serginho. Quando o portão está só encostado, eu entro depressa e roubo uma flor. Mas lá tem tanta que nem faz falta.

– Sim. Mas isso não é direito. Você não deve fazer mais isso. Isso não é um roubo, mas já é um “furtinho”.

– Não é não, D. Cecília. O mundo não é de Deus? Tudo o que tem no mundo não é de Deus? Então as flores são de Deus também…

Ela ficou espantada com a minha lógica.

– Só assim que eu podia, professora. Lá em casa não tem jardim. Flor custa dinheiro… E eu não queria que a mesa da senhora ficasse sempre de copo vazio.

VASCONCELOS, José Mauro de. O meu pé de laranja lima… (p.76.)

Disponível em: http://projetoseeduc.cecierj.edu.br/eja/recurso-multimidia-professor/portugues/novaeja/m1u06/lendo-memorias-diretas-atividade-1.pdf Acesso: em 20 de out. de 2021

Atividades

1.Um texto narrativo é construído por meio do diálogo entre as personagens. A história é contada a partir das ações envolvidas. Por isso, as personagens são fundamentais para a composição de uma narrativa. Quais as personagens aparecem nesse trecho do romance?

2. Considerando o que você conhece sobre o romance e o trecho que você leu, quem é o(a) protagonista dessa história?

3. “Tudo ia muito bem”. É dessa forma que o texto se inicia. Mas, logo em seguida, há um problema. Qual seria o fato que representa o conflito dessa narrativa?

4. D. Cecília, a professora, descobriu algo ruim sobre Zezé. Como ela descobriu e qual foi a reação dela ao saber da história?

5. Qual foi a reação de Zezé quando a professora lhe chamou a atenção? Que argumentos ele usou para se defender?

6. Sabemos que quando um autor vai construir as características físicas de uma personagem, ele pode se referir à cor dos olhos, cabelo e pele, estatura, como se veste. Já as características psicológicas falam do temperamento, modo de ser, de falar da personagem. Quais as características psicológicas do protagonista podemos evidenciar nesse texto?

7. Em “- Levanto mais cedo e passo no jardim da casa do Serginho. Quando o portão está só encostado, eu entro depressa e roubo uma flor. ”, as palavras destacadas expressam ideia de

a) (  ) tempo.c) (  ) lugar.
b) (  ) oposição.d) (  ) afirmação.

8. O foco narrativo de um texto se define pela perspectiva por meio da qual o narrador opta para relatar os acontecimentos inerentes ao enredo, ele pode não somente ter conhecimento, mas participar da história – narrador personagem, fatos narrados em primeira pessoa; ou apenas ter conhecimento, sem se envolver na história, nesse caso, os fatos são narrados em terceira pessoa – narrador observador. O trecho do texto apresenta foco narrativo em

a) (  ) primeira pessoa.(  ) terceira pessoa.

9. O fragmento do texto que comprova o foco narrativo em primeira pessoa é

a) (  ) – Da flor? É, sim senhora.

b) (  ) – Como é que você faz?

c) (  ) – Levanto mais cedo e passo no jardim da casa do Serginho.

d) (  ) Mas lá tem tanta que nem faz falta.

10. Em “- Sim. Mas isso não é direito. Você não deve fazer mais isso. Isso não é um roubo, mas já é um “furtinho”. Ao proferir a palavra “furtinho” a professora intenciona

a) (  ) agravar o ato de Zezé.c) (  ) comparar o ato de Zezé.
b) (  ) amenizar o ato de Zezé.d) (  ) duvidar do ato de Zezé.

11. “Ficou arrumando a bolsa que não acabava mais. Se via que não estava com nenhuma vontade de me falar e procurava a coragem entre as coisas.” Os verbos destacados no texto demonstram que as ações das personagens ocorreram em um tempo

(  ) presente.

(  ) passado.

(  ) futuro.

12. No discurso direto, o narrador descreve as falas dos personagens da maneira que elas acontecem. E para reproduzir esse diálogo ele precisa recorrer a alguns sinais de pontuação, de modo a deixar bem claro para o leitor as reais intenções das pessoas envolvidas na conversa, isto é, quando exclamam, interrogam, interrompem um pensamento e depois o retoma, entre outras. Cite um exemplo de discurso direto do texto:

13. “Lá em casa não tem jardim. Flor custa dinheiro… E eu não queria que a mesa da senhora ficasse sempre de copo vazio.” Nesse trecho, as palavras destacadas expressam ideia de

a) (  ) tempo.b) (  ) oposição.c) (  ) lugar.d) (  ) afirmação.

14. Em “- Godofredo me contou uma coisa muito feia de você, Zezé. É verdade?”, o ponto de exclamação é usado para expressar uma

(  ) conclusão.(  ) admiração.c) (  ) afirmação.d) (  ) dúvida.


LINGUAGEM DENOTATIVA E CONOTATIVA

conotação e a denotação são manifestações da linguagem que estão relacionadas com os significados das palavras ou expressões de um enunciado.

Quando uma mensagem está em sentido literal, ou seja, de acordo com o significado do dicionário, ela é chamada de denotativa. Observe a tirinha a seguir

Disponível em: https://scontent-gig2-1.xx.fbcdn.net/v/t1.6435-9/116911484_3290425901023001_4697182908200795822_n.jpg?_nc_cat=104&ccb=1-5&_nc_sid=9267fe&_nc_ohc=BmOWTeEQPk8AX9MWUTA&_nc_ht=scontent-gig2-1.xx&oh=c7034fa3981f77330d3d69ea23653a0f&oe=619F3A0F   Acesso em 20 de out. de 2021.

Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/468304061230517615/ Acesso em 20 de out. de 2021.

Por outro lado, se uma mensagem possui um sentido mais subjetivo e figurado, dizemos que ela é conotativa.

Disponível em: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/HzdugNGecHMDdJW6lScJ1LHZPU-tYDEsO64hoqap3I3YaLhifW0GYfqyMeX3TL1uAxMqmf3kWFNHPEDUtOxSPwGXGhPN7dGIQiuWrwTwczy0H2qBifUatXieouLvQTSjFJaWCDuhMyTfkJwjZZePHmBl3EDn4KkIcyw-sGU Acesso em 20 de out. de 2021

O que significa, por exemplo, engolir um sapo? “Engolir um sapo” é uma expressão conotativa que revela suportar uma contrariedade sem reagir ou sem demonstrar desagrado.

Resumindo:

  • Denotação: emprego do sentido real, literal das palavras e expressões.
  • Conotação: emprego do sentido subjetivo, figurado das palavras e expressões.

Imagem disponível e: http://3.bp.blogspot.com/-Ig8DLvSk7SM/UrOW5UTEQNI/AAAAAAAAAaM/5SZ6nUH8ZG8/s1600/sapos.JPG Acesso em 20 de out. de 2021.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/conotacao-e-denotacao/ Acesso em 20 de out. de 2021.

Exemplos de sentido conotativo e sentido denotativo

  • cachorro da vizinha fugiu essa manhã. (sentido denotativo)
  • Aquele homem é um cachorro. (sentido conotativo)

Nas orações acima, podemos notar que a palavra “cachorro” é utilizada em dois sentidos diferentes: denotativo e conotativo.

Na primeira frase, a palavra “cachorro” está empregado de forma denotativa, ou seja, no sentido real e original do termo: animal doméstico. Já na segunda frase, o termo está no sentido conotativo, uma vez que se refere ao caráter do homem “cachorro”: mulherengo ou infiel.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/conotacao-e-denotacao/ Acesso em 20 de out. de 2021.

15. Qual tipo de linguagem foi utilizada nas frases a seguir? Para responder, utilize (D) para sentido DENOTATIVO ou (C) para sentido CONOTATIVO.

a) (  ) “Quando o portão está só encostado, eu entro depressa e roubo uma flor.”

b) (  ) Ela quer roubar o meu coração.

c) (  ) “- Levanto mais cedo e passo no jardim da casa do Serginho.”

d) (  ) O seu coração é um jardim florido.