ATIVIDADE 20 – O imperialismo europeu e a partilha da África e da Ásia - 22/11/2021




Colonialismo: refere-se à exploração colonial compreendida pelos europeus no século XV e XVI, em que a metrópole controla todas as relações comerciais da colônia;

Neocolonialismo: O neocolonialismo foi um ciclo imperialista que levou os países europeus a ocuparem a África e a Ásia, transformando esses territórios em suas colônias. Assim, representa a nova corrida colonial, realizada pelos países mais ricos da Europa, Japão e Estados Unidos durante o séc. XIX, através de um grande volume de capital investido nos países, fazendo com que sejam capazes de gerar enormes lucros; Baixa remuneração nos países mais pobres; A ocupação desses continentes aconteceu no processo de crescimento industrial vivenciado pela Europa após a Segunda Revolução Industrial, no século XIX. Os interesses das potências europeias pela África resultaram na realização da Conferência de Berlim, entre 1884-1885.


Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/1783509/ Acesso em: 08 de nov. de 2021

Movimentos de resistência ao neocolonialismo na África

O processo de neocolonialismo iniciou uma violenta ocupação do continente africano, o que foi respondido por movimentos de resistência surgidos em toda a África.

A partir da segunda metade do século XIX, iniciou-se o neocolonialismo, no qual as nações industrializadas da Europa passaram a ocupar e dominar o continente africano, implantando um grande processo de exploração da África. Esse processo – que está relacionado com o desenvolvimento do capitalismo – encontrou grande resistência em todo o continente africano.

Os movimentos de resistência africanos visavam expulsar os invasores europeus do continente

Contexto

Na segunda metade do século XIX, a Europa sofreu intensas transformações que resultaram em grandes avanços tecnológicos. A indústria europeia passou por um crescimento agudo em decorrência da utilização de novas fontes de energia. Houve avanços também na química, na tecnologia de comunicação, nos meios de transporte etc. Esse desenvolvimento tecnológico ficou conhecido como Segunda Revolução Industrial.

O desenvolvimento industrial desse período contribuiu para o crescimento e fortalecimento do capitalismo. Uma consequência direta desse processo foi o neocolonialismo, no qual as nações europeias, para dar suporte ao seu crescimento industrial, partiram para a ocupação dos continentes africano e asiático para obter fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores.

Assim, foi iniciada uma verdadeira corrida pela ocupação do território africano. Essa ocupação foi justificada pelas nações europeias como uma missão civilizatória, no entanto, esse discurso tinha como objetivo mascarar o real objetivo, que era impor uma intensa exploração econômica na África.

Uma das consequências desse interesse pelo território africano foi a realização da Conferência de Berlim, reunião que impôs as regras de ocupação e determinou algumas questões relativas ao domínio belga sobre o Congo e sobre a navegação dos rios Congo e Níger. Após a Conferência de Berlim, quase todo o continente africano havia sido ocupado (com exceção de Libéria e Etiópia).

Movimentos de resistência

A ocupação do continente africano pelas nações europeias não aconteceu pacificamente. Em todo o continente, explodiram movimentos de resistência que enfrentaram a dominação europeia. A vitória dos europeus sobre esses movimentos africanos ocorreu, principalmente, em decorrência de sua tecnologia superior, que lhe permitiram facilidades de comunicação e armamentos mais modernos. A seguir, destacamos algumas informações sobre os movimentos de resistência em diferentes partes do continente africano.

Egito

Na década de 1880, o Egito possuía um governo alinhado com os interesses otomanos (turcos) e britânicos. O governo liderado pelo quediva (governante instituído pelos otomanos) Tawfik enfrentou, a partir de 1881, uma revolução encabeçada pelo exército que visava libertar o Egito da crescente influência britânica. A chamada Revolução Urabista foi liderada pelo coronel Ahmad Urabi.

Esse movimento conseguiu destituir o quediva Tawfik. No entanto, Urabi não sabia que Tawfik havia solicitado ajuda aos britânicos. Pouco tempo depois, os britânicos invadiram o Egito (a invasão aconteceu em 1882), atacaram a cidade de Alexandria e derrotaram o movimento liderado por Urabi. A partir dessa derrota, a resistência egípcia foi enfraquecida e o Egito foi ocupado pelos britânicos até a década de 1950.

Somália

A Somália passou a ser disputada por Reino Unido, França e, posteriormente, Itália na segunda metade do século XIX. O interesse pelo país era, principalmente, pela sua proximidade com a Índia e outras regiões importantes da Ásia. Os chefes somalis realizaram uma série de acordos com os europeus com o objetivo de reduzir a influência europeia, no entanto, essa estratégia fracassou e os países europeus estenderam seu domínio sobre o interior da Somália.

Tempos depois, um movimento de resistência relacionado com o conceito de Jihad (guerra santa do Islã) surgiu sob a liderança de Sayyid Muhammad Abdullah Hassan. A luta de Hassan pela libertação da Somália do domínio europeu permaneceu até sua morte, em 1920, e serviu de inspiração patriótica para movimentos de independência que ocorreram mais tarde.

Líbia

Segundo Valter Roberto Silvério, na Líbia, o movimento de resistência contra a presença europeia teve maior duração. Esse país estava ocupado pelos otomanos quando foi repentinamente invadido pelos italianos em 1911. Os italianos exerceram um domínio precário sobre algumas cidades líbias e enfrentavam grande resistência no interior. O controle da Itália sobre a Líbia somente foi completamente estabelecido em 1932, durante o governo fascista de Benito Mussolini.

Madagáscar

O Reino de Madagáscar era independente até a década de 1880 e, liderado pelo primeiro-ministro Rainilaiarivony, passava por um processo de modernização. A intenção de Rainilaiarivony era garantir a independência e a soberania de Madagáscar ao transformá-la em um Estado “civilizado” aos moldes ocidentais.

Contudo, os interesses franceses sobre a ilha e a procura por eliminar a influência britânica na região levaram o governo francês a optar por invadir Madagáscar em 1883. O governo de Rainilaiarivony e o processo de modernização do país foram desmantelados pela colonização francesa. As intensas transformações que a sociedade malgaxe enfrentava acabaram por facilitar o domínio francês sobre esse território.

Madagáscar tentou garantir sua independência em duas guerras travadas contra os franceses, porém foi derrotada. Movimentos de resistência pipocaram na sociedade malgaxe constantemente até a década de 1920. A independência de Madagáscar só foi obtida oficialmente em 1960.


SILVA, Daniel Neves. “Movimentos de resistência ao neocolonialismo na África”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/movimentos-resistencia-ao-neocolonialismo-na-africa.htm. Acesso em 05 de nov. de 2021.

Partilha da África

Até a década de 1870, países europeus possuíam acordos econômicos com alguns reinos africanos e/ou controle parcial sobre algumas regiões. No entanto, a presença europeia na África tornou-se mais evidente a partir de três ações, que foram destacadas por Valter Roberto Silvério:

  • O interesse demonstrado pelo rei belga Leopoldo I (sucedido por seu filho Leopoldo II) no Congo (atual República Democrática do Congo) levou ao estabelecimento de uma associação para explorar esse território;
  • Expedições portuguesas promoviam a ocupação de territórios no interior de Moçambique;
  • Crescente presença francesa no Egito, Tunísia e Madagáscar.

A sucessão desses eventos desencadeou um grande interesse por territórios no continente africano por parte dos países europeus. A ocupação da África e as disputas por terras levaram os países europeus a organizarem a chamada Conferência de Berlim. Essa conferência, sugerida por Portugal, foi organizada pelo primeiro-ministro alemão Otto von Bismarck entre 1884-1885.

A conferência debateu questões relativas ao domínio belga sobre o Congo e à navegação dos rios Congo e Níger. Além disso, principalmente por ação do Reino Unido, foi estipulado que Portugal deveria abrir mão de suas demandas territoriais em relação a Angola e Moçambique. Por fim, o encontro dos países europeus organizou a ocupação de outros territórios. A Conferência de Berlim praticamente consolidou o domínio europeu sobre o continente africano.

Justificativas

A ocupação do continente africano pelas potências europeias foi justificada como uma missão civilizatória. As nações europeias argumentavam que levariam as benfeitorias da civilização ocidental: a modernidade tecnológica, o cristianismo e os conceitos de civilização que dariam fim à escravidão ainda existente em algumas partes da África.

Esse discurso, no entanto, era apenas um pretexto utilizado pelos países europeus para mascarar o real objetivo de impor um processo exploratório intenso sobre a África. A ocupação desse continente era também justificada a partir de teorias racistas muito comuns no século XIX.

Entre essas teorias racistas em voga, destacou-se o darwinismo social que, a partir de uma leitura incorreta da teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, defendia a ideia da existência de “raças humanas superiores”. Assim, por meio dessa leitura deturpada das ideias de Darwin, muitos argumentavam que a missão de levar a “civilização” aos “selvagens” africanos era um fardo do homem branco.

Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/neocolonialismo-na-africa-e-a-conferencia-berlim.htm Acesso em 08 de nov. de 2021.

Se possível assista aos vídeos

Imperialismo e resistência na África

Neocolonialismo

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XWYckBcuvqk  Acesso em 06 de nov. de 2021.

Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/historia/movimentos-resistencia-ao-neocolonialismo-na-africa.htm Acesso em 06 de nov. de 2021

ATIVIDADES

1.O Imperialismo foi praticado pelas grandes potências mundiais do século XV ao século XIX e ocorreu por meio de eventos históricos: o colonialismo, nos Séculos XV e XVI e o neocolonialismo a partir da segunda metade do século XIX. Qual é a diferença entre o conceito de colonialismo e neocolonialismo?

2. O quadro a seguir representa o processo de imperialismo na África e Ásia. Leia atentamente o quadro e responda quais foram as causas que motivaram estes dois eventos.

Disponível em: https://i.ytimg.com/vi/LCcJSTp5wTQ/hqdefault.jpg Acesso em 08 de nov. de 2021.

3. Desde a Antiguidade, civilizações com mais recursos buscavam invadir terras alheias a fim de garantirem mão de obra, matéria-prima e passagem para seus exércitos. Um desses recursos foi o imperialismo. Qual é a ideia ou o significado de imperialismo?

4. A Inglaterra foi considerada uma grande potência mundial nesse período e se tornou o país líder na nova onda de colonização devido sua posição em relação a Revolução Industrial. A Inglaterra conquistou diversas regiões na África e na Ásia. Quais foram os países asiáticos dominados pelos Ingleses? E quais foram os métodos utilizadas por eles nesses países?

Gravura europeia do século XIX mostra o chinês desesperado com a divisão da torta-China entre os imperialistas. A partir da esquerda: a Inglaterra, a Alemanha, a Rússia, a França e o Japão.

Disponível em: https://1.bp.blogspot.com/-NITX4irg0nE/Vkh_piflbmI/AAAAAAAAAa0/jIhbMMKs944/s1600/Imperialismo%2Bna%2BChina.jpg Acesso em 08 de nov. de 2021.

5. O processo de dominação imperialista, nem no período de colonialismo e nem posteriormente no neocolonialismo, aconteceu de forma pacífica como muitos autores ou textos apresentam. Aconteceram vários movimentos de resistências por meio de revoltas populares. Quais foram as principais revoltas que aconteceram durante a ocupação nos países asiáticos?

6. Marque a alternativa correta. Para justificar o processo de colonização os países imperialistas usavam alguns princípios ideológicos tais como: 

a) (   ) Levar civilização.

b) (   ) Levar infraestrutura.

c) (   ) Levar recursos financeiros.

d) (   ) Levar sanitarização.

7. O quadro a seguir é um quadro comparativo entre o colonialismo e o neocolonialismo. Com base no quadro assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

Disponível em:https://pt.slideshare.net/efzanoni/neocolonialismo-11950072 Acesso em 08 de nov. de 20021.

a) (  ) A principal área de dominação pelo colonialismo europeu se deu na África, Ásia e Oceania.

b) (  ) O neocolonialismo aconteceu durante na fase do capitalismo financeiro e monopolista industrial.

c) (  ) A burguesia foi a principal patrocinadora tanto do processo de colonialismo como do neocolonialismo.

d) ( ) As principais justificativas ideologias no período colonialista era a missão civilizatória e do neocolonialismo a expansão da fé cristã.

e) (   ) A garantia de mercado consumidores para os produtos industrializados foi um dos objetivos econômicos do colonialismo.

f) (   ) O controle dos mercados externos para investimentos de capitais excedentes era um dos objetivos do neocolonialismo.

8. A ocupação do continente africano pelas nações europeias não aconteceu pacificamente. Em todo o continente, explodiram movimentos de resistência que enfrentaram a dominação europeia. Quais foram os fatores que contribuíram para que os países europeus saíssem vitoriosos?  

9. A seguir, destacamos algumas informações sobre os movimentos de resistência em diferentes partes do continente africano. Associe o país às informações sobre o seu movimento de resistência.

a) Egito(   ) tentou garantir sua independência em duas guerras travadas contra os franceses, porém foi derrotada. Movimentos de resistência pipocaram na sociedade malgaxe constantemente até a década de 1920.
b) Somália(   ) foi o movimento de resistência contra a presença europeia que teve maior duração.  
c) Líbia(   ) movimento de resistência relacionado com o conceito de Jihad (guerra santa do Islã) era luta pela libertação do domínio europeu, e serviu de inspiração patriótica para movimentos de independência que ocorreram mais tarde.
d) Madagáscar (   ) chamada Revolução Urabista, liderada pelo coronel Ahmad Urabi, encabeçada pelo exército que visava libertar da crescente influência britânica.

10. A ocupação do continente africano pelas potências europeias foi justificada como uma missão civilizatória. Essa justificativa, no entanto, era apenas um pretexto utilizado pelos países europeus para mascarar o real objetivo de impor um processo exploratório intenso sobre a África. A ocupação desse continente era também justificada a partir de teorias racistas muito comuns no século XIX. Qual foi a teoria racista em voga e qual era o seu fundamento?

Se for possível, cliquei aqui para baixar ou imprimir sua atividade.