AULA 01/2023 – A questão do iluminismo e da ilustração: Iluminismo, racionalismo e os ideais burgueses. - 23/01/2023

Iluminismo e Liberalismo. Século das Luzes

O Iluminismo foi a corrente de pensamento dominante na Europa do século XVIII e defendeu o predomínio da razão sobre a fé, representando a visão de mundo da burguesia. Seus pensadores negavam as doutrinas absolutistas e mercantilistas e apoiavam valores liberais, tanto na política quanto na economia.

SÉCULO DAS LUZES

No século XVIII, a Europa viveu o ápice das transformações ideológicas e culturais iniciadas com o Renascimento nos séculos XV e XVI. Voltados para o estudo da sociedade e da natureza, os filósofos da época acreditavam que o uso da razão era indispensável para alcançar a verdade, base da compreensão dos fenômenos naturais e do funcionamento da sociedade. Por considerarem a necessidade de “iluminar o pensamento humano com a razão”, esses pensadores foram chamados filósofos iluministas.

Os importantes avanços econômicos, culturais e científicos levaram à crença de que o destino da humanidade era o progresso. O auge dessa efervescência se deu no século XVIII – o “século das luzes”. Além do racionalismo e do liberalismo, outro princípio iluminista é o anticlericalismo – posição política contrária ao poder da Igreja.

Os três nomes mais significativos do Iluminismo francês foram os filósofos Voltaire. Montesquieu e Jean-Jacques Rousseau. O primeiro, ligado à alta burguesia, era um crítico fervoroso do absolutismo, da nobreza e, principalmente, da Igreja. Na política, Voltaire foi um dos inspiradores do despotismo esclarecido. Rousseau era identificado com a baixa burguesia e com os trabalhadores miseráveis, posicionando-se a favor do Estado democrático e republicano. Trabalhou com a noção do bom selvagem, segundo a qual o homem nasce bom, mas depois é corrompido pela sociedade. Foi o maior ideólogo da Revolução Francesa.

OS MAIS IMPORTANTES PRINCÍPIOS DO ILUMINISMO

– A laicização do Estado, ou seja, a separação entre política e religião;

– A laicização do ensino, que tornou a educação responsabilidade do Estado, sem a interferência do clero;

– O combate à escravidão;

– A liberdade como direito natural e inalienável de todo ser humano;

– A igualdade jurídica, ou seja, o combate às diferenças entre as ordens sociais, antes legitimadas pelo Estado absolutista;

– O confisco das propriedades eclesiásticas, a limitação dos poderes inquisitoriais da Igreja e a concessão de liberdade religiosa aos súditos.

OS PRINCIPAIS PRECURSORES DO ILUMINISMO

– Francis Bacon (1561-1626). Propôs o método experimental para a conquista do conhecimento, que procura analisar detalhadamente as diversas circunstâncias em que ocorre um fenômeno e a relação entre elas.

– René Descartes (1596-1650). Defendia a razão como o único meio para atingir o verdadeiro conhecimento científico. Acreditava que a expressão “Penso, logo existo” era a base para a construção de verdades universais.

– John Locke (1632-1704). Considerado o “pai do liberalismo político” e o mais importante precursor do iluminismo, opunha-se à concentração de poderes nas mãos do rei e propunha que o poder legislativo representasse o verdadeiro poder do Estado.

– Isaac Newton (1642-1727). Com a teoria da gravitação universal, afirmou que o Universo é dirigido por leis físicas invariáveis.

OS PRINCIPAIS ILUMINISTAS DO SÉCULO XVIII

– Barão de Montesquieu (1689-1775). Apoiava a limitação da soberania dos reis e propunha a divisão dos poderes do Estado em legislativo, executivo e judiciário.

– Voltaire (1694-1778). Notabilizou-se como defensor da liberdade de expressão e combateu o absolutismo e a intolerância.

– Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). É considerado o pai da democracia. Defendia a ideia de que o homem é naturalmente bom, porém a sociedade o corrompe. Segundo Rousseau, as desavenças e as desigualdades entre os homens se iniciaram com a propriedade privada. Em 1762, escreveu O contrato social, no qual afirmava que somente os pactos sociais poderiam legitimar a autoridade.

– Denis Diderot (1713-1784) e Jean d’Alembert (1717-1783). Diderot dirigiu a elaboração e a publicação da Enciclopédia das ciências, artes e ofícios – ou apenas Enciclopédia – com a colaboração do matemático D’Alembert.

Contando com o trabalho de 120 autores, os enciclopedistas pretendiam agrupar na obra todo o conhecimento da época. Iniciada em 1751, foi concluída em 1772, mas sua divulgação foi proibida pelo governo francês e pela Igreja católica, que a incluiu no Índex (lista de livros proibidos).

DESPOTISMO ESCLARECIDO

O Iluminismo aterrorizava os soberanos. No entanto, alguns viram que, para se manter no poder, era preciso adotar reformas de cunho iluminista. Essa tentativa de modernização ficou conhecida como despotismo esclarecido. Seu objetivo era aliviar as tensões entre a nobreza e a burguesia e preservar as monarquias absolutistas europeias.

Algumas das medidas adotadas por esses governantes foram a limitação do poder da Igreja Católica e a redução dos privilégios da aristocracia e do clero. Os principais déspotas esclarecidos foram Frederico II, da Prússia; o marquês de Pombal, ministro de dom José I, de Portugal; Catarina II, da Rússia; e José II, da Áustria. Apesar das mudanças, a participação política da burguesia e do povo continuava limitada, o que levaria a revoltas, entre elas a Revolução Francesa, em 1789.

  Características do Iluminismo

  • Racionalismo: a Razão surge no Iluminismo como uma propriedade humana. Assim, por meio dela é que é possível desvendar o mundo, ou seja, lançar uma luz – daí o nome “Iluminismo” – nos fenômenos naturais.
  • Cientificismo: com o Iluminismo, a ciência é contraposta à religião, sendo considerada a forma mais confiável e verdadeira de conhecimento.
  • Progresso: por meio da Razão e da ciência, a humanidade seria capaz de se aprimorar e alcançar cada vez mais um estado aperfeiçoado. Por essa razão, os tempos passados dominados pela Igreja Católica foram chamados de “séculos das trevas”.
  • Liberalismo: uma das maiores críticas do movimento burguês contra o sistema monárquico é a concentração de privilégios nas mãos de poucos. Na ideia liberal, todos os indivíduos devem ser iguais, liberando-os das tradições e das amarras sociais.
  • “Liberdade, igualdade e fraternidade”: esse é um lema conhecido da Revolução Francesa. A frase mostra a força que os ideais iluministas tiveram para desencadear tais mudanças sociais.
  • Virtudes: os filósofos iluministas são também conhecidos por pensarem a respeito das virtudes humanas. Nesse sentido, o ser humano passa o centro da reflexão, substituindo a figura de Deus.
  • Modernidade: o momento de apogeu do Iluminismo foi considerado o “século das luzes”, em contraposição aos “séculos das trevas” passados. Desse modo, o pensamento iluminista situa o momento atual como o mais moderno, e o passado como sempre uma versão atrasada do presente.

Disponível em: http://www.tancredoprofessor.com.br/conteudo/57/iluminismo-e-liberalismo.-seculo-das-luzes.Acesso em: 09 de nov de 2020.

ATIVIDADES

1.Observe a imagem: Depois da leitura do texto, conceitue o Iluminismo e justifique por que este período foi denominado o século das luzes.

 

Disponível em: https://pt.slideshare.net/SimonePBaldissera/iluminismo-13915960 Acesso em: 09 de nov de 2020.

Depois da leitura do texto, e a observação da imagem, conceitue o Iluminismo e justifique por que este período foi denominado o século das luzes.

2. Sobre as bases e a origem do Iluminismo, das alternativas a seguir, Marque (V) para as que julgar verdadeiras e (F) para as falsas.

a) (  ) O Renascimento, a Reforma Religiosa, a expansão marítimo-comercial e a ascensão da burguesia foram movimentos isolados na Europa e nada influenciaram nas bases do Iluminismo.

b) (  ) O racionalismo método científico, estabeleceu a razão como único caminho para o conhecimento.

c) (   ) Segundo o pensamento iluminista, o avanço do conhecimento só poderia se dar pela via do racionalismo abstrato.

d) ( ) John Locke partia de verdades básicas – axiomas – para atingir conhecimentos mais amplos. Seu primeiro axioma ficou famoso: “Penso, logo existo”.

e) (  ) O racionalismo, o liberalismo e o anticlericalismo foram alguns dos princípios iluminista.

3. Os nomes mais significativos do Iluminismo francês foram os filósofos Voltaire, Montesquieu, Jean-Jacques Rousseau e Denis Diderot. No quadro a seguir escreva as principais contribuições de cada um deles.

4. Dos principais precursores do iluminismo qual deles foi considerado o “pai do liberalismo político” e qual era sua principal oposição e proposição?

5. Em que consistia o Despotismo esclarecido?

6. Sobre as características do Iluminismo, relacione cada característica em suas devidas especificações, para isso enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.

a) Liberalismo(   )  Razão surge no Iluminismo como uma propriedade humana. Assim, por meio dela é que é possível desvendar o mundo, ou seja, lançar uma luz – daí o nome “Iluminismo” – nos fenômenos naturais.
b) “Liberdade, igualdade      fraternidade”:(  ) A ciência é contraposta à religião, sendo considerada a forma  mais confiável e verdadeira de conhecimento.
c) Virtudes(  )  Por meio da Razão e da ciência, a humanidade seria capaz de se aprimorar e alcançar cada vez mais um estado aperfeiçoado. Por essa razão, os tempos passados dominados pela Igreja Católica foram chamados de “séculos das trevas.
d) Modernidade(  ) Esse é um lema conhecido da Revolução Francesa. A frase mostra a força que os ideais iluministas tiveram para desencadear tais mudanças sociais.
e) Progresso(  ) Uma das maiores críticas do movimento burguês contra o sistema monárquico é a concentração de privilégios nas mãos de poucos. Na ideia liberal, todos os indivíduos devem ser iguais, liberando-os das tradições e das amarras sociais.
f) Cientificismo(  ) Os filósofos iluministas são também conhecidos por pensarem a respeito das virtudes humanas. Nesse sentido, o ser humano passa o centro da reflexão, substituindo a figura de Deus.
g) Racionalismo(  ) O momento de apogeu do Iluminismo foi considerado o “século das luzes”, em contraposição aos “séculos das trevas” passados. Desse modo, o pensamento iluminista situa o momento atual como o mais moderno, e o passado como sempre uma versão atrasada do presente.