AULA 10/2023 – Capitania de Goyaz nos séculos XVIII e XIX. - 06/06/2023

A História de Goiás iniciou quando o Anhanguera encontrou ouro às margens do Rio Vermelho e fundou o Arraial de Sant’Anna no século XVIII.

Com o movimento das Bandeiras acentuado no século XVIII, a região do interior do Brasil, mais conhecido como Sertão ou Hinterland, passou a ser ocupada pelos bandeirantes. As Bandeiras tinham como principais objetivos tanto a procura de povos indígenas para escravizar quanto a busca por metais preciosos (ouro, prata).

Na década de 1690 os Bandeirantes conseguiram encontrar ouro na região que posteriormente foi chamada de Minas Gerais, outra localidade onde o ouro foi explorado, no ano de 1719, foi no povoado de Cuiabá (capital do atual Mato Grosso), sendo assim, os Bandeirantes logo pensaram no território que se encontrava entre Minas Gerais e Cuiabá (futuro Goiás). Os Bandeirantes também conseguiram encontrar e explorar esse valioso metal preciso na região entre as duas minas de ouro.

No ano de 1682, o sertanista (bandeirante) Bartolomeu Bueno organizou uma Bandeira rumo ao sertão brasileiro; com seu filho de 12 anos de idade rompeu mato adentro e chegou ao interior do Brasil.Com a morte de Bartolomeu Bueno (tanto a data quanto os motivos da morte do bandeirante são imprecisos), seu filho Bartolomeu Bueno da Silva tentou refazer a expedição de seu pai cerca de 40 anos depois, em 1722.                                                                                                                                                                       

O Anhanguera, como ficou conhecido Bartolomeu Bueno da Silva, conseguiu encontrar e explorar ouro nas margens do Rio Vermelho em 1725. Primeiramente fundou o povoado da Barra e depois o Arraial de Sant’Anna, com a grande quantidade de ouro que foi extraído das minas, o Arraial, por sua importância econômica para a Coroa Portuguesa, foi elevado à categoria de Vila, e em meados de 1750 foi denominado de Vila Boa de Goiás.

Até o ano de 1749, Goiás não existia, o território pertencia à capitania de São Paulo, somente a partir dessa data que surgiu a capitania de Goiás. Os principais povoados e arraiais surgiram no momento da mineração, no século XVII, constituíam-se de núcleos urbanos instáveis e irregulares, o primeiro governante enviado à nova capitania foi Dom Marcos de Noronha (Conde dos Arcos).

A mineração em Goiás teve o seu ápice em 1750, de 1751 a 1770 a extração e exploração do ouro foi diminuindo drasticamente, do ano de 1770 adiante a mineração entrou em decadência, o que provocou o abandono de muitos povoados goianos.

O movimento de Independência do Brasil no século XIX não alterou o quadro social e econômico de Goiás, alguns grupos oligárquicos se destacaram durante o período imperial e permaneceram no poder até as primeiras décadas do século XX, como os Bulhões, os Fleury e os Caiado. No ano de 1818, por carta régia de Dom João VI, a Vila tornou-se Cidade de Goiás.  

Após a Mineração, a economia goiana no século XVIII e XIX passou a se dedicar mais às atividades ligadas à pecuária e agricultura. No século XX, Goiás desenvolveu a agricultura como principal atividade econômica. Porém, durante as três primeiras décadas desse século Goiás continuou atrelado à política oligárquica da Primeira República.

A Abolição da escravidão, em 1888, não alterou as condições de trabalho e de moradia dos escravos que viviam em Goiás. Aliás, a população de Goiás era constituída por uma maioria negra e uma minoria branca.

No século XX, a oligarquia dos Caiado tomou o poder político do Estado até a Revolução de 1930. Getúlio Vargas, que havia instalado a Revolução, monopolizou o poder e nomeou o interventor Pedro Ludovico Teixeira, que fazia oposição aos Caiado.       Um dos primeiros atos políticos de Pedro Ludovico foi executar a política de transferência da capital. Primeiro realizou um levantamento para escolha do local onde seria construída a nova capital, a região escolhida era próxima à cidade de Campinas (Campininha das Flores). Depois iniciou as obras da construção da nova capital, Goiânia, em 1933. A capital foi transferida por decreto no ano de 1937, selando o fim de mais de 200 anos da Cidade de Goiás como capital do Estado.

ATIVIDADES

1. O ano de 1749 marcou o momento em que Goiás deixou de ser uma extensão da Capitania de São Paulo e passou a ser uma capitania independente, a Capitania de Goiás. Nessa ocasião, o responsável por governar a Capitania de Goiás foi

A) Bartolomeu Bueno da Silva.

B) Dom Marcos de Noronha (Conde dos Arcos).

C) Pedro Ludovico.

D) Mauro Borges.

2. Observe a imagem:

3. A mineração em Goiás teve o seu ápice em 1750, de 1751 a 1770 a extração e exploração do ouro foi diminuindo drasticamente, do ano de 1770 adiante a mineração entrou em decadência, o que provocou o abandono de muitos povoados goianos. Após a decadência da mineração em Goiás, o que movimentou a encomia da capitania de Goyaz?

4. Quais eram os objetivos das Bandeiras, os movimentos dos bandeirantes pelas capitanias do Brasil?

5. A partir de que ano Goiás passou a existir como capitania e a qual capitania o território goiano pertencia?

6. O movimento de Independência do Brasil no século XIX não alterou o quadro social e econômico de Goiás, alguns grupos oligárquicos se destacaram durante o período imperial e permaneceram no poder até as primeiras décadas do século XX, como os:

7. A Abolição da escravidão, em 1888, não alterou as condições de trabalho e de moradia dos escravos que viviam em Goiás. De acordo com o texto como era constituída a população de Goiás neste período?

8. No século XX, como era o cenário político de Goiás e quais foram as intervenções de Getúlio Vargas na política goiana? 

9. Um dos primeiros atos políticos de Pedro Ludovico foi executar a política de transferência da capital. Sobre a transferência da capital do Estado, coloque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

a) (   ) Primeiro realizou um levantamento para escolha do local onde seria construída a nova capital.

b) (   ) A região escolhida era próxima à cidade de Trindade.

c) (   ) O início das obras da construção da capital foi em 1943.

d) (   ) A capital foi transferida por decreto no ano de 1947.

e) (   ) A Cidade de Goiás foi a capital do Estado por mais de 200 anos.

A construção da identidade cultural goiana foi sendo construída historicamente. O povo goiano foi muitas vezes rotulado, pejorativamente de atrasados, matutos, sertanejos, caipiras e outras coisas mais. Quando você tiver oportunidade, ouça as músicas que estão disponíveis nos links a seguir:

Quando eu quero mais, eu vou pra GOIÁS!!

Frutos da terra

Hino de Goiás

10. Leia o texto a seguir.  

GOIANIDADE

Constituição histórica da identidade cultural do povo goiano

no espaço geográfico que habita – o cerrado

com suas origens, crenças, lutas,

religiosidades, produção artística e seu trabalho.

Ser goiano é

trazer consigo o cultivo do solo,

o fazer do artesão com a fibra e o barro,

a caça e a pesca,

a expressão da dança,

a crença na espiritualidade – a cultura indígena

Somos Goyazes.

É a fé, a religiosidade,

as danças, a música e seus instrumentos,

os folguedos, as festas dos santos,

as cavalhadas, as congadas, as vaquejadas,

a folia de reis, o teatro folclórico,

a arquitetura, os doces – a cultura do branco europeu.

A musicalidade,

a dança aos sons dos tambores,

os cheiros e sabores da comida,

o artesanato de fibras vegetais,

o cultivo das plantas, das frutas,

as lendas e mitos – a cultura quilombola.

Na beira dos córregos e rios, surgiram os povoados,

as vilas, as cidades, as capitais.

A construção da estrada de ferro e de rodovias,

a “Marcha para Oeste”,

os movimentos migratórios,

pessoas de toda parte do mundo.

E de toda essa mistura nasceu o povo goiano,

da exploração do garimpo, das fazendas,

do cultivo do arroz, da cana de açúcar,

– garapa, cachaça, rapadura,

da criação do gado de leite e de corte,

dos temperos e sabores da culinária, da doceria,

das histórias contadas e cantadas, das cantigas de roda,

dos jogos sonoros, dos jogos de palavras,

das folias, dos tropeiros, das romarias.

O povo goiano traz em sua origem sertaneja o som do berrante,

do carro de boi, o galope do cavalo,

o manejo do gado, o calor do fogão a lenha,

o plantio do solo, o tecer no fiar,

o som da viola, a catira.

Com o tempo…

A exploração do cerrado,

os cuidados com a fauna e a flora…

As matas, chapadas, veredas,

serras, cachoeiras, mananciais,

águas hidrotermais – o ecoturismo.

O desmatamento, o florestamento, o reflorestamento,

o agronegócio, a agroindústria,

as fábricas, as indústrias, as usinas,

o comércio internacional.

Nas rodovias cavalos, carroças,

carros e motocicletas dividem os espaços.

A caminhada ecológica, o rally dos sertões,

as corridas de mountain bike e motocross.

Nas cidades o show sertanejo, a festa de rodeio,

o funk, o rock, o hip hop, a folia, o carnaval

são marcas de identidade.

Nas memórias marcadas…

Pelos causos, contos,

pelas histórias dos escritores,

pela rima dos poetas e poetisas,

pelas pinturas e esculturas dos artistas,

pelas mãos do artesão

e do grafiteiro

A riqueza musical

diversos estilos,

inúmeros compositores

na apresentação das bandas, da orquestra sinfônica,

no tocar dos violeiros, na dupla sertaneja,

no canto de cada intérprete.

                                                                              Fonte: (GOIÁS, 2017, p. 48) Disponível em: https://cee.go.gov.br/wp-content/uploads/2019/08/Documento-Curricular-para-Goi%C3%A1s.pdf acesso em: 11 de mai. 2021.

As músicas e o texto eram só para te inspirar. Agora escreva o seu texto sobre a sua visão do que é “ser goiano”.