AULA 10/2023 – Posição geopolítica do Brasil em relação à América e África no pós-guerra - 06/06/2023

EUA, CHINA E BRASIL – RELAÇÕES SOCIOECONÔMICAS

O ano de 2008 parece ter sido marcado como o fim de um ciclo de crescimento econômico, que alcançou, de uma forma ou de outra, praticamente todos os países. Após a turbulência financeira caracterizada por redução do preço de ativos, quebras de importantes instituições financeiras no mundo e desvalorização de praticamente todas as moedas nacionais em relação ao dólar dos EUA e ao iene, rapidamente constata-se queda nos indicadores de produção e aumento do desemprego.

O comportamento da economia dos EUA é apontado como determinante para a superação da crise. O déficit norte-americano em contracorrente permitiu estratégias de desenvolvimento por meio de exportações por diversos países. Alguns analistas vêm o esboço de uma estratégia norte-americana de recuperação pelo fortalecimento de sua indústria nacional, o que reduziria a necessidade de importações e estimularia as exportações. O déficit externo dos EUA poderia se reduzir não só pelo equivalente à queda na renda de seus residentes, mas também pela realocação de produção para dentro de suas fronteiras, em detrimento das importações.

A recente posse do presidente Barack Obama joga mais ansiedade na tentativa de previsão do comportamento futuro da economia dos EUA e, por consequência, do mundo. E não por uma possível característica protecionista de democratas em oposição a um liberalismo republicano. A política comercial externa norte-americana parece ser muito mais orientada de forma pragmática do que seguir tal vertente. Mas momentos de crise econômica muitas vezes fazem intensificar disputas comerciais por causa da redução da capacidade de importar e da busca por novos mercados.

A China é, atualmente, um dos principais parceiros comerciais dos EUA e um dos principais atores econômicos no mundo. As taxas de crescimento chinesas chamam atenção desde a década de 1980. Já em 1985, o país alcançara uma taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) de dois dígitos e, desde então, exceto por raros anos, apresenta as mais altas taxas do mundo. Em 2007, a China alcançou o segundo lugar no ranking de países exportadores, ao vender US$ 1,2 trilhão ao exterior; valor superado, por pouco, apenas pela Alemanha.

Em janeiro de 2009, EUA e China celebraram trinta anos de relações diplomáticas. Conhecida como “diplomacia do pingue-pongue”, por causa do uso do esporte para a retomada da comunicação entre os dois países, a política de aproximação dos EUA com a China teve como marco a visita do presidente Richard Nixon a até então fechada China, em 1972. Passados dois anos da morte de Mao Tsé-tung, em 1979, os dois países estabeleceram vínculos diplomáticos formais.

https://www.pensador.com/autor/mao_tse_

Os fatores de debilidade enfrentados por ambas as nações no decorrer da década de 1970, junto ao contexto de insegurança que pairava no sistema internacional durante a Guerra Fria, foram alicerces que favoreceram a aproximação entre os EUA e a China naquele período. Os dois países obtiveram ganhos recíprocos a partir da aproximação, por meio de fortes fluxos de investimento externo norte-americano na China e posterior fluxo de exportações chinesas para os EUA. Atualmente, é inegável a conclusão de que tais países apresentam economias com grande interdependência. O conjunto formado pela expressão “Designed in Califórnia”, acompanha- da logo abaixo por “Assembled in China”, impresso no verso de muitos produtos eletrônicos, parece expressar, pelo menos, uma nuance da interdependência de suas indústrias, mas não resume a relação entre os dois países. A China vem desenvolvendo a fabricação e a exportação de uma pauta de produtos cada vez mais sofisticados.

Entender como se processou a estratégia de desenvolvimento chinesa, que resultou nas espetaculares taxas de crescimento verificadas nos últimos anos, é de suma importância para a análise de qual deva ser seu comportamento nos próximos anos diante de um contexto internacional de maior dificuldade. A sua interdependência com a principal economia mundial amplifica tal importância.

Com a China acostumada a crescer acima de 10% a.a., a hipótese de uma taxa de expansão de 6% do PIB, como cogitada por alguns analistas para 2009, poderia significar o tão temido cenário de hard landing. A brusca desaceleração chinesa e/ou uma recessão de maior magnitude nos EUA, fenômenos que parecem inter-relacionados, poderão trazer graves consequências para as economias dos demais países.

O CONTEXTO ECONÔMICO ENTRE CHINA E BRASIL

A economia brasileira experimentou nos últimos anos um período extraordinário crescimento de suas exportações, impulsionado pelo cenário internacional extremamente favorável entre 2003 e 2008.

Além do aumento da demanda de várias commodities agrícolas e minerais, estimulado pelo vigoroso crescimento da China, a elevação dos preços internacionais desses importantes produtos na pauta de exportações brasileiras também exerceu impactos positivos. Enquanto no período 1990-2002 a taxa média de crescimento anual das exportações brasileiras foi de 5,6%, entre 2003 e 2008 essa taxa elevou-se para 22%. O volume recorde de mais de US$ 190 bilhões atingido pelas

exportações em 2008 superou em cerca de US$ 120 bilhões as exportações de 2003, resultando em reservas elevadas e em redução da vulnerabilidade externa, abrindo caminho para condições macroeconômicas mais favoráveis para a retomada de uma trajetória de maior crescimento. Os efeitos da crise internacional, porém, provocaram uma queda importante das exportações brasileiras em 2009, mas a recuperação ocorrida em 2010 e 2011 levou o país a um novo recorde de exportações (gráfico 1).

As importações, por sua vez, também tiveram um crescimento expressivo, em especial em 2007 e 2008, quando o crescimento do mercado interno brasileiro e a valorização cambial fizeram com que a absorção de importações crescesse a um ritmo mais acelerado que o crescimento das exportações. A crise internacional interrompeu momentaneamente este processo, mas é possível observar uma trajetória de retomada a partir de 2010.

Interessante notar que, quando se analisa o desempenho geral do comércio exterior brasileiro, é possível notar a influência direta e indireta do crescimento chinês, tanto nos fluxos de exportação como nos fluxos de importação. No caso das exportações, o efeito do crescimento chinês provocou tanto um aumento das quantidades exportadas quanto nos preços das exportações de um grande conjunto de commodities exportadas, não apenas pelo Brasil, mas para vários países da América Latina. (Jenkins, 2011). Indiretamente, o acúmulo de reservas resultante do boom de exportações possibilitou, por um lado, a adoção de políticas econômicas mais favoráveis ao crescimento econômico, como a expansão do crédito e a redução dos juros básicos, embora esta última variável tenha se mantido ainda em patamar bastante superior aos níveis internacionais.

Por outro lado, o próprio crescimento das exportações e a entrada de capitais, seja de investimentos de portfólio atraídos pelo diferencial de juros, seja de investimentos diretos do tipo market seeking, atraídos pelo mercado interno em expansão, ou do tipo resource seeking, voltado para explorar as condições favoráveis de produção de commodities, resultaram em um processo de valorização cambial, em especial a partir de 2004.

A combinação de mercado interno aquecido com câmbio valorizado, por sua vez, estimulou o crescimento das importações, em especial de produtos manufaturados. No período pós-crise, as políticas de recuperação dos países centrais voltaram a aumentar a liquidez internacional, pressionando ainda mais a valorização da moeda brasileira. Dessa forma, em 2010 e 2011, a recuperação da economia brasileira foi marcada pelo aumento das importações.

As relações bilaterais de comércio do Brasil com a China devem ser, portanto, analisadas dentro deste contexto. Do ponto de vista das exportações, predomina   o efeito favorável das quantidades e dos termos de troca sobre as commodities. Por conseguinte, nas importações, verifica-se um crescimento intenso das importações de produtos manufaturados, com uma competição crescente no mercado brasileiro de produtos originários da China, tanto com produtos originários de outros países quanto com as manufaturas produzidas localmente.

RELAÇÕES BRASIL – ÁFRICA: ANTECEDENTES DIPLOMÁTICOS E COMERCIAIS

Em que pese o fato de o Brasil ser o segundo país com maior população negra, entre o período que vai do processo de Independência à primeira metade do século XX, a temática africana revelava-se ainda tímida na esfera governamental brasileira. Sua aparição dava-se apenas em função do interesse brasileiro pelo norte da África, onde o país, desde 1861, mantinha instalado um consulado. Nesse período, a timidez das relações do Brasil com a África está associada à prioridade dos problemas de fronteiras na agenda diplomática do país após a conquista da Independência, quando os interesses brasileiros deslocaram-se, com nitidez, do Oceano Atlântico para a Bacia do Prata, num processo de regionalização da política externa (SILVA, 1989).

A percepção de que a África poderia representar uma dimensão privilegiada para a política externa brasileira emerge de forma emblemática somente na década de 1960, no quadro da Política Externa Independente, inaugurada pelo governo Jânio Quadros (QUADROS, 1961). Essa noção surge respaldada por debates acadêmicos que já se realizavam durante o governo Juscelino Kubitschek, protagonizados por intelectuais como Gilberto Freyre, que defendiam a constituição de uma comunidade luso-tropical no espaço atlântico (FREYRE, 1958; 1960; GONÇALVES, 1994). Naquele período, entretanto, a ratificação pelo Brasil do Tratado de Amizade e Consulta obscurecia a temática africana e relegava-a à esfera das questões lusitanas.

Assim, ao longo da segunda metade do século XX, a dimensão das potencialidades africanas foi sendo incorporada de forma progressiva e substancial à política externa brasileira. Associada a um discurso terceiro-mundista, inicialmente pretendeu contrabalançar o peso das relações do país com os Estados Unidos e opor-se às limitações impostas pela clivagem Leste-Oeste da Guerra Fria. Em meio ao processo de descolonização que se realizava no mundo afro-asiático, o Brasil identificava na África a possibilidade de arranjos diplomáticos capazes de possibilitar-lhe um posicionamento diferenciado no cenário internacional (JAGUARIBE, 1958; BITELLI, 1989).

https://medium.com/funda%C3%A7%C3%A3o-fhc/brasil-e-%C3%A1frica.

A ação brasileira para África e a política de solidariedade para com os povos do Terceiro Mundo, no início da década de 1960, estão integralmente associadas ao papel de ator protagonista pleiteado pelo Brasil na esfera internacional. Enquadram-se num conjunto de ações (estabelecimento de relações comerciais e diplomáticas com os países socialistas da Ásia e da Europa, principalmente com a URSS) que buscavam a revisão das relações do país com os Estados Unidos e seu poderio hegemônico.

As iniciativas para a África constituem-se em elementos que dão início a uma efetiva política africana no Brasil. Pensada e planejada no contexto do quadro diplomático, altamente insulado, no caso brasileiro (CHEIBUB, 1985; LIMA, 2000; LIMA & SANTOS, 2001), correspondendo a uma política que guarda em si consistência e cálculos estratégicos. Caracterizou-se, então, um capítulo importante na busca brasileira por novos parceiros políticos e econômicos internacionais e, ao mesmo tempo, um espaço para a conquista de maior autonomia no quadro das relações internacionais da época (SARAIVA, 1994).

Desse ponto de vista, a política africana do Brasil seguia o comportamento universalista de sua diplomacia, em que se valoriza o estabelecimento de parcerias não excludentes com vistas à promoção da própria autonomia. Nesse período, entretanto, a prevalência das relações especiais do Brasil com Portugal dificultava a implementação de uma política de efetivo apoio aos territórios africanos em processo de independência. A postura brasileira de apoio a Portugal nas questões relativas às colônias portuguesas ainda se encontrava atrelada à retórica dos laços tradicionais de amizade, baseados na condição de ex-colônia e na herança cultural lusitana (PINHEIRO, 1988).

Somente a partir década de 1970, com o advento da Revolução dos Cravos (1974) e a independência das colônias portuguesas (1974-1975), é que as ações do Brasil para com a África passaram a evoluir mais consideravelmente em favor da autonomia dos novos Estados e da consolidação de relações amistosas e equânimes destes com Lisboa (SANTOS, 2001). A partir dessa década, Portugal dá início ao processo de redefinição de seu papel nas relações internacionais, deslocando-se de seu relativo isolamento internacional para o processo de integração à Comunidade Econômica Europeia, que se concretiza em 1985 (FREIXO, 2001).

Neste período, sob os governos militares Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985), as relações do Brasil com as colônias portuguesas na África registram um substancial aprofundamento. Por meio da denominada política do pragmatismo responsável, o Brasil torna-se parceiro privilegiado de países africanos, com destaque especial para a Nigéria (de quem o país compra petróleo), de países da África austral e das ex-colônias portuguesas2.

As iniciativas para a África constituem-se em elementos que dão início a uma efetiva política africana no Brasil. Pensada e planejada no contexto do quadro diplomático, altamente insulado, no caso brasileiro (CHEIBUB, 1985; LIMA, 2000; LIMA & SANTOS, 2001), correspondendo a uma política que guarda em si consistência e cálculos estratégicos. Caracterizou-se, então, um capítulo importante na busca brasileira por novos parceiros políticos e econômicos internacionais e, ao mesmo tempo, um espaço para a conquista de maior autonomia no quadro das relações internacionais da época (SARAIVA, 1994).

Desse ponto de vista, a política africana do Brasil seguia o comportamento universalista de sua diplomacia, em que se valoriza o estabelecimento de parcerias não excludentes com vistas à promoção da própria autonomia. Nesse período, entretanto, a prevalência das relações especiais do Brasil com Portugal dificultava a implementação de uma política de efetivo apoio aos territórios africanos em processo de independência. A postura brasileira de apoio a Portugal nas questões relativas às colônias portuguesas ainda se encontrava atrelada à retórica dos laços tradicionais de amizade, baseados na condição de ex-colônia e na herança cultural lusitana (PINHEIRO, 1988).

Somente a partir década de 1970, com o advento da Revolução dos Cravos (1974) e a independência das colônias portuguesas (1974-1975), é que as ações do Brasil para com a África passaram a evoluir mais consideravelmente em favor da autonomia dos novos Estados e da consolidação de relações amistosas e equânimes destes com Lisboa (SANTOS, 2001). A partir dessa década, Portugal dá início ao processo de redefinição de seu papel nas relações internacionais, deslocando-se de seu relativo isolamento internacional para o processo de integração à Comunidade Econômica Europeia, que se concretiza em 1985 (FREIXO, 2001).

Neste período, sob os governos militares Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985), as relações do Brasil com as colônias portuguesas na África registram um substancial aprofundamento. Por meio da denominada política do pragmatismo responsável, o Brasil torna-se parceiro privilegiado de países africanos, com destaque especial para a Nigéria (de quem o país compra petróleo), de países da África austral e das ex-colônias portuguesas2.

Contando com a presença de empresas brasileiras, como a Petrobrás, por meio da subsidiária Braspetro, e a Construtora Norberto Odebrecht, operando no continente africano, o intercâmbio comercial demonstra o aspecto efetivamente positivo tanto no interesse de compradores africanos por produtos brasileiros, como também o de importadores brasileiros por produtos africanos, haja vista que, de 1973 a 1974, as exportações brasileiras crescem 129,1%, passando de US$ 190 001 000 para US$ 435 323 000. No mesmo período, as importações originadas do continente africano registram o expressivo crescimento de 300,2%, avançando de US$ 169 903 000 para US$ 679 998 0004 (SANTANA, 2003).

Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/11296/1/RB%2031%20As%20Rela%C3%A7%C3%B5es%20Econ%C3%B4micas%20entre%20China%20e%20EUA_Resgate%20Hist%C3%B3rico%20e%20Implica%C3%A7%C3%B5es_P_BD.pdf. Acesso em 22 mai. de 2022

ATIVIDADES

1. O ano de 2008 parece ter sido marcado como o fim de um ciclo de crescimento econômico, que alcançou, de uma forma ou de outra, praticamente todos os países. Após a turbulência financeira caracterizada por redução do preço de ativos, quebras de importantes instituições financeiras no mundo e desvalorização de praticamente todas as moedas nacionais em relação ao dólar dos EUA e ao iene, rapidamente constata-se queda nos indicadores de produção e aumento do desemprego.

Levando em consideração o tempo histórico e a crise norte americana, qual país foi um dos principais aliados dos EUA na busca pela fuga da crise?

2. Em janeiro de 2009, EUA e China celebraram trinta anos de relações diplomáticas. Conhecida como?

3. A economia brasileira experimentou nos últimos anos um período de extraordinário crescimento de suas exportações, impulsionado pelo cenário internacional extremamente favorável entre 2003 e 2008.

Quais os fatores podemos destacar ao analisarmos o impacto que a crise causou entre as relações econômicas de Brasil e China?

4. “Em que pese o fato de o Brasil ser o segundo país com maior população negra, entre o período que vai do processo de Independência à primeira metade do século XX, a temática africana revelava-se ainda tímida na esfera governamental brasileira.”

Justifique essa frase acima.

5. Sob os governos militares Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985), as relações do Brasil com as colônias portuguesas na África registram um substancial aprofundamento.

Esse aprofundamento econômico se deve a instalação de qual empresa brasileira em território africano?

(A) GERDAL.

(B) PETROBRÁS.

(C) VALE.

(D) ELETROBRÁS.

6. A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um príncipe em Nova York, e Ace Ventura: um maluco na África; a África parece um lugar cheio de tribos doidas rituais de desenho animado. A animação O Rei Leão da Disney, o mais bem-sucedido filme americano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres humanos.

LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê. Disponível em: http://noticias.oul.com.br. Acesso em 22/05/2022.

A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligência, respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano:

(A) A história e a natureza.

(B) O exotismo e as culturas.

(C) A sociedade e a economia.

(D) O comércio e o ambiente.

7. Analisando o QUADRO 1 no texto com dados sobre a exportação e importação brasileira para a África, qual ano o valor da exportação chegou próximo ao valor da importação de produtos em ambos territórios?

(A) 1974

(B) 1971

(C) 1972

(D) 1973