AULA 11/2022 – Desigualdade social do trabalho - 26/05/2022

DO MERCANTILISMO AO CAPITALISMO

O Mercantilismo foi o conjunto de ideias e práticas econômicas, desenvolvidas na Europa no séc. XV, durante a Idade Moderna.

Segundo o mercantilismo, a fonte de riqueza de uma nação se baseava no comércio com o mercado exterior e no acúmulo de metais preciosos.

Principais características do mercantilismo:

Controle estatal da economia

Os reis, com o apoio da burguesia mercantil, foram assumindo o controle da economia nacional, visando fortalecer ainda mais o poder central e obter os recursos necessários para expandir o comércio.

Dessa forma, o controle estatal da economia tornou-se a base do mercantilismo.

                       Disponível em: http://mestresdahistoria.blogspot.com/2012/06/mercantilismo/ Acesso em: 26 de abr. 2022 – Adaptado

Balança comercial favorável

Consistia na ideia de que a riqueza de uma nação estava associada a sua capacidade de exportar mais do que importar.

Para que as exportações superassem sempre as importações (superávit), era necessário que o Estado se ocupasse com o aumento da produção e na busca de mercados externos para a venda dos seus produtos.

Monopólio

Os governos, interessados numa rápida acumulação de capital, estabeleceram monopólio sobre as atividades mercantis e manufatureiras, tanto na metrópole como nas colônias.

Donos do monopólio, o Estado concedia à burguesia, através das Companhias de Comércio, o direito de explorar o comércio de pessoas escravizadas, a venda de produtos agrícolas, etc.

A burguesia, favorecida pela concessão exclusiva, comprava pelo preço mais baixo o que os colonos produziam e vendiam pelo preço mais alto tudo o que os colonos necessitavam. Dessa forma, a economia colonial funcionava como um complemento da economia da metrópole.

Protecionismo

Protecionismo significa proteger o mercado interno de um país.

Através do aumento das tarifas alfandegárias, que elevava os preços dos produtos importados, os governos garantiam o mercado interno para os produtores nacionais.

O protecionismo também ocorria através da proibição de se exportar matérias-primas que favorecessem o crescimento industrial do país concorrente.

Metalismo

Os mercantilistas defendiam a ideia de que a riqueza de um país era medida pela quantidade de ouro e prata que possuíssem.

Por isso, houve a busca por regiões na América onde fosse possível extrair estes metais preciosos.

Fases do Mercantilismo

Ao longo de três séculos, os pensadores mercantilistas foram mudando sua opinião a respeito do que faria a riqueza de uma nação. Por isso, identificamos três fases das práticas mercantilistas:

Mercantilismo metalista, séc. XVI

No século XVI, vigorava o mercantilismo metalista. A Espanhaé o melhor exemplo desta fase, pois enriqueceu com o ouro e a prata, explorados no continente americano, mas como não desenvolveu a agricultura e a indústria, passou a importar produtos pagos com ouro e prata.

Como as importações superavam as exportações (déficit), a economia espanhola no século XVII, entrou numa crise que durou um longo período.

Disponível em: http://mestresdahistoria.blogspot.com/2012/06/mercantilismo/ Acesso em: 26 de abril 2022 – Adaptado

 

Mercantilismo comercial, séc. XVI

Portugal foi o país que demonstrou maior flexibilidade na aplicação do mercantilismo. No século XVI, com a descoberta do caminho marítimo para as Índias, pois em prática o mercantilismo comercial, comprando e revendendo mercadorias do Oriente.

Com a exploração das terras americanas, se tornou o pioneiro do mercantilismo de plantagem, baseado na produção de açúcar destinada ao mercado internacional.

No século XVIII, com o ouro de Minas Gerais, praticou o mercantilismo metalista.

Mercantilismo industrial, séc. XVII

Na França, o mercantilismo estava voltado para o desenvolvimento de manufaturas de luxo para atender a nobreza e o mercado espanhol. Da mesma forma, procurou expandir suas companhias de comércio, bem como a construção naval.

Essa política econômica ficou conhecida como mercantilismo industrial ou colbertismo, referência ao ministro Colbert, quem mais a incentivou.

Origem do Mercantilismo

O mercantilismo começou a surgir na Baixa Idade Média (X a XV), época em que teve início o processo de formação das monarquias nacionais.

Porém, foi somente na Idade Moderna (XV a XVIII) que ele se firmou como política econômica nacional e atingiu o seu desenvolvimento.

Ao passo que as monarquias europeias foram se firmando como Estados modernos, os reis recebiam o apoio da burguesia comercial, que buscava a expansão do comércio para fora das fronteiras do país.

Além disso, o Estado lhe concedia o monopólio das atividades mercantis e defendia o comércio nacional e colonial da interferência de grupos estrangeiros.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/mercantilismo/ Acesso em: 26 de abril. 2022 – Adaptado

O CAPITALISMO

capitalismo é um sistema econômico e social baseado no direito à propriedade privada, no lucro e na acumulação de capital.

A palavra capital vem do latim capitale e significa “cabeça”, no qual faz alusão às cabeças de gado, ou seja, uma das medidas de riqueza nos tempos antigos. Atualmente, capital está relacionado diretamente com o dinheiro ou crédito.

Também conhecido como economia de mercado, o capitalismo opera através das leis da livre iniciativa, da livre concorrência e das leis da oferta e da procura.

Surgiu no século XV, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, a partir da decadência do sistema feudal e do nascimento de uma nova classe social, a burguesia.

O sistema capitalista se consolidou a partir das revoluções burguesas ocorridas nos séculos XVII e XVIII e, da revolução industrial, que instituiu um novo modo de produção.

Características do Capitalismo

O capitalismo se assenta no pensamento liberal e é orientado por alguns fatores determinantes:

Para Adam Smith, um dos principais pensadores do liberalismo, o sistema capitalista é o único que pode funcionar por ter como base a necessidade natural dos indivíduos de atender os seus interesses próprios.

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO: DIT

A DIT (Divisão Internacional do Trabalho) é a distribuição da produção econômico-industrial e internacional. 

Considerando que é impossível que um único país seja potencialmente produtor de todas as mercadorias, dividem-se os campos de especialização produtiva pelas diversas partes da Terra.

A DIT passou por algumas fases, essas obedeceram à dinâmica econômica e política do período histórico em que elas existiram. Veja o quadro:

Esquema ilustrativo simplificado das fases da DIT

PRIMEIRA DIT

Durante o final do século XV e ao longo do século XVI, período de início das grandes navegações e de expansão da civilização europeia pelo mundo, o capitalismo encontrava-se em sua fase inicial, chamada de capitalismo comercial (mercantilismo). Esse período era caracterizado pela manufatura (produção manual) a partir da extração de matérias-primas e pelo acúmulo de minérios e metais preciosos por parte das nações (metalismo).

Com isso, aqueles locais colonizados pelos países europeus exerciam a função de produzir, a partir da exploração de seus recursos naturais, os metais preciosos e as matérias-primas utilizados pelas metrópoles. Um exemplo é o do Brasil, em que Portugal extraía o Pau-Brasil para a produção de vários tipos de produtos.

SEGUNDA DIT

Durante o século XVI – mas principalmente a partir do século XVII – essa divisão do trabalho sofreu algumas poucas e sensíveis alterações. Com a Primeira e a Segunda Revolução Industrial, as colônias e os países subdesenvolvidos passaram a fornecer também produtos agrícolas, assim como vários tipos de minerais e especiarias. Nesse período, por exemplo, o Brasil se viu marcado pela monocultura da cana-de-açúcar (século XVI) e exploração de ouro (século XVII).

TERCEIRA DIT OU “NOVA DIT”

A partir do século XX, com a Revolução Técnico-Científica-Informacional e a consolidação do Capitalismo Financeiro, temos a expansão das grandes multinacionais pelo mundo. Isso acarretou na mudança da Divisão Internacional do Trabalho, que passou a ser conhecida também por Nova DIT.

Nesse período, os países subdesenvolvidos também realizaram os seus processos tardios de industrialização. Só que, diferentemente da industrialização dos países desenvolvidos, essa aconteceu a partir da abertura do mercado financeiro desses países e pela instalação de empresas Multinacionais ou Globais, oriundas, quase sempre, de países desenvolvidos.

Além disso, assistiu-se também a uma segmentação do mercado produtivo. Para buscar isenções de impostos e rápido acesso a matérias-primas nos países subdesenvolvidos, as multinacionais distribuíram o seu processo produtivo por todo o globo terrestre. Um carro, por exemplo, tem o seu motor produzido no México, os para-choques na Argentina, o Chassi na Coreia do Sul e a montagem realizada no Brasil.

Com isso, surgiu a denominação de “indústrias maquiladoras”, pois não havia produção de nenhum material nelas, mas apenas a montagem oriunda da produção de peças de diversos setores do mundo.

Convém ressaltar que a produção industrial continua sendo realizada majoritariamente pelos países desenvolvidos, ou com o capital oriundo desses países. Apenas o local da produção é que mudou, mas todo o capital dessas empresas retorna aos seus países de origem. Essa migração das multinacionais se deve pela busca de mão de obra abundante nos países pobres e por maiores oportunidades de explorarem os recursos naturais.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/divisao-internacional-trabalho-dit.htm Acesso em: 19 de ago de 2020.

Atividades

1. Explique o conceito e caracterize a Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

2. Observe as colunas abaixo e relacione as informações.

3. Leia o título da reportagem abaixo.

A Guerra Fiscal é um fenômeno relativamente recente na história econômica brasileira e está intrinsecamente relacionada à Nova DIT. Explique essa relação, conceituando Guerra Fiscal e descrevendo a lógica da Nova Divisão Internacional do Trabalho.

4. Por quais motivos as empresas multinacionais (ou transnacionais) migram e dividem seus processos produtivos e diferentes lugares do mundo?

5. Leia o texto a seguir.

“A industrialização ampliou a divisão do trabalho dentro da unidade de produção (a fábrica) e no interior da sociedade de cada país. Ao mesmo tempo, estabeleceu a Divisão Internacional do Trabalho entre os países industriais e as regiões fornecedoras de produtos agrícolas e minerais”.

(LUCCI, E. A. et. al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil. Ensino Médio. Editora Saraiva, 2005. p.56).

Assinale a alternativa que NÃO expressa uma característica da Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

(A) Os países desenvolvidos exportam produtos tecnológicos e os países subdesenvolvidos exportam matérias-primas.

(B) A formação da DIT está relacionada, principalmente, com os eventos ligados ao colonialismo.

(C) Conferências internacionais são anualmente realizadas para se definir qual tipo de produto cada país produzirá no contexto do comércio internacional.

(D) A Divisão Internacional do Trabalho envolve, entre outras questões, as relações desiguais entre o norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido nos campos político e econômico.

6. Assinale qual dos fenômenos abaixo NÃO representa uma consequência das atuais condições da Divisão Internacional do Trabalho:

(A) Intensificação da Globalização e dos meios tecnológicos.

(B) Desconcentração das riquezas mundiais.

(C) Expansão das grandes corporações para todo o mundo.

(D) Enfraquecimento das leis ambientais em países periféricos.

7. A chamada “Divisão Internacional do Trabalho” é dividida em algumas fases. Uma delas, conhecida como fase clássica, exprime uma relação entre

(A) países capitalistas e países socialistas.

(B) países desenvolvidos e países não desenvolvidos.

(C) países exportadores de petróleo e países não desenvolvidos.

(D) países socialistas e países produtores de bens primários.

8. “O Mercantilismo foi o conjunto de ideias e práticas econômicas, desenvolvidas na Europa no séc. XV, durante a Idade Moderna.”

Agora, após a breve introdução do que foi o Mercantilismo, mencione abaixo a sua origem.

9. Ao longo de três séculos, os pensadores mercantilistas foram mudando sua opinião a respeito do que faria a riqueza de uma nação. Sendo assim, aponte as três fases do processo mercantilista de mercado, citando suas principais características.

10. Com base no que vimos em aula sobre o sistema capitalista, faça uma lista abaixo mencionando suas principais características e também suas principais fases ao longo da história.