AULA 13/2022 – Gênero Textual Reportagens; Construção composicional e estilo dos gêneros em questão; Diferença de fato e opinião; Morfossintaxe: Regência Nominal - 01/08/2022

REPORTAGEM

O gênero reportagem tem por função expor informações sobre determinado assunto, assim como a notícia. Contudo, apesar de serem textos jornalísticos, as reportagens apresentam um assunto de maneira aprofundada, não só respondendo às perguntas de uma notícia (O quê? Onde? Quando? Como? Quem?), e trazem opinião de especialistas, gráficos etc. Além disso, a reportagem é um texto assinado, ou seja, tem caráter subjetivo envolvido. Já a notícia não, uma vez que pretende ser objetiva e, por isso, não possui uma voz específica que discorre sobre os fatos. Dessa forma, apesar da semelhança composicional e discursiva com a notícia, a reportagem apresenta a função social de formar opinião.

Estrutura da reportagem

Embora apresente uma estrutura similar à da notícia, a reportagem é mais ampla e menos rígida na estrutura textual. Ela pode incluir as opiniões e interpretações do autor, entrevistas e depoimentos, análises de dados e pesquisa, causas e consequências, dados estatísticos, dentre outros.

A ESTRUTURA BÁSICA DOS TEXTOS JORNALÍSTICOS É DIVIDIDA EM TRÊS PARTES:

IMPORTANTE: Embora a reportagem possa ser expositiva, informativa, descritiva, narrativa ou opinativa, ela não deve ser confundida com a notícia ou os artigos opinativos. Uma reportagem é expositiva e informativa, pois tem o propósito de expor informações sobre um determinado assunto para informar o leitor. Ela também pode ser descritiva e narrativa, uma vez que descreve ações e incluem tempo, espaço e personagens.

Por fim, a reportagem é também um texto opinativo, uma vez que apresenta juízos de valor sobre o que está sendo discorrido.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/genero-textual-reportagem/ Acesso em 10, jun. 2022.(Adaptado).

DIFERENÇA ENTRE REPORTAGEM E NOTÍCIA

Disponível em: encurtador.com.br/cCFSY/ Acesso em: jun. 2022. (Adaptado).

ATIVIDADES

Leia a reportagem a seguir e responda às atividades propostas:

Voluntários transformam tecidos usados em roupas para crianças carentes do Brasil e da África

Projeto existe desde 2017, e já atendeu mais de 500 crianças, somando as entregas de Porto da Folha (SE), Chapadinha (MA) e Moçambique.

Pano, agulha e disposição. É isso que os cerca de 30 voluntários de Curitiba utilizam para transformar simples tecidos antigos, em roupas para crianças carentes do Brasil e também de outros lugares. Eles já fizeram entregas em Porto da Folha (SE), Chapadinha (MA) e em Moçambique, na África. O projeto já beneficiou mais de 500 crianças.

Tudo começou em 2016, quando a farmacêutica bioquímica Carla Maria Gabardo, de 54 anos, viu, em um programa de televisão, uma senhora dos Estados Unidos que criava vestidos para crianças a partir de fronhas de travesseiros, e depois doava.

“Sempre quis fazer algum trabalho voluntário, mas não sabia o que. Em outubro de 2016 fui para a Índia com a minha filha Lorran, trabalhar como voluntária em uma das casas da Madre Teresa, em Calcutá. Voltei e resolvi que não dava mais para ficar parada”, disse ela.

Carla contou que após ver toda a necessidade do povo, quis apostar em um trabalho que durasse mais naquela região, já que não poderia ficar viajando constantemente. Em vez de doação de alimentos, trabalho com recreação, ou outras atividades, resolveu criar roupas para as crianças carentes.

Ela contou que, como não sabia costurar, pediu ajuda para a irmã Célia. Em 2017, iniciava-se o projeto “Pontos com Amor”, que transformava as camisas antigas do marido dela em peças para os pequenos.

As camisas masculinas foram essenciais porque, às vezes, rendiam tecidos para dois vestidinhos, um feito do corpo e outro das mangas. Os voluntários agora também usam lençóis e toalhas de mesa.

Conforme o tempo passou, a dupla de irmãs ganhou um reforço. Participam do projeto atualmente mais de 30 pessoas, com encontros mensais. Não importa se é homem, mulher, jovem ou idoso porque, segundo eles, cada um tem uma habilidade e pode contribuir de alguma forma.

Disponível em: encurtador.com.br/yABCO / acesso em 10, jun. 2022.

De ponto a ponto

Depois das roupinhas prontas, é hora da entrega. Segundo Carla, são os próprios voluntários que as realizam. “Cada um que vai, paga a passagem e os custos. A gente sempre busca lugares quentes para entregar porque fazemos vestidos de alça, e selecionamos lugares que já tenham algum projeto voltado para a educação infantil. É o amor indo de ponto a ponto do mundo”, explicou ela.

De acordo com os voluntários, neste ano eles começaram a confeccionar também calções para os meninos. O grupo já fez entregas em Porto da Folha (SE), Chapadinha (MA) e em Moçambique, na África.

Já a voluntária Maria Rita Gonçalves Novacki, de 62 anos, começou a participar do projeto por acaso. O irmão dela tinha 180 camisetas de uniformes para descartar, quando soube que duas mulheres de Curitiba aproveitavam tecidos antigos para um bem maior.

“Fui eu, minha cunhada e meu marido conhecer o projeto, e já ficamos. Pedimos ainda mais doações de sobras de confecção como fitas, rendas e aviamentos. Não sou costureira profissional, apenas gosto de artesanato”, relatou a voluntária.

O voluntário Tainan Miranda dos Santos, de 28 anos, contou que entrar no projeto e fazer as entregas foi um marco na vida.

E no final de cada trabalho, o que todos os voluntários relatam é que ajudar transforma, tanto quem vai, quanto quem está passando por necessidades. Os cerca de 30 voluntários conseguem através do trabalho, alegrar centenas de crianças e embelezar a vida que muitas vezes não é fácil.

“Reconhecer que o trabalho realizado gerou frutos e trouxe a alegria para o próximo, é força inspiradora e motivadora para darmos os próximos pontos”, concluiu o voluntário.

Disponível em:https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2019/05/17/voluntarios-transformam-tecidos-usados-em-roupas-para-criancas-carentes-do-brasil-e-da-africa.ghtml  . Acesso em 09 jun. 2022.

1. Qual o assunto dessa reportagem?

2. Como o projeto começou?

3. Como a voluntária Maria Rita começou a participar do projeto?

4. O que inspira e motiva Tainan a ser voluntário no projeto?

5. Aponte algumas das principais características do gênero textual reportagem.

6. Para que serve uma reportagem?

7. O nome do projeto é “Pontos com Amor” a quais pontos esse nome faz referência?

8. Quais são os critérios para escolher os lugares de doação?

Leiam o texto a seguir e responda às atividades propostas:

O jovem não gosta de ler ou não foi seduzido para a leitura? (Trecho)

[…]

Caixa de Texto: Disponível em: https://super.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/07/paula-pimenta.png/Acesso em: 10, jun. 2022.Milhares de jovens, na 23.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, disputavam uma senha para ouvir Cassandra Clare. Não, ela não é nenhuma cantora pop. Ela é autora de Os instrumentos mortais e, sim, os jovens estavam lá para manter um contato com quem fala a linguagem deles e desperta fantasias e imaginação. A pergunta é: Cassandra Clare, John Green, Sally Gardner, a brasileira Talita Rebouças, entre outros autores da literatura juvenil, vão na contramão do que aponta a 3.ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, promovida pelo Instituto Pró-Livro e executada pelo Ibope Inteligência? Essa foi a provocação apresentada por Zoara Failla, mediadora do painel O jovem não gosta de ler ou não foi “seduzido” para a leitura da literatura?

Para ela, que foi coordenadora da pesquisa e organizadora do livro Retratos da Leitura no Brasil III, a resposta é “sim” e “não”. Segundo esse estudo, 80% dos jovens na faixa de 11 a 17 anos (24,3 milhões) leem para cumprir tarefas escolares. A grande maioria, 13 milhões, afirma que ler é um tédio e que o fazem por obrigação, enquanto 6,5 milhões não leram nenhum livro em um período de três meses. Mas como explicar o fenômeno na bienal? Apesar desses números, segundo a pesquisa, 4,8 milhões de adolescentes leem literatura porque gostam. Certamente, é esse público que foi muito bem representado na bienal e que consumiu 800 mil exemplares da autora no Brasil.

Outros sinais confirmavam o fenômeno no evento. Estandes de editoras repletas de jovens, os selfies com seu livro preferido e as postagens na rede.

O painel proposto pelo Instituto Pró-Livro, a convite da Abrelivros, no dia 29/8 para a Bienal, foi o palco perfeito para esta discussão. O debate, mediado por Zoara, teve a participação do profº Dr. João Ceccantini, da UNESP; de Claudia Aratangy, diretora de Projetos Especiais da FDE/SEE-SP; Rita Carmona Leite, do Instituto Ayrton Senna; Maria Salles, diretora do CRE Mario Covas da SEE-SP; e de Cirlene Fernandes, da SEEDUC/RJ.

A mediadora abriu o painel propondo uma reflexão sobre os diferentes “retratos” do interesse dos jovens pela literatura, lembrando que a fila de jovens para contatar Cassandra Clare não é um fenômeno isolado. O sucesso em vendas e “seguidores” tem levado autores do segmento juvenil a declarar que nunca os jovens brasileiros leram tanto. Zoara provocou: “se esses jovens – que compõem os quase 5 milhões que gostam de literatura – gostam de ler, por que os outros 19 milhões, segundo a Retratos, leem somente por obrigação? Como conquistar esses jovens para a literatura? Essa literatura de entretenimento é capaz de formar leitores para após a ‘onda’? O que está sendo desenvolvido nas escolas para ‘seduzir’ os jovens para a literatura? Esses autores lhes são oferecidos nas Salas de Leitura das escolas?” […]

 Disponível em: https://www.prolivro.org.br/2014/09/10/o-jovem-nao-gosta-de-ler-ou-nao-foi-seduzido-para-a-leitura/  Acesso em: 10, jun. 2022.

9. A leitura atenta do texto permite afirmar que existe uma contradição em relação à leitura entre os jovens brasileiros. Que contradição é essa?

10. O episódio com a escritora Cassandra Clare, descrito no início do texto, vai na contramão do que aponta a 3.ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, promovida pelo Instituto Pró-Livro e executada pelo Ibope Inteligência. Como se pode explicar isso?

11. É possível afirmar, de acordo com o texto, que o assédio a Cassandra foi o único sinal de interesse dos jovens por leitura durante a 23.ª Bienal? Explique.

REGÊNCIA NOMINAL

Um ponto importante da gramática, o qual estabelece as relações entre as palavras, é a regência. Há certas palavras que necessitam estar ligadas a outras para terem sentido completo, e essa ligação se faz por meio de preposições.

A regência nominal acontece quando o termo que necessita de outro é um nome; e a regência verbal ocorre quando esse termo é um verbo.

VAMOS ESTUDAR AGORA A REGÊNCIA NOMINAL.

Observe a frase a seguir O jovem não gosta de ler ou não foi seduzido para a leitura?

E agora, observe outra frase:

Ela é autora de Os instrumentos mortais e sim, os jovens estavam lá para manter um contato.

Perceba que, apesar de ter os elementos essenciais para formar uma frase, o segundo exemplo, escrito desse modo, parece incompleto. Isso ocorre porque certas palavras necessitam de um complemento para “fechar” seu sentido (falta responder à questão: “contato com quem?”). A regência é a ligação, por meio de uma preposição, entre um complemento e uma palavra, sendo aquele necessário para completar o sentido desta.

Releia a frase com a alteração em destaque.

“Ela é autora de Os instrumentos mortais e, sim, os jovens estavam lá para manter um contato com quem fala a linguagem deles”.

O termo contato exerce a função de substantivo, já o termo com exerce a função de preposição.

Leia outro exemplo.

“Estandes de editoras repletas de jovens”.

Se trocássemos o adjetivo “repletas” por “famosas” ou “caras”, não haveria a necessidade de complementar o sentido. Observe:

   • Estandes de editoras famosas.

   • Estandes de editoras caras.

Porém, o adjetivo “repletas” exige um complemento, que deve se ligar a ele por meio de uma preposição (repletas de quê?).

Relembre as preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre.

Em geral, uma pessoa que tem bastante contato com a língua padrão, na oralidade e na escrita, não encontra dificuldades com as regras de regência, ou seja, é capaz de usar a preposição adequada para conectar os termos quando há necessidade. Isso ocorre porque sua gramática internalizada lhe dá essa capacidade. Na dúvida, é possível consultar um dicionário ou uma gramática.

Seguem alguns exemplos de regência nominal.

12. Complete as frases acrescentando um complemento nominal para os termos destacados. Fique atento à regência.

a) Nunca vivemos uma situação semelhante __________________________________________.

b) Durante o debate, autores admitiram a necessidade _______________________________.

c) Para melhorar os índices de leitura, é preciso que as pessoas deem importância ________________________ .

d) Não se formam leitores sem que se dê liberdade _______________________________ .

13. Reescreva as frases substituindo a palavra destacada pelas sugeridas entre parênteses, fazendo as devidas alterações.

a) Os jovens motivados para a leitura terão maiores chances de desenvolvimento intelectual. (comprometidos)

b) O respeito aos livros estimula a capacidade de pensar. (contato/prática)

c) Se há interesse pela leitura, essa ação deve ser incentivada por todos os professores. (falta)

d) A busca por leituras mais interessantes leva os jovens a autores de sagas. (pesquisa)

14.Releia atentamente os trechos e destaque os termos nominais que necessitam de complementos regidos por preposição.

a) A mediadora abriu o painel propondo uma reflexão sobre os diferentes “retratos” do interesse dos jovens pela literatura, lembrando que a fila de jovens para contatar Cassandra Clare não é um fenômeno isolado.

b) Claudia Aratangy apresentou projetos da FDE/SEE-SP voltados à formação de leitores, destacando a importância de a escola promover uma escolha assistida.

c) Claudia, para defender a importância da mediação, trouxe o depoimento de jovem que atua em projeto que coordena.

d) Maria Salles, da SEE-SP, e Cirlene Fernandes, da Seeduc/RJ, apresentaram suas experiências em parceria com o Instituto Ayrton Senna.

PRODUÇÃO DE TEXTO

Nesta aula, você leu opiniões de especialistas, profissionais e autores de projetos sobre o hábito de leitura dos jovens. Agora, chegou o momento de apresentar sua versão do tema por meio de uma reportagem.

Pesquise sobre o assunto e escreva uma introdução para contextualizar o leitor. Para coletar dados sobre os hábitos de leitura das pessoas, você pode pedir aos entrevistados que relatem uma experiência positiva de leitura ou que façam um apanhado da trajetória de leitura deles até hoje. Você poderá retomar as entrevistas feitas na seção Desenvolver e aplicar.

Formule perguntas sobre os hábitos de leitura dos entrevistados, como as dos exemplos a seguir:

  • Sua relação com a leitura é boa, ruim ou inexistente?

  • Procure se lembrar dos primeiros contatos que teve com livros. Foi em casa? Na escola? Onde foi?

  • Quem são as pessoas que, de algum modo, aproximaram (ou tentaram aproximar) você dos livros?

  • Quais experiências na sua infância ou adolescência envolveram a leitura?

  • Quantos livros você lê por ano? Quais são seus gêneros literários favoritos?

Ao transcrever as entrevistas, cite as falas dos entrevistados a fim de trazer veracidade ao texto. Lembre- -se de que os verbos devem estar conjugados no tempo passado e a linguagem pode variar, podendo ser tanto formal quanto informal. Para finalizar, sintetize, no último parágrafo, as ideias principais da temática trabalhada. Elabore um título e uma manchete atraentes, para que captem a atenção do público.

Bom trabalho!