AULA 17/2022 – PARTE I: Os protagonismos da sociedade civil e as alterações da sociedade brasileira; PARTE II: O Brasil e suas relações internacionais na era da Globalização - 22/09/2022

PARTE I

OS MOVIMENTOS POPULARES E SOCIAIS NO BRASIL

Assim como outros conceitos, também o conceito de sociedade civil vem se alterando ao longo do tempo. Esse conceito passou por muitas reformulações, adquirindo maior destaque no final dos anos de 1970. Nesse período, havia a crença de que a sociedade civil deveria se mobilizar e organizar, com a finalidade de alterar o regime militar vigente.

Movimentos populares são movimentos formados por grupos e organizações civil que atuam em busca de mudanças pela coletividade. A luta era por garantias de direitos, que poderiam ser transformados em políticas públicas permanentes para o uso coletivo. No campo ideológico representava uma luta conta a classe dominante. Já os movimentos sociais tinham como características a mobilização de massa, tinha uma dimensão mais ampla e lutavam por garantias de direitos em várias frentes. Está relacionado a posicionamentos políticos.

Durante os séculos XVIII, XIX e XX, a maioria dos movimentos sociais foi marcada pelas lutas contra o governo, pela conquista de direitos, pela democratização, ou outras. Esses movimentos eram compostos – em sua maioria – pela população mais pobre, que tinha maior privação de direitos e benefícios sociais. Assim, os movimentos sociais agiam nas questões sociais de cada época. Veja o que esse grande sociólogo fala sobre o os objetivos dos movimentos sociais: O Brasil passou por um longo tempo de lutas e movimentos e “durante os primeiros séculos objetivavam a inclusão e dos excluídos”, sendo este os pobres que, em geral, estavam excluídos do “sistema socioeconômico mais amplo, dos deserdados e dos sem direitos ao sistema legal jurídico existente”. (GOHN, 2012, p.160).

A partir dos anos de 1990, o termo cidadania passa a fazer parte dos discursos oficiais, tendo seu significado voltado para a ideia de participação civil. Vemos, pois, que os movimentos sociais nos séculos XIX e XX desempenharam papel fundamental no processo democrático de nosso país, levando-o a transformações sociais a partir de suas mobilizações reivindicativas dos direitos dos cidadãos. Nesse sentido, vemos a capacidade de conscientização, mobilização e participação política existente nos movimentos sociais dos quais a sociedade civil se apresenta como protagonista.

Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/83717614/aap-3-aap-4-movimentos-sociais-unopar-servico-social-2020Acesso em: 27 de ago. de 2021. (Recorte adaptado).

ATIVIDADES  

1. Assim como outros conceitos, também o conceito de sociedade civil vem se alterando ao longo do tempo. Esse conceito passou por muitas reformulações, adquirindo maior destaque no final dos anos de 1970. Para compreensão de como se deu os protagonismos da sociedade civil o texto traz dois conceitos importantes, que são: movimentos populares e movimentos sociais. Caracterize cada um desses movimentos.

2. O texto traz uma citação do Sociólogo GOHN. Ele fala dos objetivos dos movimentos sociais. Segundo ele quais eram os objetivos dos movimentos sociais no Brasil?

3. A partir de qual ano o termo cidadania passou a fazer parte dos discursos oficiais no Brasil e qual foi a importância dos movimentos sociais nos séculos XIX e XX e qual foi a importância do protagonismo da sociedade civil? 

MOVIMENTOS SOCIAIS QUE MARCARAM A HISTÓRIA DO BRASIL

Agora que você já sabe que durante a história do Brasil diversos movimentos sociais aconteceram, para reivindicar algum tema levantado pela sociedade ou até mesmo para apoiar causas em prol da democracia.  Neste texto apresentaremos três movimentos sociais: O Diretas Já, O Movimento dos Caras Pintadas e as Jornadas de Junho de 2013.

Essas manifestações se deram em diferentes períodos, mas com semelhanças em seus objetivos essenciais como: o exercício da cidadania; expressão democrática e a busca por direitos e deveres sociais. Vem com a gente!

O que são movimentos sociais?

Antes de mais nada, é importante explicar o que estamos entendendo por movimentos sociais. Eles são agrupamento de indivíduos que defendem alguma causa ou objetivo com demanda e pautas direcionadas e definidas. Os movimentos sociais podem ser contrários ou favoráveis a uma temática da sociedade e podem atuar em diversas frentes, como, por exemplo: ambiental, racial, sexual, trabalhista, entre outras.

Eles podem ter características de conservação (manter algo) ou transformação social e ser divididos em:

  • Movimentos conjunturais:  surgem a partir de uma demanda imediata da sociedade, que visa defender uma pauta atual, com duração curta e objetivos que podem ser alcançados a curto prazo. Um exemplo seria um movimento que busca a diminuição de preços de itens da sociedade, como combustível, passagem entre outros.
  • Movimentos estruturais: são movimentos que pretendem conquistar objetivos a longo prazo. Geralmente tratam de temáticas que envolvem muitos fatores e que a resolução do problema demanda uma alteração na estrutura social. Como exemplos, podemos citar o movimento negro, o movimento feminista, movimento dos sem-terra, etc.

Tendo isso em vista, podemos observar algumas das características dos movimentos sociais que estamos apresentados:  Diretas Já, Caras Pintadas e as Jornadas de Junho foram movimentos conjunturais, pois existiram em um curto espaço de tempo. Os três movimentos protestaram contra ações governamentais de cada período.

Quando esses protestos se iniciaram, a situação econômica do país estava passando por muitos problemas, pela ausência de gestão dos recursos financeiros e até mesmo por reflexos da transição de regimes políticos.

Conheçamos um pouco mais sobre cada um!

DIRETAS JÁ (1983-1984)

https://www.migalhas.com.br/quentes/334407/defensora-das–diretas-ja—oab-possui-anacronico-modelo-de-escolha-de-seu-presidente

No início dos anos 80 a população brasileira dava sinais de insatisfação com o regime militar por conta dos problemas que perpassavam o Brasil, como o aumento da inflação, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o avanço do desemprego. Vale lembrar que desde o início do regime, o país não havia realizado eleições diretas para presidente. Em meio a isso, no dia 2 de março de 1983, o Deputado Dante de Oliveira (PMDB) sugeriu uma emenda constitucional que previa eleições diretas e o voto secreto com um mandato de cinco anos aos eleitos. Essa emenda se restringia apenas para eleições ao presidencialismo. Caso fosse aprovada, a eleição poderia acontecer em 1985.  A emenda, contudo, dependia de apoio dos demais deputados do Congresso para, de fato, se efetivar. Intitulada de “Dante de Oliveira”, motivou o momento popular conhecido como” Diretas Já”.

Durante o ano de 1983 e o início de 1984 houve manifestações de rua a favor da emenda Dante de Oliveira. Os protestos receberam apoio da sociedade civil, políticos, artistas e intelectuais. Em São Paulo, na região da Praça da Sé, 300 mil pessoas compareceram às manifestações em janeiro de 1984. A partir daí, os movimentos tomaram proporções expressivas. No Rio de Janeiro, cerca de 1 milhão de cidadãos se mobilizaram no dia 10 de abril de 84. Uma semana depois, cerca de 1,7 milhões de pessoas se juntaram a favor do voto direto, novamente na Praça da Sé.

Mesmo com manifestações que expressavam apoio à efetivação da Emenda Constitucional, ela não foi aprovada pela Câmara dos Deputados em abril de 1984. Ao todo, foram 298 votos favoráveis a emenda, mas para que ela fosse aprovada, era necessários mais 22 votos somado aos anteriores. O alto índice de abstenção também colaborou para impedir o voto democrático naquele período, já que 112 votos foram anulados.

MOVIMENTO CARAS PINTADAS (1992)

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/o-que-foi-o-movimento-dos-caras-pintadas.phtml

Durante o governo do ex-Presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), a economia do Brasil estava saturada, o país passava por um período que ficou conhecida como “década perdida” que resultou em desemprego, alto índice de hiperinflação entre outros. Diante de desafios econômicos, o governo Collor decidiu criar medidas a fim de restabelecer a economia, sintetizadas no chamado “Plano Collor”, que foi coordenado pela ex-Ministra da Economia Zélia Cardoso de Melo.

O plano estabelecia: a demissão de funcionários públicos, privatização de empresas estatais, mudança da moeda econômica – de Cruzado passou a ser Cruzeiro – o bloqueio financeiro nas contas correntes acima de 50 mil cruzados, limite de saques bancários, empréstimo compulsório (medida que autorizava o governo a se utilizar do dinheiro da população nos bancos, como uma forma de empréstimo da população ao governo), bloqueio de aumentos salariais e a abertura do mercado financeiro estrangeiro.

As medidas adotadas por esse plano geraram um clima de insatisfação popular, em meio à inflação, desemprego e falência de empresas devido à concorrência estrangeira (por conta da abertura do mercado) pelos quais o país passava.

Além disso, um outro evento foi importante para que os movimentos acontecessem: um episódio de corrupção envolvendo Collor, que ficou conhecido como “esquema Collor”. A corrupção foi relatada pelo irmão do presidente, Pedro Collor, no dia 24 de maio de 1992, por conta de problemas familiares. Em entrevista à Revista Veja, o irmão de Collor denunciou um esquema de corrupção do ex-presidente que envolvia um crime eleitoral, desvios de verbas públicas, conta bancária fantasma, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.

Em defesa, Collor pediu a abertura de uma ação penal para responsabilizar o autor da denúncia alegando crime contra honra. Além disso, Collor também apresentou uma carta ao país que informava os espantos do presidente com as denúncias. Na carta, o ex-presidente se referia às acusações como falsas e insensatas.

No dia 27 de maio do mesmo ano, Collor disse em entrevista que estava com a consciência tranquila sobre as denúncias detalhadas por seu irmão. No mesmo dia, atendendo a solicitações de parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT), o congresso instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a fim de investigar as acusações que foram comprovadas após três meses pela comissão.

Diante das acusações, cerca de 10 mil pessoas reuniram-se na manifestação no dia 11 de agosto de 1992, em frente ao Museu da Arte de São Paulo (Masp).

Em meio a isso, através de um pronunciamento, no dia 13 de agosto de 1992, Collor pediu para que a população saísse às ruas com uma peça de roupa das cores da bandeira do Brasil, mostrando o apoio ao seu governo. Mas o que se viu, diante dessas incertezas, foi a população, na maioria dos estudantes, indo às ruas protestar contra o governo e a situação econômica do país. No dia 14 de agosto milhares de pessoas protestavam na cidade do Rio de Janeiro.

Na data de 16 da mesma semana, o “domingo negro” começava nas ruas do país. São Paulo e Rio de Janeiro tiveram as maiores concentrações de protestos, mas que se espalhavam pelo Brasil. Com uma forma de repúdio ao pronunciamento de Collor, estudantes usaram roupas pretas e caras pintadas de verde e amarelo. Com gritos e cantos por todo o país, os estudantes exclamavam “Fora, Collor! Fora, Collor!” e cantavam “ai, ai, ai, ai, se empurrar o Collor caí”

As manifestações contribuíram para estabelecer o clima político que resultou no impeachment de Collor.

JORNADA DE JUNHO (2013)

https://uniaoanarquista.wordpress.com/2015/06/20/viva-as-jornadas-de-junho-de-2013-documentos-politicos-e-teoricos/
 

O mês de junho de 2013 foi marcado por intensos protestos nas cidades do Brasil. As manifestações nesse período são conhecidas por muitos nomes, entre eles, Manifestação dos 20 centavos, Jornadas de Junho ou Manifestação de Junho. Inicialmente, os protestos tiveram início em Porto Alegre começando como um ato local contra o aumento de tarifas no transporte público Logo, isso se tornou uma “onda de revoltas” que se espalhou pelo Brasil.

As manifestações foram lideradas pelo Movimento Passe Livre (MPL). A população estava descontente com o governo daquele período e protestavam contra os problemas sociais, corrupção, qualidade dos serviços públicos, entre diversos outros temas. Expressões estampadas em cartazes eram comuns nessas manifestações como “vem pra rua”, “o gigante acordou”, “não é só 20 centavos”, “redução já”, “passe livre” entre outros.

As mídias sociais e a internet foram utilizadas para organizar os protestos nas cidades.  As intensificações das manifestações resultaram na participação não só de trabalhadores e estudantes, mas também de grande parte da população, uma vez que a pauta do movimento foi tomando outras proporções ligadas aos problemas da sociedade, como a corrupção, problemas em hospitais, educação, gastos com a Copa do Mundo, justiça, segurança pública etc.

No dia 20 de junho aconteceu a maior concentração de manifestações populares de 2013. Cerca de l1,25 milhões de pessoas compareceram às ruas em diferentes estados do país. O governo atuou reprimindo parte dos movimentos através da repressão policial que se utilizou de bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha.  Contudo, em resposta às manifestações foi anunciada a redução da tarifa de ônibus em algumas cidades do Brasil como Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Fortaleza, Campinas, Brasília, Porto Alegre e Belém (pauta de origem do movimento).

Além disso, no dia 24 de junho de 2013 a então Presidenta Dilma Rousseff apresentou medidas que seriam tomadas em retorno aos protestos como a responsabilidade fiscal, melhorias na saúde, transporte, educação e reforma política. A declaração da ex-presidenta afirmou investimento de RS 50 bilhões em mobilidade urbana, tornou corrupção como crime hediondo (crimes com penas severas) entre outros.

ALGUMAS DIFERENÇAS ENTRE ESSES MOVIMENTOS

Os três movimentos tinham demandas diferentes, uma vez que os Diretas Já requeriam o voto direto ao presidencialismo, o movimento Caras Pintadas, por sua vez demandava o impeachment de Collor e os Jornada de Junho protestavam por melhorias nos setores da sociedade, como político, econômico, educacional.

Os três eventos situaram-se em um contexto político bastante diferente, o Diretas Já aconteceu em meio a uma transição eleitoral política; o Caras Pintadas se deu em meio ao governo do primeiro presidente eleito pelo voto democrático, após o regime militar; já o Jornadas de Junho aconteceu diante de outro fato histórico: a primeira presidenta (mulher) da história do Brasil.

O movimento Caras Pintadas foi o único que se utilizou de cores da bandeira do Brasil nos rostos associadas a roupas pretas como uma das formas de protestar.

O período em que a economia estava mais saturada quando ocorreram os protestos foi durante as manifestações do Diretas Já.

As Jornada de Junho foi a única manifestação que começou com pautas pré-definidas, mas que reivindicou por outros direitos que não estavam estabelecidos inicialmente, devido à proporção que as manifestações tomaram ao redor do Brasil.

O QUE AS MANIFESTAÇÕES TINHAM EM COMUM 

Os movimentos Diretas Já e Caras Pintadas não tiveram propagação em ambientes virtuais, já que essas plataformas não eram uma realidade naquele período, mas isso não impediu com que diversas pessoas fossem às ruas protestar a favor ou contra as temáticas levantadas.

Todos esses movimentos eram conjunturais, existiram após uma demanda social, mas ocorreram por curto prazo. Além disso essas manifestações protestaram contra atitudes do governo de cada período.

O movimento Caras Pintadas e as Jornadas de Junho de 2013 tiveram participação predominante do público jovem e dos estudantes.

Os três protestos aconteceram para colocar assuntos semelhantes em debate como a ética e a autonomia política, seja para escolher uma forma de governo, ou para contestar problemas da sociedade.

As manifestações da Jornadas de Junho e dos Caras Pintadas começaram com protestos locais que logo se espalharam pelo Brasil.[…]

Disponível em: https://www.politize.com.br/movimentos-sociais-do-brasil/#:~:text=Durante%20a%20hist%C3%B3ria,Enter%20Captcha%20Here%20%3A Acesso em: 27 de ago. de 2021.

ATIVIDADES

4. Os movimentos sociais são agrupamento de indivíduos que defendem alguma causa ou objetivo com demanda e pautas direcionadas e definidas. Os movimentos sociais podem ser contrários ou favoráveis a uma temática da sociedade e podem atuar em diversas frentes como, por exemplo: ambiental, racial, sexual, trabalhista, entre outras. Eles podem ter características de conservação (manter algo) ou transformação social e ser divididos em: Movimentos conjunturais e Movimentos estruturais. No quadro a seguir caracterize cada um desses tipos de movimentos.

5. O texto “Movimentos sociais que marcaram a História do Brasil” apresentam três movimentos sociais importantíssimos na nossa história e são eles: Diretas Já, Caras Pintadas e as Jornadas de Junho. Por que eles foram considerados movimentos conjunturais?

A) Porque existiram em um longo espaço de tempo.

B) Porque existiram em um curto espaço de tempo.

C) Porque não existia um tempo determinado.

D) Porque pode ser aplicado a qualquer espaço de tempo. 

6. No início dos anos 80 a população brasileira dava sinais de insatisfação com o regime político vigente por conta dos problemas que perpassavam o Brasil, como o aumento da inflação, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o avanço do desemprego. Nesse contexto acontece o movimento Diretas Já.

Em relação a esse movimento, pode-se dizer que ele reivindicava

A) o retorno das eleições presidenciais diretas em 1985.

B) a permanência da ditadura militar visando o bem do Brasil.

C) um plano para queda da inflação.

D) a contenção do avanço do desemprego.

7. Durante o governo do ex-Presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), a economia do Brasil estava saturada, o país passava por um período que ficou conhecida como “década perdida” que resultou em desemprego, alto índice de hiperinflação entre outros. Diante de desafios econômicos, o governo Collor decidiu criar medidas a fim de restabelecer a economia, sintetizadas no chamado “Plano Collor”, que foi coordenado pela ex-Ministra da Economia Zélia Cardoso de Melo.

Nas alternativas a seguir marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. O plano Collor estabelecia

a) (   ) a não demissão de funcionários públicos.

b) (   ) a não privatização de empresas estatais. 

c) (   ) a mudança da moeda econômica de Cruzado passou a ser Cruzeiro.

d) (   ) a defesa do bloqueio financeiro nas contas correntes acima de 50 mil cruzados.

e) (   ) a limitação nos saques bancários.

f) (  ) o empréstimo compulsório (medida que autorizava o governo a se utilizar do dinheiro da população nos bancos, como uma forma de empréstimo da população ao governo).

g) (   ) o bloqueio de aumentos salariais e a abertura do mercado financeiro estrangeiro.

8. As medidas adotadas por esse plano geraram um clima de insatisfação popular, em meio à inflação, desemprego e falência de empresas devido à concorrência estrangeira (por conta da abertura do mercado) pelos quais o país passava. Essas situações desencadearam protestos que culminou em um movimento que ficou conhecido como “Movimento caras pintadas”. Sobre este movimento responda aos questionamentos a seguir.

a) Quem foram os principais protagonistas deste movimento?

b) Por que este movimento levou o nome de caras pintadas?

c) Qual era o grito de guerra deste movimento?

d) Qual foi o resultado desse movimento?

9. O mês de junho de 2013 foi marcado por intensos protestos nas cidades do Brasil. As manifestações nesse período são conhecidas por muitos nomes, entre eles, Manifestação dos 20 centavos, Jornadas de Junho ou Manifestação de Junho. Neste contexto quem liderava essas manifestações e o que era protestado?

10. Os textos falam de três movimentos sociais em tempos e contextos diferentes. Esses movimentos apresentavam algumas diferenças e semelhanças. No quadro a seguir apresente algumas semelhanças e algumas diferenças.

Agora vamos estudar um assunto muito atual e importante! as causas da violência contra populações marginalizadas (negros, indígenas, mulheres, homossexuais, camponeses, pobres etc.) Não será possível destacar aqui todos esses grupos, mas, espera-se que com estes grupos apresentados, você compreenda a importância da tomada de consciência e à construção de uma cultura de paz, empatia e respeito às pessoas.

RACISMO NO BRASIL

Antes de falar de racismo, devemos nos atentar para uma distinção conceitual importante: racismo, discriminação e preconceito não são, exatamente, a mesma coisa. Preconceito é um julgamento sem conhecimento de causa, ou seja, julgar algo ou alguém sem antes conhecer. Discriminação é o ato de diferenciar, de tratar pessoas de modo diferente por diversos motivos. Já o racismo é uma forma de preconceito ou discriminação motivada pela cor da pele ou origem étnica. Pensando na extensão dos conceitos, o racismo está dentro dos conjuntos “preconceito” e “discriminação”, mas não os esgota. O racismo não se manifesta de maneira única, podendo ocorrer, principalmente, de três maneiras:

Quando há crime de ódio ou discriminação racial direta: essa forma de manifestação do racismo é mais evidente. Trata-se de situações em que pessoas são difamadas, violentadas ou têm o acesso a algum tipo de serviço ou lugar negado por conta de sua cor ou origem étnica.

Quando há o racismo institucional: menos direta e evidente, essa forma de discriminação racial ocorre por meios institucionais, mas não explicitamente, contra indivíduos devido a sua cor. São exemplos dessa prática racista as abordagens mais violentas da polícia contra pessoas negras e a desconfiança de agentes de segurança e de empresas contra pessoas negras, sem justificativas coerentes. Um bom exemplo da luta do racismo institucional são os protestos de Charlottesville, nos Estados Unidos, em 2017, devido à conduta criminosa de policiais que mataram negros desarmados e rendidos em abordagens, além de agirem com violência desnecessária.

Quando há o racismo estrutural: menos perceptível ainda, o racismo estrutural está cristalizado na cultura de um povo, de um modo que, muitas vezes, nem parece racismo. A presença do racismo estrutural pode ser percebida na constatação de que poucas pessoas negras ou de origem indígena ocupam cargos de chefia em grandes empresas; de que, nos cursos das melhores universidades, a maioria esmagadora — quando não a totalidade — de estudantes é branca; ou quando há a utilização de expressões linguísticas e piadas racistas. A situação fica ainda pior quando as ações ou constatações descritas são tratadas com normalidade.

No Brasil e em outros países que utilizaram a mão de obra escrava, o racismo resulta, principalmente, da colonização e da escravidão. No dia 13 de maio de 1888, a promulgação da Lei Áurea proibiu a escravidão, mas não foram criadas políticas de inserção dos negros recém libertos no mercado de trabalho e na educação.

Além dessa situação, os ex-escravos ainda esbarraram no problema da fome e da moradia, visto que muitos perderam, do dia para a noite, as condições mínimas de subsistência das quais dispunham enquanto eram escravizados. Na passagem do século XIX para o século XX, é que podemos situar, então, o momento em que o racismo se instalou em uma sociedade que já não poderia manifestar seus anseios racistas legalmente de maneira explícita, mas os manifestava de outras formas. Como medida de coerção da cultura e dos hábitos dos negros, por exemplo, foi proibida, por decreto localizado no Código Penal de 1890, a prática e a difusão da capoeira, uma arte de origem africana.

Disponível em:< https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/racismo.htm> acesso 10 de set. de 2020. (adaptado)

ATIVIDADES

11. Observe a charge:

Com base na análise da charge elabore um breve texto sobre: Quais tipos de preconceitos a charge representa? sobre qual realidade a charge está falando? você se identifica com esta charge?

Disponível:https://ponte.org/charge-negros-sao-as-maiores-vitimas-da-violencia/ . Acesso em: 27 de ago. de 2020

12. Segundo o texto o racismo não se manifesta de maneira única. Cite as três maneiras em que o racismo pode ocorrer, caracterizando cada uma delas.

13. Com base no texto identifique as diferenças entre racismo, discriminação e preconceito. E escreva com suas palavras um breve relato sobre estas diferenças.

VOCÊ SABE O QUE É FEMINICÍDIO?

Em 2015, foi sancionada, no Brasil, aLei do Feminicídio. Trata-se da Lei nº 13.104/15, que altera o Código Penal brasileiro instituindo um novo agravante específico de homicídio: o feminicídio, que é, basicamente, o homicídio ocorrido contra uma mulher em decorrência de discriminação de gênero, ou seja, por sua condição social de mulher, podendo também ser motivado ou concomitante com violência doméstica.

A violência contra a mulher, que nos casos mais graves acarreta o feminicídio, é preocupante no Brasil. Dados levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que, a cada uma hora e meia, um feminicídio foi cometido em território brasileiro, entre os anos de 2007 e 2011, logo após a sanção da Lei 11.340/06, mais conhecida comoLei Maria da Penha, que visa a coibir a violência doméstica cometida contra mulheres. Por isso, a necessidade de tratar o feminicídio com maior rigidez ainda existe hoje em dia, justificando a implementação da lei.

A Lei do Feminicídio introduz uma nova categoria de homicídio no Código Penal. Já existem, na seção que trata de crimes contra a vida do Código Penal brasileiro, o homicídio simples e os homicídios qualificados. A Lei do feminicídio introduz uma nova seção qualificadora dos homicídios simples, o que torna a pena maior. O homicídio simples pode acarretar penas de 6 a 20 anos de reclusão, enquanto os homicídios qualificados podem levar o condenado a cumprir de 12 a 30 anos de reclusão.

A lei também altera a Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90), colocando o feminicídio como um crime hediondo, o que faz com que o ritual do julgamento seja dado, especialmente, por um Tribunal do Júri (mais conhecido como júri popular).

FEMINICÍDIO NO BRASIL

Uma pesquisa do Ipea mostrou que entre os anos de 2007 e 2011, logo após a sanção da Lei 11.340/06, mais conhecida como Lei Maria da Penha, ocorreram no Brasil uma média de um feminicídio a cada uma hora e meia. Outra importante fonte de dados sobre a violência contra as mulheres, o Mapa da Violência, apontou em sua edição de 2015 que ocorrem 13 feminicídios por dia no Brasil e que a maioria desses crimes é praticada por familiares ou ex-cônjuges da vítima.

Esses dados apresentam apenas os casos extremos, quando a violência resulta na morte da vítima, desconsiderando os casos de estupro, assédio sexual, assédio moral e psicológico e agressões físicas e verbais.

Por apresentar esses dados, o Brasil encontra-se em quinto lugar no ranking mundial de violência contra a mulher, estando à frente até de países teocráticos islâmicos, onde as mulheres podem ser condenadas ao apedrejamento e nunca são emancipadas das tutelas de seus pais ou maridos.

A violência contra a mulher, resultante ou concomitante com o feminicídio, está ligada a uma cultura misógina perpetrada pelo patriarcalismo social persistente ainda nos dias de hoje. Percebe-se que essa cultura vitimiza mais pessoas em países em vias de desenvolvimento, com situações socioeconômicas desiguais e política instável.

Também pode ser observado que a violência doméstica e sexual cometida contra mulheres está fortemente ligada à educação e que a própria cultura misógina, que muitas vezes coloca a culpa do crime na própria vítima, é um entrave para que as mulheres denunciem os abusos sofridos.

https://www.brasildefatoce.com.br/2021/01/08/a-epidemia-do-feminicidio

Esses fatores combinados resultam, em casos mais graves, no feminicídio. Portanto, leis mais severas, como a Lei 13.104/15, junto à atuação dos agentes públicos de segurança, são necessárias para reduzir a violência contra a mulher no Brasil.

Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/feminicidio.htm. Acesso em: 18 de ago. de 2022.

ATIVIDADE

14. Você já sabia diferenciar filicídio de feminicídio?  Faça uma pesquisa e leia mais sobre o feminicídio no Brasil e escreva um pequeno texto sobre o assunto, se possível destaque os índices desse tipo de crime no Brasil.  

VOCÊ SABE O QUE É LGBTfobia?

A pauta LGBT no Brasil vem ganhando importância e sendo mais citada, tanto no meio acadêmico quanto por políticos e pela sociedade civil. Mesmo assim, a realidade da comunidade LGBT no Brasil está longe de ser perfeita. Isso é mostrado, principalmente, pelos dados sobre a violência que esse grupo enfrenta como uma consequência da LGBTfobia. No dia 17 de maio é comemorado o Dia Internacional contra a Homofobia. No ano de 2021, várias organizações internacionais e governos ao redor do globo celebraram o dia e enviaram uma mensagem clara: não há espaço para a LGBTfobia. Além disso, o STF tomou uma decisão importante sobre o assunto.

O QUE É LGBTFOBIA?’

O termo LGBTfobia não é tão conhecido, já que outro é normalmente usado como sinônimo para se referir ao ódio à população LGBT: a homofobia. Tecnicamente, essa expressão refere-se apenas à hostilidade direcionada a homossexuais, mas o termo se popularizou e é utilizado amplamente. Nesse sentido, Maria Berenice Dias – presidente da Comissão da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB –, define a homofobia como o “ato ou manifestação de ódio ou rejeição a homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”.

                                                                                                      Disponível em: https://www.politize.com.br/lgbtfobia-brasil-fatos-numeros-polemicas/ Acesso em: 27 de ago. de 2021.

ATIVIDADES

15. Observe o gráfico:

Disponível em: https://d3q93wnyp4lkf8.cloudfront.net/revista/post_images/19106/25c7fe251afa55c19f730d95b29586843c6297ba.PNG?1558097354 Acesso em: 27 de ago. de 2021.  
 

De acordo com o texto, a realidade da comunidade LGBT no Brasil está longe de ser perfeita. Isso é mostrado, principalmente, pelos dados sobre a violência que esse grupo enfrenta como uma consequência da LGBTfobia. O gráfico representa a realidade dessas violências sofridas por essas pessoas. Percebe-se que do ano 2000 até o ano 2017 os índices de mortes na maioria dos anos foram crescentes. De 2017 para 2018 apresenta um pequeno decréscimo no número de morte. De acordo com o texto e com os seus conhecimentos já adquiridos nessa área quais são os fatores que tem contribuído para esse decréscimo?_

16. A Constituição Federal é a lei maior do nosso país. O Brasil já teve sete constituições são elas: a de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Os direitos dos cidadãos foram sendo ampliadas a mediada que foram surgindo as necessidades e as reivindicações dos cidadãos foram sendo ouvidas. A Constituição Federal brasileira datada de 1967 Art. 150 § 1º diz que: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção, de sexo, raça, trabalho, credo religioso e convicções políticas. O preconceito de raça será punido pela lei”. No art. 3º, IV da Constituição Federal de 1988, dispõe que, entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, está: “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Mesmo o direito de igualdade estar garantido na Constituição Federal e asseguradas em lei especificas, existe igualdade de todos perante a lei? Será que na prática isso realmente acontece? Será que as diferenças são respeitadas para que todos sejam considerados iguais perante a lei?____________

Para complementação de seus conhecimentos, se possível, assista aos filmes:

Democracia racial
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EATDU8Bw-Ug Acesso em: 25 de ago. de 2021
A hora e a vez da democracia
Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=rieUrcCk6P4 acesso em: 27 de ago de 2021

PARTE II

GLOBALIZAÇÃO NO BRASIL

https://tiinside.com.br/18/07/2014/brasil-e-15o-em-ranking-mundial-de-globalizacao-de-tic-composto-por-20-paises/
  

A Globalização no Brasil perpassa por uma série de fatores históricos e geográficos. Pode-se dizer que desde que os europeus chegaram ao que hoje é chamado de território brasileiro, o Brasil está inserido no processo de Globalização. Entretanto, o consenso é que somente a partir da década de 1990 que a Globalização passou a ter um maior impacto na economia brasileira. A maior influência da Globalização no Brasil demarcou também a adoção de um modelo econômico que visava à mínima intervenção do Estado na economia, chamado de Neoliberalismo. Com isso, intensificou-se o processo de privatizações das empresas estatais e a intensa abertura para o capital externo.

O Brasil também deixou de ser denominado como país de terceiro mundo, uma vez que essa divisão deixou de ser adotada. Passou-se a dividir o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos). O que não mudou foi a dependência econômica e a condição de subdesenvolvimento em que o país se encontrava.

Com a abertura de capitais, houve maior inserção das indústrias e companhias multinacionais no Brasil. Elas aqui se instalaram para ampliar o seu mercado consumidor e, também, para buscar mão de obra barata e maior acesso às matérias-primas. Isso acarretou uma maior produção de emprego, porém com condições de trabalho mais preconizadas. Além disso, observou-se também a instalação de indústrias denominadas “maquiladoras”, uma vez que todo o processo produtivo se fazia em outros países e apenas a montagem dos produtos era feita nacionalmente. O intuito das empresas era driblar os impostos alfandegários e diminuir os custos de produção, uma vez que a mão de obra em países subdesenvolvidos como o Brasil costuma ser mais barata que nos países desenvolvidos.

Em linhas gerais, o que se pôde observar com a Globalização do Brasil foi a construção de uma contradição: de um lado, o aumento de emprego e a produção e venda de maior número de aparelhos tecnológicos, já do outro, o aumento da precarização do trabalho e da concentração de renda, sobretudo nos anos 1990 e início dos anos 2000.

A década de 1990 marcou a expansão da globalização no Brasil, acompanhada da expansão ideologia econômico social neoliberal, pautada na política de ampla abertura comercial no mercado externo, corte de gastos públicos, flexibilização da acumulação de capital e das frentes de trabalho (Toyotismo), privatização (transferência de empresas públicas para o setor privado) e a intensificação da presença de multinacionais no país.

Disponível:< https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/globalizacao-no-brasil.htm> acesso 10 de setembro de 2020. [adaptado]

ATIVIDADES

17. A Globalização no Brasil perpassa por uma série de fatores históricos e geográficos. Pode-se dizer que desde que os europeus chegaram ao que hoje é chamado de território brasileiro, o Brasil está inserido no processo de Globalização. Entretanto, o consenso é que somente a partir da década de 1990 que a Globalização passou a ter um maior impacto na economia brasileira. Sobre os impactos da globalização no Brasil, das alternativas a seguir marque (V) para as verdadeiras e (F) para as Falsas:

a) (   ) Expansão do sistema econômico neoliberal;

b) (   ) Ampla abertura comercial para o mercado externo;

c) (   ) Flexibilização das frentes de trabalho;

d) (   ) Transferência de patrimônio privado para o poder público.

18. A maior influência da Globalização no Brasil demarcou também a adoção de um modelo econômico. Elabore um pequeno texto dissertando sobre os seguintes questionamentos:

  • Como se chama este modelo?
  • Esse modelo ainda prevalece até os dias de hoje?
  • Como ele funciona?

CULTURA DE MASSA

https://oempregoeseu.com/2020/11/22/cultura-de-massa/
 

Cultura de Massa é o termo empregado para significar o processo de produção de bens de consumo (de vários tipos) que alcancem uma grande parcela da população, com fins fundamentalmente lucrativos e comerciais. Cultura de Massa, portanto, se refere ao processo de mercantilização da cultura por parte dos esforços de toda uma Indústria Cultural.

Esse processo se dá a partir da inserção de produtos/ideias/conceitos industriais no âmbito da cultura e os esforços para que estes atinjam “em massa” a população com o único objetivo de gerar relações comerciais. A Cultura de Massa é, por isso, parte integrante do sistema capitalista e de seus fenômenos decorrentes.

Podem ser considerados elementos da cultura de massa variadas formas de expressão, como a música, dança, séries, filmes, moda, esportes, etc. Além disso, os maiores difusores da cultura de massa são os chamados meios de comunicação em massa, como a televisão, os jornais, a internet, as revistas – entre outros – e que atuam, portanto, no processo de homogeneização da cultura, como falaremos mais adiante.

O desenvolvimento tecnológico presente a partir do século XIX gerou transformações profundas nos modos de vida da população e nas formas com que produziam e consumiam bens culturais. O surgimento e propagação dos meios de comunicação de massa e dos produtos industriais provocaram rupturas em relação às formas culturais anteriores, principalmente por conta do alastramento daquilo que era produzido neste novo contexto.

Entretanto, foi somente após a II Guerra Mundial que os conceitos “Cultura de Massa” e, sobretudo, “Indústria Cultural” ganharam contornos e força dentro do meio intelectual. Na chamada Escola de Frankfurt, os teóricos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer produziram inúmeras reflexões sobre o advento da produção cultural para as massas.

Indústria Cultural foi o termo escolhido pelos autores para fazer referência aos grandes centros de produção de comunicação em massa, responsáveis pela criação, divulgação e propagação de informações, serviços e produtos. O termo faz menção ao fato de que, como em qualquer indústria, a produção de bens culturais estaria a favor do consumo em massa, do lucro e, portanto, do capitalismo.

Ainda segundo Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural e a Cultura de Massa são responsáveis pelo processo de alienação e homogeneização da população, uma vez que seus produtos são pré-definidos, homogêneos e carentes de profundidade política ou reflexão social. Para estes intelectuais, esses produtos servem como empecilho para o questionamento de sistemas vigentes por parte da população.

Já outro teórico alemão ligado à Escola de Frankfurt, Walter Benjamin, considerava que, apesar das problemáticas relacionadas aos conteúdos e homogeneização, a cultura de massa proporcionava um acesso mais amplo de classes menos privilegiadas aos bens culturais.

Algumas características da Cultura de Massa são:

  • a ampliação do acesso da população aos bens culturais;
  • a homogeneização da população, uma vez que são propagados modelos planos e homogêneos de cultura que reproduzem formas de ser, vestir, gostar e estar no mundo que não levam em consideração as individualidades e especificidades identitárias das pessoas. Ou seja, os consumidores são encarados como um corpo homogêneo, a “massa”;
  • os produtos consumidos têm amplo alcance graças às tecnologias de informação e de transporte disponíveis;
  • as vendas e o consumo são seus objetivos fundamentais; e são realizados em larga escala, conforme os padrões do mercado financeiro e industrial;
  • as mídias (ou meios de comunicação em geral) são parte fundamental, uma vez que são responsáveis pelo processo de divulgação;
  • a alienação dos indivíduos, uma vez que a partir da atratividade dos elementos estéticos dos produtos e das sensações de prazer, diversão e lazer é proporcionada certa “fuga da realidade” que, segundo Adorno e Horkheimer, é responsável pela alienação e pacificação das pessoas em relação à exploração capitalista a que são submetidas.

Disponível em: https://querobolsa.com.br/enem/sociologia/cultura-de-massa Acesso em: 09 de set. de 2021. (adaptado)

A cultura de massa não é produzida, mas sim reproduzida. A ideia aqui não é criar algo autêntico, mas reproduzir incessantemente o que já foi produzido (até que a demanda pelo objeto reproduzido se esgote) para conseguir atingir o maior número de espectadores, gerando assim um maior lucro com menos esforço e gasto. O grande comunicador brasileiro Abelardo Barbosa, imortalizado pelo seu nome artístico Chacrinha, lançou uma frase que ainda circula na mídia: “Na TV nada se cria, tudo se copia”.

Ironicamente, Chacrinha é copiado até hoje. Seu formato irreverente de apresentar um programa de auditório, com piadas, música ao vivo, competições, dançarinas e cenários chamativos ainda é utilizado nos programas de auditório brasileiros. A música comercial, os filmes comerciais, até mesmo as artes plásticas atuais renderam-se a um sistema de reprodução de cópias.

A cultura de massa apresenta-se como o modelo de reprodução cultural que deixa de lado o que o filósofo e crítico literário alemão Walter Benjamin chamou de aura da obra de arte, para dar lugar à produção de fácil acesso, de fácil “digestão”, de baixa qualidade e de baixo nível intelectual e técnico.

Filmes com roteiros que prendem o espectador por sua fórmula que mistura ação, romance e planos dinâmicos; músicas de poucos acordes e poesias pobres; estampas reproduzidas que dão lugar à arte plástica produzida pelo pintor, enfim, tudo isso pode compor a gama de objetos da cultura de massa. A cultura de massa trata as pessoas não como indivíduos, mas como uma massa que busca sempre as mesmas coisas.

CULTURA DE MASSA E CONSUMO

Há uma grande pesquisa da área da comunicação que envolve a sociologia, a psicologia e a administração para descobrir o que é capaz de agradar o grande público, que consiste no espectador médio da cultura de massa. Seguindo essa linha, as produtoras criam conteúdo de fácil acesso para prender a atenção dessas pessoas e dominá-las.

Em meio à programação ofertada, na TV, no rádio, na internet ou nos grandes shows de música, há a inserção de anúncio de patrocinadores que financiam a produção e esperam, em troca, a busca do público pelos produtos anunciados.

A cultura de massa estabeleceu-se como um artifício de manipulação das massas.

O hábito de fumar, por exemplo, popularizou-se bastante nos Estados Unidos após a disseminação de filmes de Hollywood que mostravam atrizes e atores fumando de forma elegante e sedutora. Algumas marcas de refrigerante e cerveja tornaram-se mundialmente conhecidas por seus anúncios bem elaborados e incorporação em filmes e novelas.

CULTURA DE MASSA E INDUSTRIA CULTURAL

CULTURA DE MASSA E CULTURA POPULAR

https://blog.portaleducacao.com.br/cultura-de-massa-cultura-popular-e-cultura-erudita-diferenca-entre-elas/

Pelo forte apelo popular da cultura massificada, tende-se a confundi-la com a cultura popular. No entanto, os dois conceitos são diferentes. A cultura popular é um modo de fazer artístico autêntico, fruto dos esforços de criação de uma camada popular da sociedade com o que se tem ao alcance.

A cultura popular é a cultura tradicional, muitas vezes com uma menor elaboração técnica, mas que objetiva apenas a produção artística para a expressão do artista. Podemos eleger como exemplos de cultura popular a música caipira brasileira, o samba, o grafite como arte urbana, a literatura de cordel nordestina, e a nossa culinária popular.

A cultura de massa vai na contramão de tudo o que acabou de ser apresentado. Sua preocupação não está na própria obra de arte, mas no alcance e no lucro que ela pode gerar. O que se espera é que o público saia satisfeito e queira mais, queira consumir mais.

Uma diferença marcante entre a cultura de massa e as culturas populares e eruditas é que estas perduram por muito tempo e são sempre lembradas e revisitadas, enquanto a cultura massificada tem um curto prazo de validade. Logo após ser lançada e consumida, a cultura massificada deixa de ser novidade e deve ser substituída por outro produto.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-de-massa.htm Aceso em: 09 de set. 2021. (adaptado)

ATIVIDADES

19.  Observe a imagem:

Disponível em: https://3.bp.blogspot.com/-ZYq5_Ux5TCc/WT2RvSMh1II/AAAAAAAAB5w/OJm8hxVYBqw5EflGwdJ3vInrIFLVGWn_gCLcB/s1600/O-Conceito-da-Industria-Cultural-11.jpg Acesso em: 09 de set. de 2021.  
 

20. Podem ser considerados elementos da cultura de massa variadas formas de expressão, como a música, dança, séries, filmes, moda, esportes, etc. De acordo com a leitura do texto quem são os maiores difusores da cultura de massa?_

21. O que gerou transformações profundas nos modos de vida da população e nas formas com que produziam e consumiam bens culturais?   

22. Das alternativas a seguir, quais são características da Cultura de Massa? Assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.

 a) ( ) a restrição do acesso da população aos bens culturais;

 b) ( )a heterogeneização da população, uma vez que são propagados modelos planos e heterogêneos de cultura que reproduzem diversas formas de ser, vestir, gostar e estar no mundo que levam em consideração as individualidades e especificidades identitárias das pessoas. Ou seja, os consumidores são encarados como um corpo heterogêneo, e não “massa”;

c) ( ) os produtos consumidos têm amplo alcance graças às tecnologias de informação e de transporte disponíveis;

d) (   ) as vendas e o consumo são seus objetivos fundamentais; e são realizados em larga escala, conforme os padrões do mercado financeiro e industrial;

 e) ( ) as mídias (ou meios de comunicação em geral) são parte fundamental, uma vez que são responsáveis pelo processo de divulgação;

f) (   ) a alienação dos indivíduos, uma vez que a partir da atratividade dos elementos estéticos dos produtos e das sensações de prazer, diversão e lazer é proporcionada certa “fuga da realidade” que, segundo Adorno e Horkheimer, é responsável pela alienação e pacificação das pessoas em relação à exploração capitalista a que são submetidas.

23. Pelo forte apelo popular da cultura massificada, tende-se a confundi-la com a cultura popular. No entanto, os dois conceitos são diferentes. Relate as principais diferenças entre cultura popular e cultura de massa.

24. Observe a imagem:

Disponível em: https://arquivos.infra-questoes.grancursosonline.com.br/imagem/prova/53699/questao/1622646-20210329161113000000-0.png.Acesso em: 09 de set. de 2021.

Com base no texto e na imagem explique com suas palavras qual é a relação da cultura de massa com o consumismo.

Leia o trecho do texto a seguir. Ele é uma propaganda de uma empresa de marketing, ele é bastante importante para reflexão do poder que as redes sociais exercem na sociedade contemporânea.  

       Na atualidade, as mídias digitais são utilizadas para uma série de atividades humanas: comunicar-se em tempo real, estudar por meio de aplicativos e plataformas digitais, para entretenimento, para comprar e vender produtos dos mais variados gêneros, para conhecer lugares, fazer pesquisas e tantas outras necessidades.

Atualmente, passamos maior parte de nosso tempo conectados à internet e muito desse tempo é gasto nas interações que as redes sociais nos proporcionam, e que por fim acabam nos influenciando e surtindo algum efeito nas nossas vidas.

https://formacao.cancaonova.com/atualidade/tecnologia/que-mal-pode-haver-por-tras-das-midias-sociais/

Com isso, toda a relação de comunicação entre as pessoas vem mudando, algo que ficou ainda mais claro com a chegada da pandemia, que nos tirou o contato físico e nos deixou apenas com a relação virtual. Seguindo essa linha, os políticos também perceberam essa mudança na comunicação e estão se atualizando, interagindo e engajando seus possíveis eleitores por meio de ações mais informais nas redes sociais.

Dessa maneira, o marketing eleitoral percebeu que a propaganda televisiva era muito curta e relativamente cara, a qual também não era mais o método que alcançava pessoas com maior efetividade, pois o consumo de televisão veio perdendo seu espaço no entretenimento das pessoas. Assim, uma boa promoção pelas ferramentas que as redes sociais dão, como vídeos no Youtube, lives no Instagram e posts no Facebook e Twitter podem chegar a mais pessoas com mais facilidade e intimidade por um preço mais barato, logo, sendo mais rentável e possivelmente mais favorável a eleição.

Ademais, existem vários casos de políticos eleitos no mundo que através da percepção da mudança do meio da comunicação, conseguiram alcançar um maior número de possíveis eleitores e geraram mais atenção para suas teorias e formas de pensar política nos países por meio da internet, nomes que utilizaram e utilizam desse meio de promoção a fim de se elegerem são o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o atual presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro

Logo, fica explícito o impacto que uma boa gestão de redes sociais pode causar para um candidato na corrida eleitoral. Dessa maneira, também fazendo um papel crucial como ferramenta de extrema importância para a situação política de um país e para saber quais são os temas políticos que mais atrai a população e quais são as estratégias que mais são usadas por políticos em virtude de atrair os eleitores.

Por fim, a Ínteri Jr. valoriza o poder que as redes sociais têm no meio empresarial e por isso sempre mantemos nossas plataformas atualizadas com conteúdo voltados aos nossos serviços e para nossa vivência com empresários juniores. Então, sabemos o quanto um marketing bem feito faz diferença para as empresas e sempre recomendamos aos nossos clientes manterem um bom cronograma de postagens com intenção de gerar mais engajamento e assim atrair mais clientes.

Disponível em: interijr.com/blog/impacto-das-redes-sociais-na-politica/?gclid=Cj0KCQjw4eaJBhDMARIsANhrQADKbdzc8mQyvuRtA2cfDPRB0BaVA0oTAok-VetTyafFLq8WXPL9FYwaAvTYEALw_wcB Acesso em: 09 de set. 2021.

ATIVIDADE

25. Com suas palavras escreva um pequeno texto sobre a influência das redes sociais na sociedade contemporânea. Atente para os aspectos econômicos, sociais e políticos que o texto traz.  

EM CONTRAPARTIDA

https://coronavirus.ceara.gov.br/project/fato-ou-fake-as-vacinas-sao-indispensaveis-num-cenario-de-pandemia/
 

Com a popularização e acesso facilitado aos meios de comunicação, o conceito de fake News ganhou forma. Empregado às notícias fraudulentas que circulam nas mídias sociais e na Internet, o conceito é aplicado principalmente aos portais de comunicação online, como redes sociais, sites e blogs, que são plataformas de fácil acesso e, portanto, mais propícias à propagação de notícias falsas, visto que qualquer cidadão tem autonomia para publicar.

As Fakes News crescem conforme o número de compartilhamentos, então é necessário repassar somente informações verídicas e sempre se questionar caso veja uma manchete duvidosa. Notícias falsas espalham-se rapidamente e apelam para o emocional do leitor/espectador, chamando atenção com títulos sensacionalistas e causando o consumo do material “noticioso” sem a confirmação da veracidade de seu conteúdo. O compartilhamento de informações fraudulentas tem grande consequências, apesar de parecer inofensivo. Para se proteger contra as fakes News, verifique sempre as informações recebidas e certifique-se da veracidade da notícia antes de compartilhar. Na dúvida, não compartilhe.  Consulte sites de verificação gratuitos. Repassar informações falsas, ainda mais se forem de grande complexidade, é perigoso. Não alimente as fakes News.

Disponível em: https://www.tjpr.jus.br/noticias-2-vice/-/asset_publisher/sTrhoYRKnlQe/content/o-perigo-das-fake-news/14797?inheritRedirect=false Acesso em: 09 de set. de 2021.  

ATIVIDADE

26. No Brasil, além de enfrentarmos problemas políticos e socioeconômicos, enfrentamos também um sério inimigo chamado Fake News, não que Fake News seja um problema exclusivo do Brasil. Diariamente recebemos um amontoado de informações em nossas redes sociais. Mas, o que você deve fazer para se proteger desse mal?  Com suas palavras escreva uma orientação de como se precaver das Fake News. Depois de revisado você poderá até publicar nas suas redes sociais alertando seus amigos do perigo desse mal.

SE POSSÍVEL ASSISTA ESTES VÍDEOS COMPLEMENTARES