ATENAS, ESPARTA E AS MULHERES

Ao estudarmos o mundo grego, percebemos uma variedade de povos com organização social diferente, isto por que, cada cidade-estado tinha a liberdade de organizar o seu território, desta forma, podemos afirmar que o mundo grego na era homogêneo e essa visão pode ser observada a partir da situação das mulheres no mundo grego. Atenas é conhecida historicamente como o berço da democracia e da filosofia, o que leva algumas pessoas a identificá-los como povos ‘’ mais desenvolvidos’’, mas essa ideia de desenvolvimento em relação as demais cidades-estados gregas, esbarram na situação das mulheres em Atenas.

A mulher ateniense era criada para ser educada e dócil, suas atribuições ficavam centralizadas ao mundo doméstico. A mulher de Atenas não recebe educação escolar formal. Suas mães lhes ensinam as habilidades domésticas necessárias para administrar uma casa. Já a educação dos meninos inclui retórica, necessária para uma participação política efetiva, e a educação física para o serviço militar.

Essas habilidades não são consideradas necessárias para as meninas. Até o casamento as mulher ateniense ficava sob a tutela de seu pai e era ele que escolhia com quem ela iria se casar, após o casamento ela passava a ser tutelada pelo marido e caso ficasse viúva sua tutela ficava com o seu parente mais próximo ou com seu filho (caso ela tivesse um).

Geralmente as mulheres em Atenas se cassavam entre os 14 até os 16 anos. Mesmo após as reformas políticas, as mulheres não participavam das questões públicas por serem consideradas inaptas para esse tipo de tarefa. Elas tinham, o único privilégio que era transmitir o conceito de cidadania a seus filhos.

Na cidade-estado de Esparta a situação feminina era completamente oposta. “Reforçando o seu caráter militar, os espartanos acreditavam que a mulher deveria ser fisicamente preparada para que pudesse dar origem a indivíduos aptos para compor o exército daquela cidade. Por isso, era comum que essas mulheres se dedicassem à disputa de jogos e outros tipos de atividade esportiva.

Além disso, podiam controlar as finanças domésticas e participar das reuniões públicas ligadas à vida política espartana.” Ao contrário das atenienses, as espartanas podiam possuir e herdar legalmente propriedades e, geralmente, eram mais instruídas. Podiam pedir o divórcio livremente, sem correr o risco de perderem seus bens pessoais, e de se casar novamente. No caso de um segundo casamento, elas não tinham que abandonar os filhos do primeiro casamento uma vez que a paternidade biológica não importava na maneira de criar os filhos. Esparta tinha um sistema de ensino organizado pelo Estado e obrigatório para todos (meninos e meninas). Para as meninas, o ensino visava formar mães fortes que, por sua vez, gerariam crianças fortes e saudáveis. O currículo começava aos 7 anos e inclui dois componentes: o treinamento físico para fortalecer o corpo, e o aprendizado de dança, poesia e música. 

ATIVIDADES

1. Sobre as atenienses e as espartanas podemos afirmar:

A) Ambas tinham o mesmo papel em suas respectivas cidade-estado que era dar a luz a um homem belo, já que a beleza é uma atribuição necessário no mundo grego em geral.

B) Tanto as atenienses como as espartanas eram consideradas figuras necessárias para o desenvolvimento esplendoroso de sua cidade-estado, por isso, tudo no mundo grego girava em torno das mulheres.

C) Que a situação das mulheres ateniense e das mulheres espartanas eram completamente diferentes, pois enquanto as atenienses possuíam mais liberdades, as espartanas só serviam para gerar grandes guerreiros.

D) Que a situação das mulheres ateniense e das mulheres espartanas eram completamente diferentes, pois enquanto as espartanas possuíam mais liberdades, as atenienses viviam apenas para as atividades domésticas.

2. Sobre a vida das mulheres espartanas, marque V para verdadeiro e F para falso.

A) (   ) As mulheres espartanas eram educadas em casa , por suas mães e suas atividades eram voltadas exclusivamente para a vida doméstica.

B) (  )  Em relação a sua situação matrimonia , as espartanas podiam se divorciar e casar novamente.

C) (  ) As espartanas possuíam uma vida social extremamente ativa , uma vez que podiam participar de reuniões politicas .

D) (  ) O currículo educacional das espartanas era composto por treinamento físico , dança, poesia e música.

3. Observe a imagem:

“O filme 300 é um relato sangrento da Batalha das Termópilas, da Antiguidade, na qual o Rei Leônidas (Gerard Butler) e 300 espartanos lutaram até a morte contra Xerxes (Rodrigo Santoro) e seu numeroso exército Persa. Enfrentando dificuldades insuperáveis, o sacrifício desses homens levou toda a Grécia a se unir contra o inimigo Persa, traçando um marco no caminho para a democracia.

A partir de seus conhecimentos ou de uma pesquisa, explique como a mulher espartana é retratada no filme 300.

4. Complete as frases com as palavras do quadro.

A) A mulher ateniense era criada para ser educada e dócil, suas atribuições ficavam centralizadas ao mundo

B) A mulher de ____________ não recebe educação escolar formal. Suas mães lhes ensinam as habilidades domésticas necessárias para administrar uma casa.

C) Já a educação dos ______________ inclui retórica, necessária para uma participação política efetiva, e a educação física para o serviço militar.

D) Até o casamento a mulher _________________ ficava sob a tutela de seu pai e era ele que escolhia com quem ela iria se casar. Após o casamento ela passava a ser tutelada pelo marido e caso ficasse viúva sua tutela ficava com o seu parente mais próximo ou com seu filho (caso ela tivesse um).

5. Observe a imagem:

Bela, recatada e do lar foram os adjetivos utilizados, em 2016, pela revista “Veja” para caracterizar Marcela Temer logo em sua manchete. O texto esbanjava elogios à esposa do então presidente do Brasil – Michel Temer -, descrevendo-a como uma mulher discreta, boa dona de casa e que utiliza vestidos na altura do joelho. A matéria enaltece o conceito de “esposa perfeita”, exemplo social a ser seguido, sempre um passo atrás do poder masculino. Porém a internet não se calou, usuários das redes sociais encararam a reportagem como machista e repressora, criando memes e a hashtag #belarecatadaedolar com objetivo de ironizar os adjetivos dados pela revista à Marcela. A manifestação online trouxe imagens de todos os gêneros, fazendo o que bem entendessem sem qualquer imposição ou necessidade de “ser recatada”. 

Disponível em: https://museudememes.com.br/collection/bela-recatada-e-do-lar. Acesso em 07 de set. de 2022.

Trazendo essa expressão para o mundo grego, podemos afirmar que ela se encaixa com as mulheres:

A) Espartanas.

B) Medievais.

C) Atenienses.

D) Egípcias

A MULHER NA SOCIEDADE ROMANA

A situação das mulheres variou muito ao longo da história romana. Embora fossem excluídas oficialmente da vida política, em geral elas tinham mais participação na sociedade que as mulheres gregas. Os principais papéis destinados às mulheres romanas eram os de esposa e de mãe. Os chefes de família escolhiam com quem suas filhas deveriam se casar, podendo realizar o casamento quando elas completavam 12 anos.

Mesmo sujeitas ao poder de um homem, principalmente do pai (o chefe da família) ou do marido, as mulheres romanas frequentavam espaços públicos, como o teatro e os tribunais, e assumiram diferentes papéis na Roma antiga: comerciantes, sacerdotisas, parteiras etc. Além disso, a família se transformou com o expansionismo romano. Por causa das guerras e da ausência ou morte dos maridos, as mulheres conquistaram o direito à herança dos bens paternos e à administração dos bens da família.

As mulheres que sabiam ler e escrever eram proibidas de tornar públicos seus escritos. Por isso, o estudo das práticas e representações femininas geralmente é realizado com base em textos escritos por homens.

AS MULHERES EM CADA PERIODO ROMANO

Republicano: colaboravam com o marido na administração da casas, festas e vida pública.

Imperial: as que não queriam ser mães tinham as mesmas características que as mulheres espartanas, como discutirem política, por exemplo, mas a maioria delas eram sempre submissas ao marido. Mas, além de algumas exceções, a mulher romana estava sempre sob o poder de um homem, fosse ele marido, tutor ou chefe do lar.

Algumas mulheres romanas buscaram na diversão uma forma de igualdade aos homens, como frequentar anfiteatros divertindo-se com as lutas dos gladiadores.

Já as mulheres dos imperadores travaram grandes lutas nos bastidores do poder, as quais defendiam o trono para seus filhos, irmãos e amantes. Pois, de acordo com o sistema de valores predominantes na sociedade romana, estas mulheres da alta sociedade deveriam contentar-se com as satisfações alheias, o êxito dos homens e do Estado, enquanto cuidavam da nova geração masculina.

No Período Imperial: as mulheres foram atraídas para um novo credo religioso, cuja ideia central diferenciava-se de outras religiões no que se referia à purificação, à castidade e ao celibato: o cristianismo, que pregava que todas as pessoas eram iguais perante a Deus, fossem elas escravas, homens e mulheres ou crianças. Isto foi entendido por muitas mulheres como uma forma de libertação através de sua elevação espiritual.

Disponível em: Fonte: https://www.mundovestibular.com.br/articles/475/1/mulheres-na-antiguidade/ Acesso em: 03 de nov. de 2021.

6. Embora as mulheres romanas fossem excluídas oficialmente da vida política, segundo alguns autores, se analisarmos de um modo geral, elas tinham mais participação na sociedade que as mulheres gregas. No quadro a seguir, descreva quais eram os seus principais papeis, quais eram as suas liberdades e seus direitos.

7. A situação das mulheres variou muito ao longo da história romana. Em cada período histórico a mulher era vista e exercia funções e papeis diferentes. Como era a vida da mulher no contexto dos períodos republicano e imperial?

A VIDA DAS MULHERES NA IDADE MÉDIA

Na Idade Média, a vida de uma mulher era dividida em três períodos: a infância, que dura até sete anos de idade, a juventude, até aos catorze anos, e a vida de mulher, que vai dos catorze até cerca de trinta anos, além da qual ela entra na velhice, enquanto o homem é considerado velho apenas aos cinquenta anos.

Quando nasce, a criança nobre é confiada a uma ama, enquanto os pobres têm de cuidar pessoalmente de seu recém-nascido. Aos dois ou três anos ela é desmamada. Este é um período crucial, pois uma em cada três crianças morre antes de completar cinco anos de idade. Muitas vezes, por causa da pobreza, a criança é abandonada, especialmente se for uma menina.

Aos sete anos, as meninas de famílias ricas aprendem a bordar ou a tecer fitas. É a idade em que podem ser oferecidas a um mosteiro, onde também aprendem a ler e a escrever, ou a um noivado. No campo, a garota fica com a mãe para cuidar da casa e da lavoura, da tecelagem e dos animais. A vocação da mulher medieval é orientada para um único objetivo: casamento e maternidade.

TRABALHO FEMININO

Mulher da nobreza, da Idade Média, escrevendo: a leitura e a escrita eram atividades exclusivas das mulheres nobres.

Mesmo mulheres casadas podem trabalhar no comércio, nas áreas têxtil e alimentar ou como costureiras, lavadeiras e empregadas domésticas, mas seus salários são muito inferiores aos dos homens. No campo, participam da lavoura e dos cuidados dos animais, mantendo a casa, a tecelagem, a preparação de refeições e o fogo.

BELEZA IDEAL

A igreja não vê com bons olhos as mulheres educadas, e insiste especialmente na educação religiosa. As meninas púberes são vigiadas de perto pelos pais e sua beleza é ora temida, ora desejada. Para o clero, ela está associada ao diabo, à tentação e ao pecado, mas é comemorada pelos trovadores do amor cortês. A mulher ideal medieval deve ser magra, ter o cabelo loiro ondulado, ter (pele) clara, boca pequena e rosada, dentes brancos, olhos pretos e nariz reto e fino. Os pés e as mãos são finos e elegantes, os quadris estreitos, as pernas finas, mas curvadas, os seios pequenos, a pele firme e a testa alta.

AS BRUXAS

Por séculos, a mulher encarnou o mal. Como filha de Eva, ela é responsável por expulsar do Jardim do Éden, em conivência com a serpente, o homem, então ela não pode deixar de lançar feitiços. Acusadas de magia negra, feitiçaria e encantamento, as mulheres “heréticas” queimaram aos milhares nas piras da Inquisição. “As mulheres durante a Idade Média que possuíam domínio de ervas medicinais para a cura de enfermidades eram julgadas como hereges e pecadoras, pois, na concepção católica, elas tentavam enganar as leis divinas com rituais que iam contra os preceitos da Igreja Católica. Por isso, várias mulheres foram perseguidas e acusadas de feitiçaria ou bruxaria e, consequentemente, foram assassinadas pela prática de suas crendices e cultura. Na Idade Média, as bruxas eram acusadas de falsear o controle divino, manipulando ervas e curando doenças, pois ninguém poderia mudar o curso divino das coisas se não fosse Deus. Juntamente com essa acusação, as bruxas eram acusadas de fazerem pactos demoníacos e realizarem coisas sobrenaturais, como voar pelos ares. Foi com esse imaginário simbólico que acusações foram legitimadas e várias mulheres foram mortas em diversas cidades da Europa até a chegada do Iluminismo.”

Joana d’Arc hoje em dia é uma figura internacionalmente conhecida e até admirada, tendo se tornado a Padroeira da França, em homenagem a sua dedicação e bravura durante os acontecimentos da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), más é importante destacarmos que nem sempre ela teve essa imagem, pois ela foi considerada bruxa e queimada aos 19 anos de idade

Disponível em: https://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2017/07/joana-darc-de-bruxa-santa.html. [adaptado]. Acesso em 07 de set.2022

CASAMENTO MEDIEVAL

O casamento é arranjado pelos pais em todas as classes sociais. Entre os nobres, é um meio de fortalecer ou criar alianças entre países, ampliar terras e riquezas. As mulheres são objeto de negociações que às vezes ocorrem muito cedo, sem o conhecimento das partes interessadas. A idade do casamento é entre treze e dezesseis anos para mulheres e vinte e trinta anos para o homem. Quando a mulher não pode dar herdeiros do sexo masculino para o marido, ela pode ser repudiada.

Disponível em: https://www.suapesquisa.com/idademedia/mulheres.htm Acesso em: 11 de nov. de 2021.

8. A vocação da mulher medieval é orientada para um único objetivo. Qual era esse objetivo?

9. No quadro a seguir faça um inventário de como era a vida das mulheres na Idade Média.

10. A partir da leitura do texto, marque V para verdadeiro e F para falso sobre a definição de bruxaria na Idade Média.

A) (   ) Eram considerados atos de bruxaria todos os saberes que não tinham comprovação religiosa , ou seja , estavam fora dos dogmas católicos.

B) (  ) As mulheres medievais que possuíam saberes relacionados ao domínio de ervas medicinais para a cura de enfermidades eram bem vistas pela igreja católica.

C) (   ) Uma das principais punições para as mulheres acusadas de bruxaria era a prisão de cinquenta anos.

D) (     ) O Tribunal de Inquisição julgou e condenou milhares de mulheres a fogueira por atos que eles compreendiam como bruxaria.