AULA 20/2023 – texto Teatral. - 13/11/2023

TEXTO TEATRAL

Você já foi ao teatro?
Já percebeu que há no palco atores e que
representam personagens de uma história?
Se sim, vamos entender um pouco mais
desse mundo maravilhoso da ficção. Se não,
vamos mergulhar em um mundo de
construções fantásticas, que ora nos
provoca o riso, ora nos provoca a
indignação, ora nos provoca o choro ou tantas outras emoções.

Estamos nos referindo aos textos que fazem parte do gênero dramático e que são escritos para
serem encenados e quem se encarrega de contar as histórias, são as próprias personagens, ali,
representadas por atores. São eles que nos contam o enredo, por meio de um diálogo constante entre
personagem e público. Há também outros detalhes: cenário, decorado de acordo com o tema que se
apresenta no momento; a iluminação, o figurino dos apresentadores; sua expressão corporal, como,
gestos, mímica, entre outros; a música e mais uma infinidade de outros elementos.
Têm como objetivo orientar diretores e atores como devem conduzir as ações. Esses textos, de
acordo com suas especificidades, podem ser definidos como:
 Tragédia: nessas ações, os problemas humanos são de natureza grave, geralmente termina
com personagem principal morto ou sem seus entes queridos.
 Comédia: nessa peça de teatro é retirado de fatos ridículos e que buscam brincar com a vida e
o comportamento das pessoas na sociedade. Criam situações que são tratadas de forma a provocar
riso ou divertimento.
 Tragicomédia: se caracteriza pela união de características da tragédia (assunto e
personagens), com as da comédia (linguagem, incidentes e desfecho).
 Auto: pode ser uma comédia ou drama antigo, traz uma ideia reflexiva.
 Farsa: pequena peça cômica popular, de concepção simples e de ação trivial ou burlesca, em
que predominam gracejos, situações ridículas etc.
Em sua origem grega, o gênero dramático estava associado à imitação ou representação da
realidade. Desse modo, o teatro grego, originalmente, estava associado à disseminação ou
condenação de comportamentos sociais da época. O texto dramático, consequentemente, era
utilizado como um instrumento moralizador da sociedade. Com o tempo, essa característica se
manteve, já que o teatro ainda tem a função de provocar reflexão e catarse (liberação de
sentimentos reprimidos). No entanto, os valores morais sofrem transformações de uma época para
a outra.

Disponível em: encurtador.com.br/iknq9 Acesso em 31 de out. de 2022.

LINGUAGEM TEATRAL

A linguagem teatral é expressiva, dinâmica, dialógica (em forma de diálogo), corporal e gestual.
Para prender a atenção do espectador os textos teatrais sempre apresentam um conflito, ou seja, um
momento de tensão que será resolvido no decorrer dos fatos.
Observe que em grande parte a linguagem teatral é dialógica, no entanto, quando encenada por
somente uma personagem é chamado de monólogo, donde expressa pensamentos e sentimentos da
pessoa que está atuando.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/texto-teatral/Acesso em 31 de out. de 2022.

ATIVIDADES
Leia o texto abaixo e resolva às questões 1 a 13.

VAMPIRILDO PÕE-SE A CHORAR. ENTRA FRANK, UM PEQUENO FRANK- STEIN USANDO UM
ÓCULOS DE GRAU FUNDO DE GARRAFA.
FRANK: – Que foi Vamp? Outra crise existencial?
VAMPIRILDO: – Não enche!
FRANK: – Deixa disso, vai! Vamos brincar!!!
VAMPIRILDO: – Eu não quero, me deixa em paz!
FRANK: – Vamos, vai! Venha me ajudar com a minha nova experiência.
VAMPIRILDO: – Por que eu nasci vampiro? Eu não gosto de sangue!!
AO FALAR A PALAVRA “SANGUE”, VAMPIRILDO DESMAIA. FRANK SAI DESESPERADO A
PROCURA DE AJUDA. DO OUTRO LADO ENTRA UMA PEQUENA MÚMIA, USANDO UMA
PERUCA E COLARES NO PESCOÇO, COMO SE ESTIVESSE DESFILANDO.
MUMESKA: – Subiu na passarela! Desfilando! Pisa na barata! Parou! Voltou!…
TROPEÇA EM VAMPIRILDO.
MUMESKA: – Pô, Vamp! Sai do caminho, atrapalhou meu desfile! Vamp? Ei, Vamp, acorda!
VAMPIRILDO: – (ACORDANDO) O que foi? Onde eu estou?
MUMESKA: – Você já estava deitado aí no chão quando eu entrei.
VAMPIRILDO: – Agora eu estou me lembrando!…Eu estava com o Frank… Cadê o Frank?
MUMESKA: – Eu não vi o Frank hoje! Então Vampirildo, o que você achou da minha peruca nova?
VAMPIRILDO: – É legal!
MUMESKA: – Então Vamp, já está preparado para enfrentar Toraz?
VAMPIRILDO: – Eu não aguento mais aquele assistente de mago metido!
MUMESKA: – Mas, está chegando a hora em que o mestre Gorzan vai querer testar nossos
conhecimentos horripilantes!
VAMPIRILDO: – Se preocupe com você. Vê se me deixa em paz!
MUMESKA: – Que mal humor, Vamp. Pra cima, menino! Você precisa ver o modelito fashion que estou
preparando pra festa desse ano! Vou deixar até o mestre Gorzan de queixo caído! Pra cima, Vampirildo!
VAMPIRILDO: – Desculpe, Mumeska, hoje eu não sou uma boa companhia!
MUMESKA: – O que te aconteceu?
VAMPIRILDO: – Sabe o que é? Eu não quero ser vampiro, eu não gosto da noite…
MUMESKA: – Ah, Vamp, dá licença! Ninguém mais aguenta essas suas crises existenciais. Você precisa
entender de uma vez por todas, você é um vampiro!

Paulo Sacaldassy
Disponível em https://docplayer.com.br/29393339-Uma-historia-de-vampiro.html Acesso em 31 de out. de 2022.

1.Qual é a finalidade do texto acima?
A) Demonstrar como o narrador deve agir nas histórias.
B) Apresentar as ações que acontecerão numa cena de teatro.
C) Narrar uma história com uma sequência de ações irreais.
D) Refletir a respeito de uma história contada por um narrador.

2. O texto teatral se diferencia do narrativo por
A) apresentar um enredo com personagens caracterizadas ao longo do texto.
B) demonstrar a encenação de personagens em um palco.
C) ter uma linguagem não verbal marcada no texto.
D) buscar uma linguagem apenas padrão para as personagens.

3. Quais são as personagens que participam do diálogo nessa parte do texto?

A) Toraz, Gorzan e Vampirildo
B) Frank, Vampirildo e Gorzan.

C) Vampirildo, Frank e Mumeska.
D) Mumesca Vampirildo e Toraz.

4. Como se trata de um texto produzido para ser encenado se tem o diálogo e, nele, as marcas de
oralidade. A linguagem predominante nesse caso é
A) padrão, pois é um texto do gênero dramático.
B) popular, pois é um texto com características de tragédia.
C) não padrão, pois apresenta registros informais.
D) culta, pois conta a história de um vampiro.

5. Vampirildo é encontrado no chão quando Mumeska entra em cena. Há nesse caso, uma definição
de
A) tempo, porque indica o momento que ele cai.
B) lugar, porque direciona a personagem ao que ela deve fazer em cena.
C) causa, porque indica o motivo que a personagem Vampirildo está daquela forma.
D) modo, porque orienta o leitor ou espectador a ter determinadas leituras.

    6. Releia o trecho “VAMPIRILDO: – Sabe o que é? Eu não quero ser vampiro, eu não gosto da noite…”.
    Ao conversar com Mumeska, Vampirildo revela seu medo. Qual é?

    7. Ao recorrer ao diálogo na maior parte do texto, o autor utiliza predominantemente qual tipo de
    discurso?

    8. No trecho “VAMPIRILDO: – (ACORDANDO) O que foi? Onde eu estou?”, o que significa, nesse gênero
    textual, a palavra “acordando” entre parênteses?

    9. Ao se dirigir ao Vampirildo dizendo: “- Ah, Vamp, dá licença! Ninguém mais aguenta essas suas crises
    existenciais”, que tipo de sentimento Mumeska demonstra?

    10. No trecho “- Subiu na passarela! Desfilando! Pisa na barata! Parou! Voltou!…” os verbos
    destacados no texto apresentam qual figura da linguagem?

    A) Hipérbole.
    B) Gradação.

    C) Metáfora.
    D) Antítese.

    1. Observe o uso do porquê na fala de Vampirildo “- Por que eu nasci vampiro? Eu não gosto de
      sangue!!” O autor empregou a palavra conforme às normas da língua portuguesa padrão? Explique.

    12. Releia o trecho extraído do texto teatral “FRANK: – Deixa disso, vai! Vamos brincar!!!” caso a
    personagem fosse questionar Vampirildo, como ficaria a reescrita da fala de Frank utilizando o porquê no final da frase conforme às normas lidas acima?

    13. Imagine que em um dos rascunhos de produção do texto teatral acima, o autor Paulo Sacaldassy
    tenha utilizado o porquê na seguinte fala de Vampirildo “- Eu não aguento mais aquele assistente,
    porque é um mago metido!”, podemos afirmar que o autor empregou adequadamente à palavra, pois segue às normas de uso padrão da língua portuguesa?

    Produção de Texto
    Imagine que você tenha sido convidado para participar de um concurso de produção de textos
    teatrais e representará seu 6o ano no concurso. Você deverá ler narrativa de humor abaixo e a partir da
    temática, enredo, personagens… produzir o gênero dramático. Lembre-se de adequar a linguagem às
    falas das personagens, ao contexto e intenção de uso.

    Bom Trabalho!

    A DIVISÃO DOS FIGOS

    Um amigo, que por alguns anos atuou como delegado em uma cidadezinha do interior, narrou-me
    esse “causo”. Eu não sei se o acontecido é verdadeiro ou não; certo é que poderia ser. Mas assim ou
    assado, eu lhes conto, com minhas letras o que dele ouvi. Havia, dentro do cemitério dessa pequena
    cidade, uma figueira lotada de frutos. Dois irmãos, seduzidos pelos figos, decidiram entrar no cemitério,
    na calada da noite, e pegar uma porção de figos. Pois então… pularam o muro, aproximaram-se da
    figueira e o irmão mais velho subiu na árvore, enquanto o mais novo ficou embaixo para catar os figos
    que o mais velho deixava cair lá de cima.
    E vêm, e vêm figos. De repente o irmão mais novo gritou para o mais velho:
    — Mano! Dois figos caíram do lado de fora do muro.
    — Não tem importância, depois que a gente terminar aqui, pegamos os outros. E vêm figos.
    Terminada a colheita, o mais velho desceu da árvore e com o mais novo, começou a repartir o resultado
    da coleta:
    — Um pra mim, um pra você; um pra mim, um pra você; um… E assim, cada qual ia colocando os
    figos em suas respectivas sacolas. Segundo a crença de nossos sertanejos, a figueira não é planta boa.
    Então, um bêbado que passava do lado de fora do muro, escutou aquela conversa de “um pra mim, um
    pra você”; para ter certeza de que não estava imaginando coisas, parou e escutou novamente: “um pra
    mim, um pra você”. Não deu outra, lançou-se numa carreira despinguelada até a delegacia da
    cidadezinha. Chegou quase sem fôlego, mas teve força suficiente para dizer ao delegado:
    — Doutor, vem comigo! Tem alguém no cemitério, debaixo da figueira, dividindo as almas dos
    mortos! O delegado, suspeitando ser conversa fiada de cachaceiro, ameaçou-o de prisão caso não
    saísse, imediatamente, da delegacia. Ao que o bêbado respondeu:

    — Juro Doutor! Juro por Deus que é verdade! Vem comigo! Diante de tanta insistência, o delegado
    resolveu acompanhar o bebum. Foram até o cemitério, chegaram perto do muro e escutaram a
    repartição dos irmãos:
    — Um pra mim, um pra você… Um pra mim, um pra você… O delegado um tanto assustado
    exclama:
    — Ora essa! É verdade! Eles estão dividindo as almas dos mortos! Mal o delegado acabara de
    falar, os dois irmãos terminaram a divisão dos figos; então o mais novo perguntou ao mais velho:
    — Pronto, acabamos. E agora?
    — Agora, a gente vai lá fora e pega os dois que estão do outro lado do muro… O resto da história
    vocês podem imaginar, foi um tal de salve-se, quem puder.


    (Causo adaptado da cultura popular. Domínio Público)


    Disponível em: https://www.taubate.sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/05/1anoM-PORTUGU%C3%A8S-ativ.-04-Contos-de-humor.pdf Acesso em 31 de out. de 2022.