Autobiografia – 3 ª e 4 ª Aula – Língua Portuguesa – 8 ° Ano - 19/05/2020

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AUTOBIOGRAFIA

Você sabe a diferença entre Biografia e Autobiografia?

BIO = vida; GRAFIA = escrita. Biografia, portanto, significa “registro da vida de uma pessoa”, ou seja, uma pessoa narra a vida de outra.

Na Biografia predomina o uso do pronome da 3ª pessoa (ele/ela), pois o narrador escreve sobre outra pessoa.  Colocamos em uma biografia dados importantes sobre a vida da pessoa de quem estamos falando. 

AUTO = a si mesmo.

Autobiografia é um relato retrospectivo que a própria pessoa faz de sua vida, ou seja, o autor-narrador-personagem tem um papel de destaque nos acontecimentos do passado e do presente. A reconstituição memorialista, em uma autobiografia, ocorre em dois níveis: o nível dos acontecimentos e o do seu significado. Quanto à função desse gênero do ponto de vista de sua recepção, quem tem acesso a uma autobiografia, pode, por meio dela, identificar-se com as experiências de outra pessoa e, a partir daí ampliar a percepção que tem de determinado universo cultural, refletir sobre a realidade à sua volta e sobre si mesma.

No gênero autobiografia, o autor narra na primeira pessoa do singular ou do plural (Eu/Nós) acontecimentos que seleciona da sua própria vida, em geral, com o objetivo de caracterizar sua personalidade. 

As principais marcas identificadas do gênero autobiografia:

a) Quanto a análise do contexto de produção:
O protagonista da história é, obrigatoriamente, o próprio autor;
Os textos tentam mostrar os principais episódios da vida do autor, de forma cronológica. Alguns dão maior ênfase a determinados períodos ou acontecimentos;
Os textos que circulam pela Internet ou publicados em livros destinam-se a leitores em geral, sobretudo aos que têm interesse em conhecer melhor a vida de determinadas pessoas, sejam elas celebridades ou anônimos.

b) Quanto a análise do plano discursivo:
As Autobiografias são textos com marcas de implicação (o autor se mostra no texto).
Quanto ao tipo de discurso, predomina o RELATO, uma vez que discorre sobre fatos reais exposto ao leitor. Por isso, são textos do tipo predominantemente narrativos.
Quanto ao seu plano global (estrutura geral do texto), as autobiografias podem organizar-se tanto como um texto longo (no caso de livros que relatam minuciosamente a história/trajetória do autor), como textos curtos (é o caso de textos autobiográficos que circulam na Internet, ou textos em que o autor quer apenas mostrar passagens de sua vida de forma mais objetiva).

c) Quanto a análise das marcas linguísticas, os textos revelam:
Uso abundante de pronomes pessoais e possessivos na primeira pessoa (tanto no singular quanto no plural);
Verbos constantemente no Pretérito Perfeito e no Pretérito Imperfeito, e algumas poucas vezes no Presente;
Palavras ou expressões com valor temporal (“há dez anos”, “naquele tempo”, “naquela época”, “tempo em que”, “um tempo depois”, etc.)
Marcadores espaciais / marcadores de lugar: (“era uma região…”, “naquele lugar…”, “foi o lugar onde…”, etc.)
Expressões que funcionam como modalizadores do discurso, principalmente advérbios modalizadores: provavelmente, certamente, etc. e, operadores argumentativos: um pouco, apenas, mesmo, etc.
Palavras/vocabulários utilizados para identificar objetos da época citada.

  A estrutura de uma autobiografia é:

Introdução        Desenvolvimento           Fechamento.

Atividade 1

Leia os textos e responda as questões no caderno:

Texto 01: Autobiografia

Helena Kolody

Nasci no dia 12 de outubro de 1912, no núcleo colonial de Cruz Machado, em pleno sertão paranaense. Eram 8 horas da manhã de um dia de sol e geada. Meus pais eram ucranianos, que se conheceram e se casaram no Paraná. Eu sou a primogênita e a 1ª brasileira de minha família. Miguel Kolody, meu pai, nasceu na parte da Ucrânia chamada Galícia Orienta, em 1881. Tendo perdido o pai na grande epidemia de cólera que assolou a Ucrânia em 1893, Miguel, no ano seguinte, emigrou para o Brasil com a mãe e os irmãos. Mamãe, cujo nome de solteira era Victoria Szandrowska, também nasceu na Galícia Oriental, em 1892. Veio para o Brasil em 1911. Vovô radicou-se em Cruz Machado, onde papai trabalhava. “Seu” Miguel conheceu a jovem Victoria e apaixonou-se por ela. Casaram-se em janeiro de 1912. Estava escrito o primeiro capítulo da minha história. Cursei a Escola Normal de Curitiba (atual Instituto de Educação do Paraná), diplomando-me em 1931. Sou uma simples professora normalista e tenho muito orgulho disso. Escolhi o Magistério levada pelo impulso irresistível da vocação. A poesia foi um imperativo psicológico. Ao Magistério, dediquei os melhores anos de minha vida. Lecionei com prazer e entusiasmo. Amei meus alunos como se fossem meus irmãos, meus filhos. Muitas de minhas melhores amigas de hoje foram minhas alunas. O Magistério e a poesia são as duas asas do meu ideal.

Texto 02

Rubem Alves

Vocês, crianças que leem as minhas estórias, frequentemente ficam curiosas sobre a minha vida. Eu conto. Eu nasci, faz muito tempo, no dia 15 de setembro de 1933, numa cidade do sul de Minas, Boa Esperança (procurem no mapa). Façam as contas para saber quantos anos tenho agora. Meu pai foi muito rico, perdeu tudo, ficamos pobres, morei numa fazenda velha. Não tinha nem água, nem luz e nem privada dentro de casa. A água, a gente tinha de pegar na mina. A luz era de lamparina a querosene. A privada era uma casinha fora da casa. Casinha do lado de fora. Não precisava de brinquedos. Havia os cavalos, as vacas, as galinhas, os riachinhos, as pescarias. E eu gostava de ficar vendo o monjolo. Depois mudei para cidades: Lambari, Três Corações, Varginha. Me divertia fazendo meus brinquedos. Brinquedo que a gente compra pronto não tem graça. Enjoa logo. Quantos brinquedos há no seu armário, esquecidos? Fazer o brinquedo é parte da brincadeira. Foi fazendo brinquedos que aprendi a usar as ferramentas, martelo, serrote, alicate. Gostava de andar de carrinho de rolemã. Brincava de soltar papagaio, bolinhas de gude, pião. Fiz um sinuquinha. Se quiser ler a estória de como fiz o sinuquinha. Como a gente era pobre nunca tive velocípede ou bicicleta. Ainda hoje não sei andar de bicicleta. Depois nos mudamos para o Rio de Janeiro onde sofri muito. Os meninos cariocas caçoavam de mim por causa do meu sotaque de mineiro da roça. Gostava de ler Gibi e X-9. Nunca fui um bom aluno. Não me interessava pelas coisas que ensinavam nas escolas. Estudei piano porque queria ser pianista. Mas eu não tinha talento. Desisti. Pensei ser engenheiro, médico. Li a biografia de um homem extraordinário, chamado Albert Schweitzer. Ele era filho de um pastor protestante. Pastor é uma espécie de padre das igrejas protestantes. Schweitzer desde menino tocava orgão. Foi um especialista na música de Bach e dava concertos por toda a Europa. Fui ser pastor porque queria cuidar dos pensamentos e dos sentimentos das pessoas, porque é daí que surgem nossas ações. Se a gente tem pensamentos bons a gente faz coisas boas. Se tem pensamentos maus faz coisas ruins. Morei e estudei nos Estados Unidos. Voltei para o Brasil. Vim morar em Campinas. Fui ser professor numa universidade. Tenho 3 filhos. O mais velho se chama Sérgio e é médico. O segundo se chama Marcos, é biólogo. E a Raquel, minha última filha, que vai ser arquiteta. Meu maior brinquedo hoje é escrever. Adoro escrever. Especialmente estórias para crianças. Já escrevi mais de trinta. Todas com ilustrações. Meus dois últimos livros para crianças são O gato que gostava de cenouras e A história dos três porquinhos (A estória que normalmente se conta não é a verdadeira. Eu escrevi a verdadeira…). Para mim cada livro é um brinquedo. Sou também psicanalista, que é um tipo de médico que cuida dos pensamentos e dos sentimentos das pessoas. Quando os pensamentos e os sentimentos não são cuidados eles podem ficar doentes. São várias as doenças que podem atacar os pensamentos e os sentimentos. Aí as pessoas podem ficar mandonas, malvadas, falam sem parar, ou não falam nunca, têm medo de coisas imaginadas, ficam tímidas, não sabem repartir, ficam chatas, etc. A psicanálise existe para ajudar as pessoas a ter sentimentos e pensamentos mansos. Coisas que me dão alegria: ouvir música, ler, conversar com os amigos, andar nas matas, olhar a natureza, tomar banho de cachoeira, brincar com as minhas netas (Mariana e Camila, filhas do Sérgio; Ana Carolina e Rafaela, filhas do Marcos), armar quebra-cabeças, empinar pipas, cachorros. Fazer os próprios brinquedos e armar quebra–cabeças ajuda a desenvolver a inteligência. Cuidado com os brinquedos comprado prontos: eles podem emburrecer!

Texto 03: Autobiografia – Um pouco de minha vida

Meu nome é Felipe Simões Quartero, nasci em 30 de julho de 1981, na cidade de São Bernardo do Campo, estado de São Paulo. Aos 5 anos de idade comecei a apresentar algumas dificuldades físicas relacionadas a força muscular. Um ano depois, após inúmeros exames, fui diagnosticado como sendo portador da Distrofia Muscular de Duchenne, deficiência neuromuscular progressiva, na qual as células musculares sofrem um processo degenerativo contínuo. Apesar das limitações, que foram crescendo com o passar dos anos, continuei vivendo normalmente, sempre estudando, fazendo amigos e curtindo a vida. A deficiência nunca foi motivo para eu desistir de meus objetivos, e penso ser essa atitude a mais importante e decisiva em minha vida. Aos 11 anos passei a me locomover “sobre rodas” (com o auxílio de cadeira de rodas), uma condição nova para mim, a qual logo me adaptei. Em 1999, aos 17 anos, iniciei o curso superior de Ciências da Computação, me formando quatro anos mais tarde. Atualmente atuo como professor de informática, palestrante e escritor. Minha biografia não acaba aqui, continua sendo escrita, mas já me rendeu (e segue rendendo) muitas experiências e histórias para contar, agora é hora de compartilhá-las com as pessoas. Felipe Simões Quartero.

Responda

01. O que você percebeu que há em comum entre os textos?

02. Qual o papel social (profissão) de:
a) Helena Kolody:

b) Rubem Alves:

c) Felipe Simões Quartero:

03. Qual a Autobiografia que mais lhe chamou a atenção? Por quê?

04. Você conhece outras autobiografias, além dessas de Rubem Alves e Helena Kolody e Felipe Simões Quartero? Quais?

05. Localize nos textos:

06. Depois de ler as três autobiografias, que traços você considerou mais importantes na personalidade de cada um dos autobiografados?

07. Volte ao texto 3, e com a ajuda do dicionário, encontre o significado das seguintes expressões:

a) Locomover:

b) Limitações:

c) Auxílio:

d) Diagnosticado:

e) Portador:

f) Degenerativo:

08. Observe essas mesmas palavras no texto. Você julga possível substituí-las pelo significado atribuído pelo dicionário, sem alterar o sentido do texto? A que conclusão você chega?

09. Volte aos textos e observe: a que tempo os autores se reportam para falar de sua vida?

a) ( ) Presente b) ( ) Pretérito / Passado c) ( ) Futuro

10. Por que será que os autores optam por esse tempo verbal?

11. Observe o seguinte trecho do texto 02, quando Rubem Alves escreve:

… Foi fazendo brinquedos que aprendi a usar as ferramentas, martelo, serrote, alicate. Gostava de andar de carrinho de rolemã. Brincava de soltar papagaio, bolinhas de gude, pião.”

I- As palavras destacadas são verbos, pois revelam AÇÕES. Analisando-as, podemos dizer que elas

a) ( ) revelam ações totalmente concluídas.
b) ( ) eram ações rotineiras que, portanto, repetiram-se por muitas vezes.
c) ( ) não se realizaram ainda, mas poderão realizar-se.
d) ( ) revelam ações que nunca se realizaram.

II- Os verbos destacados são classificados, gramaticalmente, como

a) ( ) Pretérito Perfeito.
b) ( ) Pretérito Imperfeito.
c) ( ) Presente.
d) ( ) Pretérito mais que Perfeito.

III- Localize, agora, esse mesmo tempo verbal no trecho a seguir, retirado do texto 01, refletindo sobre o prolongamento da ação por ele indicado:

Vovô radicou-se em Cruz Machado, onde papai trabalhava. “Seu” Miguel conheceu a jovem Victoria e apaixonou-se por ela. Casaram-se em janeiro de 1912. Estava escrito o primeiro capítulo da minha história.

12. Observe o seguinte trecho também do texto 01:

Estudei piano porque queria ser pianista. Mas eu não tinha talento. Desisti. Pensei em ser engenheiro, médico.”

1. Os verbos destacados são classificados, gramaticalmente, como

a) ( ) pretérito Perfeito.
b) ( ) pretérito Imperfeito .
c) ( ) presente.
d) ( ) pretérito mais que Perfeito.

2. Podemos dizer que

a) ( ) as ações, indicadas pelos verbos destacados, são rotineiras, prolongadas da vida de Rubem Alves.
b) ( ) as ações, indicadas pelos verbos destacados , são concluídas, acabadas, finalizadas.
c) ( ) as ações, indicadas pelos verbos destacados, ainda irão acontecer.
d) ( ) as ações, indicadas pelos verbos destacados ainda acontecem.

13. Releia este trecho do texto 03:

Aos 11 anos passei a me locomover “sobre rodas” (com o auxílio de cadeira de rodas), uma condição nova para mim, a qual logo me adaptei. Em 1999, aos 17 anos, iniciei o curso superior de Ciências da Computação, me formando quatro anos mais tarde. Atualmente atuo como professor.

a) Sublinhe todos os verbos empregados no PRETÉRITO PERFEITO.

b) Transcreva esse texto, substituindo o PRETÉRITO PERFEITO pelo PRETÉRITO IMPERFEITO.

c) Escreva, agora, 03 linhas falando sobre um fato que ocorreu na sua vida. Depois verifique: qual o tempo verbal que você empregou? Por quê?

Vamos relembrar?

14. Busque, agora, nos trechos seguinte, as palavras que marcam o tempo, as quais podemos denominar de “marcadores temporais”.
Nasci no dia 12 de outubro de 1912, no núcleo colonial de Cruz Machado, em pleno sertão paranaense. Eram 8 horas da manhã de um dia de sol e geada (texto 01)
Aos 11 anos passei a me locomover “sobre rodas” (com o auxílio de cadeira de rodas), uma condição nova para mim, a qual logo me adaptei. Em 1999, aos 17 anos, iniciei o curso superior de Ciências da Computação, me formando quatro anos mais tarde.
Atualmente atuo como professor de informática, palestrante e escritor (texto 3).
15. No gênero autobiográfico, é bastante comum a utilização de expressões que nos obrigam a buscar informações fora do texto para melhor entendê-lo, sejam lugares, coisas, pessoas.
a) Releia o primeiro parágrafo do texto 02, e identifique algumas destas expressões.
16. Outra marca desse gênero, é o uso abundante de SUBSTATIVOS PRÓPRIOS, indicando nomes de pessoas (dos pais, irmãos etc.) e de lugares (cidades, países etc.).
Voltem aos textos e localize alguns desses substantivos próprios, completando o quadro abaixo:

17. No gênero autobiográfico, o Pretérito Perfeito, marca ações que se destacaram: “mudei, nasci, escrevi…” O uso do Pretérito Imperfeito marca o tempo das memórias, do relembrar: “morava, brincava, gostava…” O Pretérito é o tempo que predomina neste gênero, mas em algumas situações, também é usado o tempo Presente, como nesse trecho do texto 02, quando Rubem Alves escreve:
Meu maior brinquedo hoje é escrever. Adoro escrever. Especialmente estórias para crianças. Já escrevi mais de trinta. Todas com ilustrações. Meus dois últimos livros para crianças são O gato que gostava de cenouras e A história dos três porquinhos (A estória que normalmente se conta não é a verdadeira. Eu escrevi a verdadeira…). Para mim cada livro é um brinquedo.
18. Releia o último parágrafo do Texto 01 e busque nele os pronomes possessivos que aparecem, identificando a quem estão se referindo:
Cursei a Escola Normal de Curitiba (atual Instituto de Educação do Paraná), diplomando-me em 1931. Sou uma simples professora normalista e tenho muito orgulho disso. Escolhi o Magistério levada pelo impulso irresistível da vocação. A poesia foi um imperativo psicológico. Ao Magistério, dediquei os melhores anos de minha vida. Lecionei com prazer e entusiasmo. Amei meus alunos como se fossem meus irmãos, meus filhos. Muitas de minhas melhores amigas de hoje foram minhas alunas. O Magistério e a poesia são as duas asas do meu ideal.

AGORA CHEGOU A SUA VEZ DE ESCREVER A AUTOBIOGRAFIA!
MÃOS À OBRA!

Releia a sua autobiografia e, em posse da tabela, verifique se o rascunho contempla o que deve e pode ser dito em um texto do gênero autobiografia:

Após conferir os elementos do gênero é hora de avaliar o seu texto:



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