Contos, romances infanto-juvenis – Atividade 8 - 06/05/2021

Leia com atenção esse quadro sobre figuras de linguagem!

Disponível em: https://www.google.com/search?q=quadro+principais++figuras+de+linguagem. Acesso em 08 de abril de 2021

Características do Romance

         Quando falamos em Romance, logo pensamos em algo romântico, de paixões. No entanto, o Romance literário nem sempre aborda esses assuntos. Na verdade, ele é um gênero literário que corresponde a uma composição em prosa, ou seja, uma narrativa com diversas tramas para se chegar à ideia principal. 

O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa descreve o termo como sendo uma “Descrição longa das ações e sentimentos de personagens fictícios, numa transposição da vida para um plano artístico”. A obra Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, escrito em 1600, é considerada precursora do romance moderno. Ela é um romance de cavalaria e conta diversas aventuras do personagem principal.  Os romances são marcados por uma sequência temporal de fatos para se chegar a ideia principal que está sendo apresentada.

        Estrutura do Romance

        Podemos destacar quatro características que fazem parte da estrutura desse tipo de obra, são elas:

• Narrador: é a pessoa que conta a história. Ele pode ser um dos personagens, que nesse caso, é considerado um narrador em primeira pessoa; ou apenas uma figura responsável pela narração da história.

• Personagens: são as figuras/pessoas que fazem parte da obra. Elas são representadas de forma que o leitor conheça as suas histórias através de representações fictícias. No caso do Romance, o personagem principal é considerado o protagonista.

• Enredo: corresponde a sequência dos fatos que serão contados. É a partir do enredo que se desenvolve a história e é possível atingir o tema central do texto.

• Tempo: organização dos fatos que ocorrerão na história. Ele pode ser cronológico ou psicológico. O primeiro é marcado pela passagem de horas, dias, anos etc. Já o segundo é mais subjetivo, pois refere-se ao tempo interior dos personagens.

Romance X conto

O Conto é um texto curto e que não apresenta muitos personagens. Geralmente, acontece em um tempo curto e gira em torno de apenas uma história. Machado de Assis é dos escritores brasileiros que se destacam na construção desse tipo de narrativa.

O romance, por sua vez, é uma obra mais extensa, que apresenta diversos personagens, além de ter vários conflitos representados de uma vez. Machado de Assis também é um representante desse tipo de literatura, juntamente com Érico Veríssimo e Graciliano Ramos. Mundialmente podemos citar Gustave Flaubert, Fiódor Dostoiévski e Jane Austen.

Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/romance. Acesso em 09 de abril de 2021.

Leia o trecho do romance O Pequeno Príncipe (trecho), de Antoine Saint-Exupéry

O pequeno príncipe atravessou o deserto e encontrou apenas uma flor. Uma flor de três pétalas, uma florzinha insignificante….

       – Bom dia – disse o príncipe.

       – Bom dia – disse a flor.

       – Onde estão os homens? – Perguntou ele educadamente.

      A flor, um dia, vira passar uma caravana:

      – Os homens? Eu creio que existem seis ou sete. Vi-os faz muito tempo. Mas não se pode nunca saber onde se encontram. O vento os leva. Eles não têm raízes. Eles não gostam das raízes.

      -Adeus – disse o principezinho.

      -Adeus – disse a flor.

O pequeno príncipe escalou uma grande montanha. As únicas montanhas que conhecera eram os três vulcões que batiam no joelho. O vulcão extinto servia-lhe de tamborete. “De uma montanha tão alta como esta”, pensava ele, “verei todo o planeta e todos os homens…” Mas só viu pedras pontudas, como agulhas.

      – Bom dia! – disse ele ao léu.

      – Bom dia… bom dia… bom dia… – respondeu o eco.

      – Quem és tu? – perguntou o principezinho.

      – Quem és tu… quem és tu… quem és tu… – respondeu o eco.

      – Sejam meus amigos, eu estou só… – disse ele.

      – Estou só… estou só… estou só… – respondeu o eco.

      “Que planeta engraçado!”, pensou então. “É completamente seco, pontudo e salgado. E os homens não têm imaginação. Repetem o que a gente diz… No meu planeta eu tinha uma flor; e era sempre ela que falava primeiro.”

       Mas aconteceu que o pequeno príncipe, tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas em direção aos homens.

       – Bom dia! – disse ele.

       Era um jardim cheio de rosas.

       – Bom dia! – disseram as rosas.

       Ele as contemplou. Eram todas iguais à sua flor.

      – Quem sois? – perguntou ele espantado.

      – Somos as rosas – responderam elas.

      – Ah! – exclamou o principezinho…

      E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ela era a única de sua espécie em todo o Universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!

       “Ela teria se envergonhado”, pensou ele, “se visse isto… Começaria a tossir, simularia morrer, para escapar ao ridículo. E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela seria bem capaz de morrer de verdade…”

       Depois, refletiu ainda: “Eu me julgava rico por ter uma flor única, e possuo apenas uma rosa comum.

       Uma rosa e três vulcões que não passam do meu joelho, estando um, talvez, extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito poderoso…”

      E, deitado na relva, ele chorou.

     E foi então que apareceu a raposa:

      – Bom dia – disse a raposa.

      – Bom dia – respondeu educadamente o pequeno príncipe, olhando a sua volta, nada viu.

      – Eu estou aqui – disse a voz, debaixo da macieira…

       – Quem és tu? – Perguntou o principezinho. – Tu és bem bonita…

       – Sou uma raposa – disse a raposa.

       – Vem brincar comigo – propôs ele. – Estou tão triste…

       -Eu não posso brincar contigo – disse a raposa. – Não me cativaram ainda.

        – Ah! Desculpa – disse o principezinho.

       Mas, após refletir, acrescentou:

       – Que quer dizer “cativar”?

      – Tu não és daqui – disse a raposa. – Que procuras?

      – Procuro os homens – disse o pequeno príncipe. – Que quer dizer “cativar”?

       – Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?

      – Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?

      – É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. Significa “criar laços”…

      – Criar laços?

      – Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…

      – Começo a compreender – disse o pequeno príncipe. – Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…

      – É possível – disse a raposa. – Vê-se tanta coisa na Terra…

      – Oh! Não foi na Terra – disse o principezinho.     

      – A raposa pareceu intrigada:

      – Num outro planeta?

      – Sim.

      – Há caçadores nesse planeta?

      – Não.

      – Que bom! E galinhas?

      – Também não.

      – Nada é perfeito – suspirou a raposa.

SAINT-EXUPERY, Antoine. “O pequeno príncipe.” (2009).

 1. Quais adjetivos o pequeno príncipe utilizou para descrever a flor que encontrou enquanto atravessava o deserto?

 2. Leia com atenção a frase: “O vento os leva. Eles não têm raízes. Eles não gostam das raízes.” Como você explica o que a flor disse a respeito dos homens? Qual figura de linguagem foi empregada nesse trecho? Explique.

 3. Identifique no texto um substantivo simples e comum que está no grau diminutivo e gênero feminino. Qual é o sentido denotativo e conotativo (figurado) com o emprego dessa palavra?

 4. O que o pequeno príncipe possuía em seu planeta e qual a situação que deixou ele decepcionado?

 5. No trecho “- Quem és tu? – Perguntou o principezinho. – Tu és bem bonita…”, a linguagem utilizada é

a (   )  informal com a utilização de termos coloquiais.

b (   )  muito rebuscada e com sentido incompreensível.

c (   )  culta e de difícil entendimento. 

d (   )  mais formal, pouco empregada no nosso cotidiano.

  6. Leia o trecho e marque a alternativa que corresponde com a classificação do tempo e pessoa verbal. Para facilitar a compreensão, circule os verbos e pronomes.

“- Tu não és daqui! – Que procuras?

a (   ) Os verbos (és, procuras) estão no tempo pretérito e o pronome tu refere-se à terceira pessoa.

b (   ) Os verbos (és, procuras) estão no tempo futuro e o pronome tu refere-se à segunda pessoa.

c (   ) Os verbos (és, procuras) estão no tempo presente e o pronome tu refere-se à terceira pessoa.

d (   ) Os verbos (és, procuras) estão no tempo presente e o pronome tu refere-se à segunda pessoa.

7. REESCREVA a frase abaixo, eliminado a repetição do mesmo substantivo.

O Pequeno Príncipe atravessou o deserto e o Pequeno Príncipe encontrou apenas uma flor.

8.  Reescreva o trecho a seguir empregando uma linguagem mais informal.

“Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de ti. (…)”

9. No diálogo do príncipe com a raposa, é possível compreender, através de várias metáforas, que existe uma crítica sobre o comportamento humano? Qual é esse comportamento?

10.  Leia o trecho, “Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos…”

Qual é a figura de linguagem que expressa exagero? Isso é observado no trecho do romance? Explique.

 Leia um fragmento de conto

A Cidade Cinzenta

Existia um homem comum e cinzento que morava em uma cidade cinzenta. Ele usava um terno cinza e fazia as mesmas coisas: ia de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Nunca alguém havia visto esse homem dar um sorriso. Todas as pessoas que ali moravam eram assim, como aquele homem cinzento. A cidade onde viviam estava sempre nublada. Enormes nuvens cinza ficavam no céu, mostrando constantes ameaças de chuva, embora só chovesse às vezes.

Naquele mesmo dia, a caminho do trabalho, o homem cinzento encontrou um lápis de cor laranja no chão. Quando o viu, parou e ficou olhando fixamente para aquele objeto, até que finalmente decidiu pegá-lo. Com o lápis de cor laranja, desenhou um enorme sorriso em seu rosto e se sentiu diferente, muito melhor do que se sentia antes. Colocou então o lápis em seu bolso e continuou seu caminho.

Depois, ele parou embaixo de uma árvore e começou a contemplar (…)

(Conto mexicano traduzido por Janaina Spolidorio)

11. Esse fragmento tem as características de um conto porque

a (   ) apresenta apenas um protagonista e o tempo dos fatos é delimitado a um dia comum.

b (   ) apresenta protagonista e personagens secundários e o enredo apresenta diferentes desfechos.

c (   ) esse texto não apresenta personagem principal e não é possível quando os fatos ocorreram.

d (   ) apresenta a narração de um fato real e noticiado.

12. Seria eufemismo (suavização de uma mensagem chocante), se a fala sobre o homem cinzento fosse:

a (   ) Era um homem sem muitas cores.

b (   ) Era um homem com cores chocantes.

c (   ) Era um homem extremamente feio.

d (   ) Era um homem repugnante.

13. Agora é sua vez! Crie uma continuação para esta história.

O que aconteceu depois daquele momento?

Ele mudou de comportamento, como isso ocorreu?

As pessoas continuaram cinzentas também?

  • Retome as características do gênero (conto).
  • Empregue o discurso direto (diálogo entre personagens).
  • O texto deve ter no mínimo 10 linhas de continuação.
  • Compartilhe suas ideias com a turma.

Se possível, clique aqui para baixar ou imprimir a aula!