Guerra Fria – 9º ano – 5ª quinzena – 3º ciclo – AULA e IMPRESSÃO - 10/11/2020

Olá pessoal tudo bem com vocês em breve vocês vão ver Maria Clara - YouTube

Leia o texto a seguir:

GUERRA FRIA

Disputa ideológica entre União Soviética e Estados Unidos

A Guerra Fria é a denominação utilizada para se referir ao momento histórico compreendido entre o fim da Segunda Guerra Mundial (1991) e a extinção da União Soviética (1991). Esse período foi marcado por disputas ideológicas entre os Estados Unidos e a União Soviética, que polarizaram as relações internacionais.

O conflito foi uma disputa entre o capitalismo, representado pelos Estados Unidos, que patrocinou regimes ditatoriais na América Latina; e o socialismo totalitário, defendido pela União Soviética (URSS), que suprimiu a propriedade privada.

A Guerra Fria recebeu esse nome porque as disputas se deram apenas nas esferas ideológica, política, militar, tecnológica, econômica e social entre as duas potências e suas zonas de influência. Durante mais de 40 anos não houve embate direto entre as duas nações.

A União Soviética bloqueou todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim, quando a Alemanha aderiu ao Plano Marshal, se aliando aos Estados Unidos. (Foto: Wikipédia)

Durante os primeiros anos da Guerra Fria houve uma corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares. Com as duas potências com uma grande quantidade de armamento nuclear, um conflito armado direto significaria o fim dos dois países.

Devido à impossibilidade de resolver o conflito pela via tradicional, com o enfrentamento militar, as duas nações passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo.

A União Soviética e os Estados Unidos se envolveram em vários conflitos regionais. Cada um deles apoiava um dos lados da guerra, financiando os lados opostos no confronto e disputando influência político-ideológica. Assim, as duas grandes potências mostravam o seu poder de fogo e reforçavam as alianças regionais.

Durante esse período foram muitos conflitos regionais, disputas locais e as guerras civis e interestatais. No entanto, a Guerra Fria também foi marcada por conflitos maiores, tais como a Guerra da Coreia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1962-1975), Guerra do Afeganistão (1979–1989) e a crise dos mísseis em Cuba (1962).

 

Contexto da Guerra Fria

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os exércitos das duas potências vencedoras da guerra, os Estados Unidos e a União Soviética, ocuparam a Europa. O poder das duas nações era infinitamente superior ao dos demais países do mundo, de modo que rapidamente foi criado um sistema mundial polarizado, centrado nas duas grandes potências mundiais.

A União Soviética defendia a doutrina socialista, argumentando em defesa do proletariado e solução dos problemas sociais. Já os Estados Unidos, representava a economia capitalista, pregando que o sistema era a representação da democracia e da liberdade.

Os aliados de cada um dos vencedores divergiam quanto à solução para manter a segurança no pós-guerra. A busca dos ocidentais era pela criação de uma rede de segurança que, com governos democráticos, solucionassem suas diferenças de forma pacífica por meio de organizações internacionais.

Já os aliados do Oriente, devido à experiência da Rússia com invasões frequentes e a destruição sofrida na guerra, com a morte de cerca de 27 milhões de pessoas, buscavam garantir a segurança com o controle dos assuntos internos de países vizinhos.

Dessa forma, o mundo se polarizou em dois blocos, cada um deles liderados por uma das grandes potências. A Europa Ocidental, a América Central e América do Sul sob influência cultural, ideológica e econômica dos Estados Unidos, aderiram ao capitalismo. A Ásia Central, parte do Leste Asiático e Leste europeu, sob influência da União Soviética, aderiram ao socialismo.

 

Marcos da Guerra Fria

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o contraste entre o capitalismo e socialismo na política, na ideologia e nos sistemas militares se acentuou. De um lado, a União Soviética tentava implantar o sistema capitalista em outros países com o objetivo de expandir a igualdade social, baseado na economia planificada e no partido único. Em contrapartida, os Estados Unidos buscavam a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, no sistema democrático e na propriedade privada.

Capitalismo é um sistema socioeconômico seguido por vários países, onde a produção e a distribuição de riquezas são regidas pelo mercado, e os preços são determinados pela lei da oferta e da procura. O capitalismo apresentou várias fases. A sociedade capitalista divide-se em duas classes sociais básicas: a dos capitalistas e a dos assalariados, onde os capitalistas são os donos dos meios de produção e os assalariados possuem a força de trabalho. O capitalismo gera uma sociedade de consumo. As sociedades dos países capitalistas são chamadas de sociedade de consumo, onde sob a pressão intensa da propaganda e da mídia, as pessoas são induzidas ao consumo exagerado. O capitalismo tem como objetivo principal a acumulação de capital através do lucro.

O socialismo tem como base a socialização dos meios de produção, o bem comum a todos e a extinção da sociedade dividida em classes. O socialismo é um sistema político e econômico baseado na igualdade. ele propõe a distribuição igualitária de renda, extinção da propriedade privada, socialização dos meios de produção, economia planificada e, além disso, a tomada do poder por parte do proletariado. O socialismo visa uma sociedade sem classes, onde bens e propriedades passam a ser de todos. O objetivo é acabar com as grandes diferenças econômicas entre os indivíduos, ou seja, a divisão entre pobres e ricos.

Dessa forma, cada potência desenvolveu suas táticas na disputa. Entre as estratégias adotadas pelas potências, estão:

• Lançamento do Plano Marshal, pelo então presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, que oferecia empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países devastados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente;

• Criação do Comecon pela União Soviética para contestar o Plano Marshal, visando impedir seus aliados socialistas de se interessarem pelo favorecimento proposto pelo então inimigo político;

Bloqueio, pela União Soviética, de todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim, em represália à adesão da Alemanha ao Plano Marshall;

Divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental, com a criação do Muro de Berlim;

• Criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma estratégia dos Estados Unidos para manter alianças militares para que pudessem se proteger em casos de ataque;

• Assinatura do Pacto de Varsóvia entre União Soviética e aliados, que tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental para consolidar a influência soviética sobre os países da Europa Oriental. Foi o principal instrumento contra a OTAN (liderada pelos Estados Unidos).

Fizeram parte do acordo da Otan, países aliados dos Estados Unidos, tais como: Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. Em relação ao Pacto de Varsóvia, fizeram parte, além da União Soviética, países como Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coreia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia.

Fora desse processo estavam os chamados países não alinhados. Eles se mantiveram de fora do conflito durante a Guerra Fria, não aderindo aos blocos pró-União Soviética nem pró- Estados Unidos, formando assim um “terceiro bloco” de países neutros: o Movimento Não Alinhado.  

Presidente dos EUA, Ronald Reagan e secretário-geral da URSS assinam Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, em 1987. (Foto: Wikipedia)

Consequência da Guerra Fria

A Guerra Fria trouxe algumas consequências para todo o mundo. Durante o período, alguns episódios mudaram o estilo de vida dos cidadãos, tais como:

• Aumento da produção de armamento nuclear;

• Desenvolvimento de redes de espionagem;

• Desenvolvimento da corrida espacial;

• Formação de alianças militares;

•  Divisão da Alemanha em Ocidental (capitalista) e oriental (socialista), através do Muro de Berlim.

 

Fim da Guerra Fria

A crise do socialismo na década de 1980, causada pela falta de democracia, pelo atraso econômico e pela crise nas repúblicas soviéticas, começou a dar sinais do fim da Guerra Fria. Com reformas econômicas, os acordos com os EUA e as mudanças políticas, o sistema foi cada vez se enfraquecendo.

Com a aceleração do fim do socialismo na União Soviética e nos países aliados, promovida pelo então presidente Gorbachev, terminou um período de embates políticos, ideológicos e militares de mais de 40 anos. Com a vitória do capitalismo, aos poucos, o sistema foi sendo implantado nos países socialistas.

Disponível:< https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/guerra-fria> acesso 16 de setembro de 2020.[adaptado]

 Se possível, assista este vídeo complementar:

 

ATIVIDADES

1. Guerra Fria foi o nome dado a um conflito após a Segunda Guerra Mundial (1945) envolvendo dois países que adotavam sistemas político-econômicos opostos: capitalismo e socialismo. Os dois países protagonistas da Guerra Fria são

a) (  ) Estados Unidos e Japão.

b) (  ) Inglaterra e União Soviética.

c) (  ) União Soviética e Itália.

d) (  ) Estados Unidos e União Soviética.

Disponível:< https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-geografia/exercicios-sobre-guerra-fria.htm#questao-1> acesso 16 de setembro de 2020.[adaptado]

 

2. A Guerra Fria trouxe algumas consequências para todo o mundo. Discorra as principais consequências deixadas pela Guerra Fria.

 

3. O Pacto de Varsóvia, criado em 1955 e extinto em 1991, teve como principal objetivo

a) (  ) Reunir os países socialistas como a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental contra a OTAN.

b) (  ) Consolidar a influência soviética sobre os países da Europa Oriental.

c) (  ) Conter a influência soviética sobre os países da Europa Oriental.

d) (  ) Consolidar a influência socialista na Europa Ocidental.

Disponível:<https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-geografia/exercicios-sobre-guerra-fria.htm#questao-4> acesso 16 de setembro de 2020.[adaptada]

 

4. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o contraste entre o capitalismo e socialismo na política, na ideologia e nos sistemas militares se acentuou. De um lado os Estados Unidos defendiam a propagação do capitalismo e de outro lado a União Soviética defendia estrategicamente o socialismo. Com base nos seus estudos e conhecimentos adquiridos desenvolva um pequeno texto explicando quais as principais diferenças entre o Capitalismo e Socialismo.

As ditaduras na América Latina se estabeleceram no período em que a ordem internacional sofria pelos enfrentamentos da Guerra Fria. Para saber mais sobre as ditaduras na América Latina leia o texto a seguir:

Ditaduras latino-americanas

No século XX, uma série de ditaduras, sobretudo militares, desenvolveram-se na América Latina. Diferentes países do Caribe, América Central e América do Sul tiveram experiências ditatoriais marcadas pelo terrorismo de Estado, quando o próprio Estado promove ações de terrorismo contra a sociedade.

Essas ditaduras foram fortemente influenciadas pelos Estados Unidos, que encontraram nesse caminho uma forma de manter o continente americano sob a sua influência e evitar que a experiência cubana se repetisse em outros locais. Um dos primeiros golpes a serem apoiados pelos norte-americanos foi o que aconteceu no Brasil, em 1964.

Existem semelhanças entre as ditaduras militares brasileira (1964-1985), argentina (1976 1983), uruguaia (1973-1985) e chilena (1973-1990). São semelhantes porque combateram um inimigo comum, os grupos esquerdistas, recorreram a métodos violentos de repressão, perseguição a população que se opunham as ideologias do governo.

 

Ditaduras latino-americanas

Imagem: De 1954 a 1989, o Paraguai foi governado pelo ditador Alfredo Stroessner, responsável pela violação dos Direitos Humanos de 20 mil pessoas.

O caso do Brasil é muito simbólico porque se trata do maior país e do mais populoso da América Latina, portanto, do ponto de vista estratégico norte-americano, era fundamental que o avanço de pautas progressistas fosse barrado e que o alinhamento da política brasileira com os interesses conservadores dos Estados Unidos se estabelecesse.

Nesse momento, algumas ditaduras pela América Latina já estavam em vigor, mas, a partir do golpe no Brasil, iniciou-se uma fase em que as ditaduras militares ganharam todo o cone sul do continente. Elas ficaram marcadas pela prática do terrorismo de Estado. Dentro dessa ideia, considera-se os sequestros de cidadãos, o uso da tortura, os atentados à bomba e o desaparecimento de cadáveres — práticas executadas contra os opositores e que resultaram na morte de milhares de pessoas.

As ditaduras latino-americanas tinham como alvo principal acabar com o comunismo. Assim, qualquer oposição era taxada de esquerda. A repressão costumava ser implacável e incluía sequestros, torturas e assassinatos. São características que as ditaduras latino-americanas tiveram em comum: autoritarismo, censura aos meios de comunicação e às artes e a violenta repressão que deixou milhares de opositores mortos e desaparecidos. As ditaduras militares latino-americanas, no contexto da Guerra Fria, estavam claramente alinhadas ao Bloco Capitalista, liderado pelos Estados Unidos.

Na década de 1950, um país sul-americano já estava em ditadura: o Paraguai. A ditadura civil-militar paraguaia estendeu-se de 1954 a 1989, sendo governada durante todo esse período pelo general Alfredo Stroessner. A ditadura de Stroessner instaurou-se por um golpe contra o presidente constitucional do país, Federico Chaves.

A consolidação da ditadura de Stroessner contou com o apoio direto dos Estados Unidos, que forneceram ajuda econômica ao novo governo paraguaio. Ao longo de 35 anos de regime militar, estima-se que cerca de 20 mil pessoas foram vítimas de violações de Direitos Humanos. Os casos mais conhecidos são os de garotas sequestradas por agentes do governo para serem estupradas por Stroessner.

Com a consolidação da ditadura no Paraguai e o golpe civil-militar no Brasil, outras ditaduras criaram-se pela América. Na década de 1960, Bolívia, Peru e Argentina caíram nas mãos dos militares; na década de 1970, foi a vez de Chile, Uruguai e novamente a Argentina. Todos esses regimes fizeram uso de práticas como a tortura.

Nas décadas de 1970 e 1980, houve uma grande articulação de seis nações sul-americanas para ampliar-se o combate a opositores e “subversivos” por todo o cone sul. Essa articulação recebeu o nome de Operação Condor e contou com o envolvimento de Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Bolívia, Uruguai, sendo também apoiada pelos Estados Unidos.

No restante da América Latina, ainda existiram ditaduras civis e militares na República Dominicana, Haiti, Panamá, Nicarágua, Honduras, El Salvador e Guatemala. Vejamos agora dois exemplos delas: a chilena e a argentina.

 

Ditadura chilena

Imagem: Homenagem às vítimas da ditadura chilena no Museu da Memória e dos Direitos Humanos, em Santiago, capital do Chile.[2]

 A ditadura chilena estendeu-se de 1973 até 1990, sendo governada durante todo esse período por Augusto Pinochet. A construção da ditadura chilena ocorreu como estratégia para derrubar o governo de Salvador Allende, o primeiro socialista eleito por voto popular na América do Sul. Ele foi o vencedor da eleição presidencial de 1970 estando à frente de uma coalizão de partidos de esquerda conhecida como Unidade Popular.

No Chile, em setembro de 1973, um golpe militar chefiado pelo General Augusto Pinochet derrubou o Governo do Presidente socialista Salvador Allende.

A vitória de Allende imediatamente chamou a atenção do governo norte-americano, temeroso de que a vitória de um socialista no Chile pudesse arrastar outros países da América do Sul nesse caminho. O escritor Elio Gaspari demonstrou a preocupação dos Estados Unidos por meio de uma fala do presidente Richard Nixon em 1970:

Se o Chile for na direção que estamos prevendo e sair incólume […] encorajará os outros latino-americanos que estão em cima do muro. […] Se deixarmos que os líderes potenciais da América do Sul pensem que podem ir na direção em que vai o Chile, mantendo relações normais conosco, teremos problemas. Eu quero trabalhar nisso, e nas relações militares — botando dinheiro|1|.

A partir de então, a ação secreta dos Estados Unidos criou um cenário para a desestabilização política e econômica do governo chileno e fomentou um golpe militar. Em 11 de setembro de 1973, militares cercaram e bombardearam o Palácio La Moneda, centro do poder no Chile. O presidente Allende resistiu ao golpe e, para não ser preso, cometeu suicídio.

A ditadura chilena foi uma das mais agressivas de toda a América Latina e responsável por cerca de 40 mil casos de tortura em 17 anos de regime. Locais como o Estádio Nacional, principal estádio de futebol de Santiago, foram transformados em prisão e local de tortura. Heraldo Muñoz, político chileno, afirmou que, desde o primeiro dia da ditadura, Pinochet autorizou a perseguição de marxistas, defensores de Allende, opositores dos militares etc.

Um dos casos significativos do modo de operação da ditadura chilena deu-se conta a estudante Lumi Videla. Ela foi presa pelo Dina, o serviço de inteligência da ditadura chilena, em 1974, por ser membro de um grupo de esquerda revolucionária. Lumi Videla foi torturada até a morte (assim como seu marido) e seu corpo foi lançado no interior da embaixada italiana, local que dava abrigo a pessoas perseguidas pela ditadura. No dia seguinte, 4 de novembro de 1974, o governo chileno acusou a embaixada italiana de ter provocado a morte de Lumi Videla em uma orgia|3|.

A partir da década de 1980, a ditadura chilena começou a enfraquecer-se porque o apoio dos Estados Unidos foi retirado devido à grande quantidade de violações dos Direitos Humanos realizadas pelo governo de Pinochet. Em 1988, sob os olhos vigilantes de representantes internacionais, foi realizado um plebiscito para decidir a permanência de Pinochet no poder.

O resultado desse plebiscito mostrou que 56% da população chilena desejava o fim da ditadura. Ele abandonou o poder em 1990, mas seguiu como figura influente na política chilena durante toda aquela década. Além das violações dos Direitos Humanos, o ditador chileno também ficou conhecido por enriquecer-se via tráfico internacional de cocaína.

 

Ditadura argentina

Até hoje, grupos da sociedade argentina realizam ações em homenagem aos mortos da sua ditadura. [imagem]

O século XX foi de crise crônica para a Argentina e marcado por diferentes golpes de Estado. Em 1966, a Argentina tinha passado por um golpe que instaurou uma ditadura militar que se estendeu até 1973 e se encerrou com a ascensão de Perón ao poder. O retorno do peronismo, no entanto, foi curto, e logo os militares retomaram o poder do país com outro golpe, em 24 de março de 1976.

Todo esse período que incorporou as décadas de 1960 e 1970 foi marcado por convulsão social em resposta ao autoritarismo e à crise econômica. A crise do regime peronista (1973-1976) intensificou-se a partir de 1975 e levou grandes empresários, direitistas e militares a unirem-se para organizar um novo golpe.

Com a vitória desse golpe, foi formado o Processo de Reorganização Nacional, nome que os militares deram à ditadura que existiu de 1976 a 1983. A ditadura argentina era administrada por uma junta militar que escolheu Jorge Rafael Videla como presidente do país. O que se viu nesse país em sete anos foi uma perseguição política sem precedentes.

Líderes de grupos políticos de oposição, de movimentos sociais e revolucionários, assim como sindicalistas, sacerdotes, intelectuais e advogados que defendiam os Direitos Humanos, entre outros, foram sistematicamente perseguidos. O sequestro, a tortura física e psicológica e o desaparecimento de cadáveres foram práticas da ditadura argentina.

Estima-se que, nos seus sete anos de duração, cerca de 30 mil pessoas tenham sido mortas pelo terrorismo promovido pelo Estado|4|. A sociedade foi silenciada pelo terror. No âmbito econômico, a ditadura argentina, assim como a brasileira e chilena, contribuiu para o empobrecimento da população e para o aumento da concentração de renda. Na década de 1980, a ditadura argentina procurou recuperar as Malvinas, ocupadas pelos britânicos desde o século XIX. A Guerra das Malvinas foi um grande fracasso, e a derrota, junto aos problemas econômicos, debilitou os militares, que acabaram entregando o poder, em 1983, para Raúl Alfonsín, eleito presidente naquele ano.

A Operação Condor ou Plano Condor foi um sistema de troca de informações e prisioneiros entre as ditaduras de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Esta aliança foi estabelecida formalmente em 25 de novembro de 1975, mas já funcionava desde a década de 60. O plano Condor contou com apoio logístico dos Estados Unidos e seu objetivo era controlar os opositores das ditaduras no Cone Sul. A Operação Condor foi um acordo que os governos ditatoriais latino-americanos fizeram para reprimir os “subversivos”, principalmente por meio de troca de informações e envio de prisioneiros que fugiam de um país para outro. As ditaduras latino-americanas tinham como alvo principal acabar com o comunismo. Assim, qualquer oposição era taxada de esquerda. A repressão costumava ser implacável e incluía sequestros, torturas e assassinatos.

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/militar.htm#:~:text=No%20s%C3%A9culo%20XX%2C%20uma%20s%C3%A9rie,de%20terrorismo%20contra%20a%20sociedade.> acesso 17 de setembro de 2020. [adaptado]

 

Se possível, assista este vídeo complementar:

5- Existem semelhanças entre as ditaduras militares brasileira (1964-1985), argentina (1976 1983), uruguaia (1973-1985) e chilena (1973-1990). São semelhantes porque

a) (  ) receberam amplo apoio internacional tanto dos Estados Unidos quanto da Europa Ocidental.

b) (  ) combateram um inimigo comum, os grupos esquerdistas, recorrendo a métodos violentos.

c) (  ) tiveram forte sustentação social interna, especialmente dos partidos políticos organizados.

d) (  ) apoiaram-se em ideias populistas para justificar a manutenção da ordem.

Disponível: https://www.infoescola.com/historia/governos-militares/exercicios/ acesso 17 de setembro de 2020. [adaptada]

 

6. No século XX, uma série de ditaduras, sobretudo militares, desenvolveram-se na América Latina. Sobre as ditaduras militares latino-americanas, marque (V) se a alternativa for verdadeira e (F) se for falsa/fake:

a) (   ) No Chile, em setembro de 1973, um golpe militar chefiado pelo General Augusto Pinochet derrubou o Governo do Presidente socialista Salvador Allende.

b) (   ) São características que as ditaduras latino-americanas tiveram em comum: autoritarismo, censura aos meios de comunicação e às artes e a violenta repressão que deixou milhares de opositores mortos e desaparecidos.

c) (   ) No contexto da Guerra Fria, as ditaduras militares latino-americanas, estavam claramente alinhadas ao Bloco Capitalista, liderado pela União Soviética.

d) (  ) A Operação Condor foi um acordo que os governos ditatoriais latino-americanos fizeram para reprimir os “subversivos”, principalmente por meio de troca de informações e envio de prisioneiros que fugiam de um país para outro

Disponível:< https://app.estuda.com/questoes/?id=1370526> acesso 17 de setembro de 2020. [adaptado]

 

7. A Operação Condor está diretamente vinculada às experiências históricas das ditaduras civil-militares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980. Defina com suas palavras o que foi a Operação Condor e qual sua relevância para as ditaduras latino-americanas.

Se você quiser, você pode imprimir essa aula.

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