O colonialismo na África – Atividade 9 - 20/05/2021

Colonização da África

A colonização da África pelos europeus remonta ao século XV, quando Portugal dominou os primeiros territórios na costa atlântica do continente. Na busca por uma rota para as Índias, os portugueses encontraram ali grande oportunidade de atender a seus anseios mercantilistas. Após os primeiros contatos, nem sempre amigáveis, com aldeias e reinos africanos, os lusitanos passaram a instalar feitorias no litoral. A partir delas, podiam-se explorar metais preciosos, marfim e produtos agrícolas.

No entanto, foi a mão de obra escrava o carro-chefe da economia portuguesa na África. O tráfico negreiro contava com a participação das elites locais, que trocavam cativos por mercadorias trazidas pelos europeus, como tabaco, aguardente e diversos produtos manufaturados. A princípio, os cativos eram levados para as plantações de açúcar existentes nas ilhas do norte do continente e, em menor escala, para Portugal. A partir do século XVI, porém, o Brasil passou a ser o principal mercado consumidor de escravos.

https://www.coladaweb.com/geografia/regioes-da-africa

A intensa exploração da mão de obra desarticulou as economias de vários povos africanos. As rotas comerciais que cortavam o Saara começaram a escassear, pois produtos e escravos tinham outro destino: atender os europeus estabelecidos na costa atlântica. Além disso, alguns grupos tribais se especializaram na busca e captura de cativos, o que não era muito comum anteriormente.

É importante salientar, porém, que a colonização africana se limitou praticamente ao litoral até o final do século XVIII. A situação só começou a mudar no início do século XIX com a gradual conquista da independência das colônias americanas e com a Revolução Industrial. Buscando novas fontes de lucro, grandes empresários europeus, associados às políticas de seus Estados nacionais, passaram a se interessar por aquele continente pouco conhecido.

Desde o final do século XVII surgiram inúmeras expedições de missionários e exploradores em direção ao interior da África. Além disso, grupos de missionários passaram a atuar no continente com o objetivo de converter povos, difundindo o cristianismo. Acrescente-se a isso a ação de exploradores movidos com frequência pelo espírito aventureiro e comercial. Essas expedições serviram para verificar, cada uma à sua maneira, as potencialidades comerciais das várias regiões.

Acabaram também por contribuir para uma corrida entre os países europeus que disputavam domínios e definiam políticas de ocupação efetiva do interior do território africano. A esse processo exploratório capitalista os historiadores denominam imperialismo ou neocolonialismo.

Disponível em: https://www.coladaweb.com/historia/colonizacao-da-africa acesso em: 11 de maio de 2021.

  1. A colonização da África pelos europeus remonta ao século XV, quando Portugal dominou os primeiros territórios na costa atlântica do continente. Como se deu o início desse processo de colonização da África pelos portugueses?

2. A mão de obra escrava era o carro-chefe da economia portuguesa na África. Explique com suas palavras como se dava o tráfico negreiro entre os portugueses e os africanos.

3. A intensa exploração da mão de obra desarticulou as economias de vários povos africanos. Quais foram os principais fatores que contribuíram para isso?

4. Além dos fatores econômicos existia outros interesses na colonização da África. Que interesses eram esses?

A partilha da África

A partilha da África ocorreu de forma gradual a partir do início do século XIX. Como era de se esperar, surgiram ao longo do tempo diversas rivalidades entre os europeus. Na costa ocidental da África, por exemplo, a disputa foi acirrada, sobretudo entre ingleses e franceses. Nesse processo, era comum que os europeus procurassem estabelecer tratados com algumas aldeias. Em geral, estabeleciam proteção a um grupo tribal contra os seus inimigos ou então prometiam melhorias estruturais na região. Em troca, os grupos “ofereciam” trabalho, escravos e artigos diversos produzidos ou explorados por eles.

Com frequência, diferentes nações europeias apoiavam tribos inimigas. Dessa forma, associavam suas próprias rivalidades às disputas intertribais. Assim, os conflitos entre os países europeus aumentaram durante o século XIX, assim como aqueles entre as aldeias africanas. Colocados no fogo cruzado de guerras, os africanos também participavam das disputas sem entender porque estavam lutando.

Para aplacar os conflitos por territórios, os países interessados se reuniram na Conferência de Berlim. Realizada nos anos de 1884 e 1885, a reunião tinha como objetivo estabelecer acordos entre as nações imperialistas a fim de regulamentar a ocupação da África. Os países signatários foram: França, Grã-Bretanha, Portugal, Alemanha, Bélgica, Itália, Espanha, Áustria-Hungria, Países Baixos (Holanda), Dinamarca, Rússia, Suécia, Noruega, Turquia e Estados Unidos.

A Conferência acabou por desenhar as fronteiras da África segundo os interesses das potências imperialistas, não respeitando a configuração geopolítica preexistente, o que colocou tribos rivais sob uma mesma administração. Etnias também foram separadas pelas fronteiras criadas em 1885. Como veremos, isso criou enormes problemas posteriormente.

No entanto, as disposições da reunião não foram suficientes para acabar com as disputas. Mesmo após a Conferência, existiram diversos momentos tensos nos quais as potências quase se enfrentaram frontalmente. Foi o caso, por exemplo, das crises entre Alemanha e França pelo controle de Marrocos no início do século XX. Ao final, as rivalidades imperialistas acabaram sendo um dos principais fatores desencadeantes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Disponível em: https://www.coladaweb.com/historia/colonizacao-da-africa acesso em: 11 de maio de 2021

5. Alguns países exigiram participação da partilha da África na conferência de Berlim. Observe a imagem a seguir e escreva alguns deles nos balões.

Disponível em: http://projetonovaafrica.blogspot.com/2015/06/imperialismo.html acesso em: 11 de maio de 2021.

6. A partilha da África ocorreu de forma gradual a partir do início do século XIX. Sobre o processo de partilha da África assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

a) (   ) Na costa ocidental da África a disputa foi acirrada,  entre ingleses e franceses.

b) (   ) Os europeus procuravam estabelecer tratados com algumas aldeias e prometiam melhorias estruturais na região.

c) (   ) Para aplacar os conflitos por territórios, os países interessados se reuniram na Conferência de Berlim.

d) (  ) Ao final, as rivalidades imperialistas acabaram sendo um dos principais fatores desencadeantes da Primeira Guerra Mundial

e) (   ) A Conferência acabou por desenhar as fronteiras da África segundo os interesses dos africanos.

Os sistemas coloniais

As colônias africanas eram vistas como fontes de recursos fundamentais para a economia europeia. Elas estavam submetidas a diversos mecanismos de exploração, podendo-se citar, em primeiro lugar, as formas de trabalho compulsório. Apesar do discurso antiescravista de diversos países, o que se viu durante a dominação europeia foram formas de exploração do trabalho bastante similares à escravidão.

Em segundo lugar, era comum o confisco de terras por meio de guerras e desapropriações. Aproveitando-se do fato de muitas aldeias não possuírem registros de seu território, latifundiários e autoridades coloniais avançaram sobre regiões ocupadas há centenas de anos pelos africanos. Além disso, as autoridades metropolitanas cobravam impostos pesados, pagos em dinheiro ou mesmo com trabalho. Parte dessa renda era usada em forma de subsídio para estimular outros europeus a se estabelecer na África praticando a agricultura, o comércio oferecendo serviços diversos.

De modo geral, os colonizadores buscaram impor sua cultura (a “civilização”) aos povos da África. Assim, a educação formal era, na maioria das vezes, oferecida apenas na língua do colonizador. Os conteúdos eram a cultura, a religião e os costumes europeus. Existiram também algumas tentativas de ensinar valores europeus a partir da língua e dos costumes africanos, trazendo-os gradualmente à “civilização”. Neste caso, as aulas eram feitas inicialmente nas línguas nativas.

Nem sempre os povos africanos receberam os colonizadores de forma pacífica. Se algumas colônias se formaram sem grandes conflitos, não se pode pensar que isso ocorreu em todos os casos. Havia pequenas formas de resistência cotidiana como trabalho lento e malfeito, fugas para a mata e destruição de ferramentas. também deve ser mencionado o banditismo social. Nas áreas rurais, havia grupos que saqueavam armazéns e protegiam a população da polícia colonial.

Existiram ainda formas de resistência cultural. É o caso, por exemplo, das manifestações teatrais dos povos Oyó, que habitavam a atual Nigéria. Entre eles, o teatro tinha função religiosa. No entanto, as encenações foram proibidas pelos Peuhls, povo islamizado, e pelos europeus cristãos. O esforço para manter as antigas formas de teatro foi uma forma de resistência desse povo contra a cultura trazida por estrangeiros.

Disponível em: https://www.coladaweb.com/historia/colonizacao-da-africa acesso em: 11 de maio de 2021

7. As colônias africanas eram vistas como fontes de recursos fundamentais para a economia europeia. Elas estavam submetidas a diversos mecanismos de exploração, podendo-se citar, em primeiro lugar, as formas de trabalho

a) (   ) assalariado

b) (   ) servil

c) (   ) compulsório

d) (   ) infantil

8. Preencha a lacuna de forma que a citação fique correta.

“Em segundo lugar, era comum o _______________________ por meio de guerras e desapropriações. Aproveitando-se do fato de muitas aldeias não possuírem registros de seu território, latifundiários e autoridades coloniais avançaram sobre regiões ocupadas há centenas de anos pelos africanos”.

9. A colonização africana nem sempre foi passiva, com base no texto descreva como aconteceu os processos de resistências.

O processo de descolonização

No século XX, após décadas de domínio europeu, surgiu em vários países da África uma nova elite. Eram pessoas que, embora fossem filhos dos antigos chefes tribais, tinham estudado em universidades do Velho Mundo. Juntaram-se a ela comerciantes, funcionários públicos e outras pessoas de classes média e alta que, de modo geral, aspiravam ao modo de vida europeu. Foi essa minoria urbana relativamente europeizada que deu início aos movimentos de independência.

Os movimentos de independência da primeira metade do século XX, de modo geral, tiveram pouco sucesso. Após a segunda Guerra Mundial (1939-45), porém, surgiram condições mais propícias para as lutas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1948, garantiu aos povos do mundo o direito à autodeterminação. Além disso, era clara a contradição existente, pois os mesmos países que tinham feito a guerra em nome da liberdade e ainda mantinham domínios coloniais.

Muito das ideias, questões de ordem econômica e geopolítica também foram fundamentais. Após o conflito mundial, as potências europeias perderam boa parte do seu poder econômico e se endividaram. Para piorar, o surgimento das lutas emancipacionistas nas colônias fez com que elas tivessem um aumento exorbitante de gastos para a manutenção da ordem. A resistência africana tornou-se tão forte em alguns lugares que começou a sugar os recursos econômicos e militares das metrópoles.

A conquista da independência, porém, nem sempre ocorreu de maneira violenta. Dependendo do local, algumas metrópoles preferiram conceder progressivamente liberdade às colônias até que elas se tornassem nações soberanas. Essa tática com frequência visava à manutenção da dominação econômica sobre as regiões.

As duas nações que mais possessões tiveram na África foram a França e a Inglaterra. Pode-se dizer que, de modo geral, a França optou por ter uma administração mais rígida e violenta. No processo de descolonização, a Inglaterra escolheu, em boa parte das colônias, garantir a independência de forma pacífica, embora no Quênia, por exemplo, tenham existido muitos conflitos.

Com a França foi diferente. A descolonização da Argélia, por exemplo, ocorreu após sangrentos conflitos, que resultaram na morte de mais de 2 milhões de pessoas. Também foi bastante violento o processo de descolonização do Congo Belga, que culminou com a criação do Congo, posteriormente rebatizado de Zaire, em 1960.

A última metrópole a deixar suas principais colônias foi Portugal. A ditadura implementada por Antônio de Oliveira Salazar, entre 1932 e 1968, levou o país a exercer intenso controle sobre regiões como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Apenas em 1974, a Revolução dos Cravos levou à deposição das últimas autoridades salazaristas. Durante o processo de transição democrática, o país concedeu liberdade às colônias com quem travava guerra desde 1961. Com esse gesto, os portugueses esperavam estancar os enormes déficits provocados pelas guerras coloniais, que tinham levado o país a se tornar um dos mais pobres da Europa.

Disponível em: https://www.coladaweb.com/historia/colonizacao-da-africa acesso em: 11 de maio de 2021.

10. Descreva como se deu o processo de descolonização da África com destaque para que tipo de classe social e pessoas participaram do movimento de independência, quais organizações asseguravam esses direitos.

Se for possível, clique aqui para baixar ou imprimir a aula.