ATIVIDADE 13 – Resistências indígenas, invasões e expansão na América portuguesa - 16/08/2021

ATIVIDADES


Leia o trecho do texto de um livro didático a seguir:

Na época dos descobrimentos havia cerca de 5 milhões de indígenas espalhados pelo país. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram uma população indígena que habitava o litoral. Os índios que Cabral encontrou na Bahia pertenciam ao grupo linguístico tupi. Num primeiro momento, os contatos entre índios e brancos foram razoavelmente cordiais e marcados pelo escambo, ou seja, a troca de produtos. O trabalho de derrubar o pau-brasil e preparar a madeira para embarque eram feitos pelos indígenas, em troca de roupas, colares, espelhos, facas, serras e machados. Quando o português implantou um sistema colonial e pretendeu transformar o índio em escravo agrícola, segregou-os nos engenhos e privou-os da caça, da pesca e da luta contra os inimigos. Assim, instalou-se uma guerra entre brancos e índios.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/indios-brasileiros/ Acesso em: 23 de jun. de 2021.

Agora Leia este resumo de um artigo científico:

RESISTÊNCIA INDÍGENA

A ideia de que os indígenas do Brasil no período colonial desapareceram e/ou perderam sua identidade, baseada na História tradicional, é debatida e combatida na historiografia recente. Os nativos não podem ser reduzidos a meras vítimas da conquista, isso exclui a ideia de que os próprios tomavam a iniciativa para resistir em uma luta pela sobrevivência. Eles jamais aceitaram, sem resistência, a dominação do europeu. Os índios não agiam tão somente em defesa própria, eles repetidamente iniciavam ataques em territórios recentemente ocupados e, em alguns casos, até em territórios já considerados firmemente controlados pelo poder colonial.
A resistência indígena se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, pela colaboração com o europeu, bem como pelo suicídio quando presos. A resistência intensificava-se, sobretudo, a partir da penetração do conquistador no interior do país pela busca de metais preciosos ou na expansão das fazendas, onde estes faziam, na maioria das vezes, o uso da violência.
O domínio religioso imposto pelos portugueses tornava os nativos “submissos” ou aparentemente dóceis à dominação. Na visão dos primeiros portugueses, os índios não possuíam nenhuma religiosidade. No entanto, religiosidade e crenças míticas faziam parte da vida indígena, e uma das principais tarefas dos portugueses seria a de trazer estes índios para a verdadeira fé cristã, e que costumes como a poligamia, a antropofagia, o andar sem roupas, as bebidas, etc., fossem extintos.
A Confederação dos Cariris foi um movimento de resistência da nação Cariri (ou Kiriri) à dominação portuguesa, ocorrido entre 1683 e 1713, que envolveu nativos principalmente do Ceará e algumas tribos de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Ela iniciou-se em resposta ao avanço de sesmeiros que invadiram as terras ocupadas pelos indígenas e provocaram vários conflitos. A revolta começou na região norte-rio-grandense do Açu, com ataques contra vilas e fazendas resultando em mortes e destruição. A pedido do governo-geral do Brasil, bandeirantes de São Paulo e de São Vicente foram requisitados para acabar com o motim. A presença dos bandeirantes não acabou com a revolta, ao contrário, disseminou-a para outras regiões e provocou a entrada de outras nações: os Anacés, Jaguaribaras, Acriús, Canindés, Jenipapos, Tremembés e dos Baiacus.

Após anos de luta, entrou em ação o regimento de ordenanças do coronel João de Barros Braga, que fora avassalador. Composta de homens conhecedores do terreno e do modo de guerrear indígena fora promovida uma expedição guerreira em 1713 que subiu pelo vale do Jaguaribe ao do Cariri, até os confins piauienses, exterminando todos os indígenas pelo caminho não importando sexo ou idade. Assim terminou a Confederação dos Cariris, apontada nos livros de História tradicionais como a “Guerra dos Bárbaros”.
Os índios Goitacás por duas vezes destruíram a povoação e os engenhos de açúcar construídos em seu território. Os Tamoio ou Tupinambá, da família Tupi, grandes guerreiros que ocupavam a região do Rio de Janeiro até Ubatuba, formaram a Confederação dos Tamoios que aliada aos franceses durante dez anos (1555-1565) ameaçaram o povoamento português das capitanias do sul.
A superioridade militar dos europeus e a dificuldade dos indígenas de se unirem contra o inimigo comum, foram fatores que prejudicaram esse tipo de resistência. Os indígenas, divididos por rivalidades tribais, auxiliavam os europeus na luta contra outros indígenas. Mas nas poucas ocasiões em que conseguiram se unir, na forma de confederações, foi penoso para os europeus dominá-los.

Disponível em: http://www.leah.inhis.ufu.br/node/60 Acesso em: 23 de jun. de 2021.

Leia também a reportagem da folha “Brasil de Fato” para compreender um pouco sobre a questão da resistência indígena na atualidade:

Desde muito novos, aprendemos na escola que a invasão portuguesa do Brasil impactou a vidas dos povos originários que aqui já viviam, mas pouco sabemos sobre como as etnias que resistiram ao massacre, que teve início em 1500, vivem hoje. Em pouco mais de cinco séculos, a população indígena, que era estimada em 5 milhões na época, é agora estimada em cerca de um milhão de pessoas distribuídas em aproximadamente 250 etnias em todo território brasileiro.
Além do genocídio, o preconceito, a perseguição, o desenvolvimento predatório e a invasão dos territórios têm sido ameaças constantes denunciadas pelos indígenas. Mesmo com os problemas, os indígenas celebram o dia 19 de abril como um dia de luta e resistência contra as ameaças ao seu modo viver. “O nosso povo celebra com muita alegria, sabendo que a gente faz memória da nossa ancestralidade, dos nossos antepassados, de todos os guerreiros e guerreiras que tombaram na luta pra defender o nosso povo, para que um dia pudéssemos ter território e essa terra garantida pra vivenciar nossa cultura, identidade, costumes e tradições”, afirma Maurílio Nogueira, do povo Truká, na cidade de Cabrobó, do Sertão do São Francisco.
Muitas nações indígenas vivem no Nordeste, mais especificamente nas regiões à margem do Rio São Francisco, como a comunidade da Ilha de São Pedro, onde vive o povo Xocó, único no estado Sergipe. O território, invadido por latifundiários foi reconquistado em 1979 e hoje 117 famílias vivem no local. Os conflitos de terra com os territórios indígenas são recorrentes. O povo Xukuru da Serra Ororubá, em Pesqueira, no agreste pernambucano, também foi alvo de perseguição por empresários e fazendeiros.

Por mais que a Constituição Federal reconheça o direito à terra pelos povos originários, na prática o Estado tem falhado na titulação de terras indígenas. A nação Xukuru só teve suas terras finalmente reconhecidas pelo Estado após 16 anos e a intervenção da Corte Interamericana de Direitos Humanos, após constatar os problemas causados pela demora. Há 20 anos, o Cacique Chicão, que lutou pelo direito à demarcação das Terras, foi executado. Amanda Santos, que pertence à etnia, fala da importância da demarcação “Nós não queremos a terra para fazer negócio, queremos ela pra cuidar, plantar e fazer com que nosso povo, nossas crianças e jovens se desenvolvam para continuar a nossa luta. Nós estamos aqui acima do medo e da coragem, como dizia Cacique Chicão”.

1. Na época dos descobrimentos havia cerca de 5 milhões de indígenas espalhados pelo país. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram uma população indígena que habitava o litoral. Os índios que Cabral encontrou na Bahia pertenciam ao grupo linguístico


a) ( ) Tupi b) ( ) Tamoio c) ( ) Tupinambá d) ( ) Baiacus

2. De acordo com a visão dos europeus, num primeiro momento, os contatos entre índios e brancos foram “razoavelmente cordiais” e marcados pelo escambo, ou seja, a troca de produtos. O trabalho de derrubar o pau-brasil e preparar a madeira para embarque eram feitos pelos indígenas, em troca de roupas, colares, espelhos, facas, serras e machados. Qual foi o episódio que marcou o início ente brancos e indígenas?

3. O texto “Resistência indígena”, em uma visão de uma historiografia mais recente, menos europeizada, contrapõe essa ideia de cordialidade, uma vez que os indígenas sempre lutaram e resistiram em uma luta pela sobrevivência. Retire do texto em destaque um trecho que justifica essa afirmativa.

4. A resistência indígena intensificava-se, sobretudo, a partir da penetração do conquistador no interior do país pela busca de metais preciosos ou na expansão das fazendas, onde estes faziam, na maioria das vezes, o uso da violência. Descreva quais eram as principais formas de resistências praticadas pelos indígenas.

5. Das Alternativas a seguir assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. Em relação a religiosidade dos povos indígenas neste período da História do Brasil pode-se dizer que:


a) ( ) Os portugueses impunham o seu domínio religioso com a intenção de tornar os nativos “submissos” ou aparentemente dóceis à dominação.
b) ( ) Na visão dos primeiros portugueses, os índios já possuíam uma religiosidade, e por isso eles deveriam respeitá-la.
c) ( ) Os indígenas demonstravam a sua religiosidade por meio de crenças míticas e rituais.
d) ( ) Uma das principais tarefas dos portugueses seria a de trazer estes índios para a verdadeira fé cristã.
e) ( ) Os portugueses incentivam os indígenas com costumes como a poligamia, a antropofagia, o andar sem roupas, as bebidas, etc.

6. Procure no dicionário o significado de:


7. O texto “Resistência indígena” deixa evidente que os nativos resistiram com bravura a chegada dos europeus. Segundo o texto quais foram os fatores que prejudicaram maiores êxitos dos nativos nestas resistências?

8. Geralmente é comum as escolas comemorar o dia 19 de abril, como um momento que na maioria das vezes reproduz a visão do europeu sobre os índios. O texto da folha do “Brasil em Foco” traz essa reportagem e fala como os povos indígenas celebram o dia 19 de abril. Destaque e transcreva do texto a citação que fala dessa celebração.

9. Atualmente uma das maiores lutas dos povos nativos estão relacionadas a demarcação das terras indígenas. Nessa reportagem fala sobre os motivos e a importância das terras para os indígenas. Qual é são os interesses dos indígenas na devolução de suas terras?

10. Nesta atividade usamos três textos (trecho de um livro didático, artigo científico e reportagem), todos eles tratam das questões indígenas. Com suas palavras descreva como cada um destes textos tratam a questão destes povos nativos.

Se possível, clique aqui para baixar ou imprimir a aula.