CRÔNICAS – 3 ª Aula – Língua Portuguesa – 9 º Ano - 19/05/2020

Olá pessoal! Bem vindo para mais uma aula.

CRÔNICA

      Provavelmente você já tenha estudado o gênero textual CRÔNICAS em anos anteriores, mas como ele é um gênero muito importante, vamos agora relembrar o que foi estudado.

O que são crônicas? 

 

      As crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano e, geralmente, estão relacionadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com o passar do tempo elas perdem sua “validade”, ou seja, ficam fora do contexto. Geralmente, elas são produzidas para meios de comunicação, como, jornais, revistas, etc.  Seus temas, em geral, são ligados à vida cotidiana urbana. Embora não seja uma regra, as crônicas costumam tratar de assuntos mais leves e de um modo humorístico.

 

Elementos importantes das crônicas

 

      A linguagem da crônica costuma ser leve, marcada por coloquialidade e, não raro, cada cronista tem seu estilo próprio no uso das palavras. Os temas comuns a esse gênero são os mais variados possíveis. Qualquer assunto cotidiano pode ser motivo de crônica. Por ser um gênero nascido na cidade, é comum que tudo que ocorra no ambiente urbano passe a ser escrito em forma de crônica.  

 

Principais Caraterísticas das crônicas

 

 

   * Narrativa curta

   *Linguagem simples e coloquial

   *Poucos personagens, se houver

   *Espaço reduzido

   *Acontecimentos urbanos e cotidianos

 

 

Tipos de Crônicas

 

     Há diversos tipos de crônicas, desde as apenas narrativas, passando pelas crônicas jornalísticas até as crônicas poéticas, que flertam com o literário. Inclusive, alguns grandes escritores brasileiros, como Machado de AssisLima Barreto ou Clarice Lispector.

 

Entre os diversos tipos de crônicas existentes, podemos destacar:

 

 

    * Crônica narrativa: A crônica narrativa é aquela que contém apenas elementos da narração em sua estrutura, ou seja, que apresenta personagens, tempo, espaço e enredo. Nessas crônicas, não há longos trechos reflexivos ou argumentativos, como é comum naquelas publicadas em jornais. O assunto da crônica narrativa é, via de regra, um tema vinculado ao cotidiano das cidades.

 

     * Crônica jornalística: A crônica jornalística pode ser caracterizada como um gênero que mistura fragmentos narrativos – em geral, pequenos fatos cotidianos são contados para, em seguida, promover-se uma reflexão sobre eles – e trechos mais longos de reflexão e argumentação sobre o fato narrado. Por ser publicada em jornais, é esperado que o tema da crônica jornalística seja de interesse de um grupo social e não apenas do próprio cronista. Normalmente, os principais acontecimentos do dia ou da semana anterior são os assuntos redigidos nas crônicas jornalísticas. 

 

     * Crônica humorística: Uma das marcas das crônicas narrativas e jornalísticas é, em geral, ter um enfoque humorístico acerca das cenas e acontecimentos cotidianos. Para atingir esse grau de comédia, cada cronista adota um estilo particular – há aqueles que usam da ironia para marcar sua linguagem, há outros que abordam assuntos cômicos por natureza, ou ainda os cronistas que constroem discursos engraçados por meio de associações inusitadas. Quanto mais original e criativa, melhor será a crônica.

Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/a-cronica-.html acesso em: 04, mai. 2020. (Adaptado)

 

Para ampliar o seu conhecimento sobre crônicas, se for possível, assista ao vídeo https://www.youtube.com/watch?v=uuiJ16tl3Bo

 

Atividades para ampliação dos conhecimentos sobre o gênero em estudo

Texto 1

O labirinto dos manuais

Walcyr  Carrasco

      

         Há alguns meses troquei meu celular. Um modelo lindo, pequeno, prático. Segundo a vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”, decidi, folheando as 49 páginas. Já na primeira, tentei executar as funções. Duas horas depois, eu estava prestes a roer o aparelho. O manual tentava prever todas as possibilidades. Virou um labirinto de instruções! Trabalho sempre com um antigo exemplar da Bíblia na mesa. Examinei. O Gênesis, que descreve toda a criação do mundo, ocupa cinqüenta páginas. O manual do celular, 49!

Nas semanas seguintes, tentei abaixar o som da campainha. Só aumentava.    

       Buscava o vibracall, não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo, pensando que era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi.

    – Manual só confunde – disse didaticamente. – Dá uma de curioso.

Teclei. Dali a pouco apaguei vários endereços. Insisti. O aparelho entrou em alguma outra função para a qual não estava habilitado. Finalmente, descobri. Está no vibracall há meses! O único problema é que não consigo botar a campainha de volta!

      Muita gente pensará: “Que asno!”. Tenho argumentos para me defender. Entre meus amigos, fui o primeiro a comprar computador. Era uma tralha, que exigia códigos para tudo. Para achar o cê-cedilha, os dedos da mão tinham de dançar rock pauleira, tantas eram as teclas para apertar de uma só vez. Tinha de formatar os disquetes de memória! Aprendi tudo por mim mesmo.

      Foi a mesma coisa quando adquiri meu videocassete. Instalei e aprendi a gravar. Só sofri na hora de programar pela primeira vez. Agora não consigo mais executar uma simples programação, tantas são as complicações. Pior ainda é o DVD que grava. Com a TV por assinatura, mais os canais abertos, nunca dá certo! Soube de gente que está cobrando para botar músicas em iPod, tal o número de pessoas que naufragam nas instruções. Tenho dois amigos que sonharam com aparelhos de MP3. Cada um conseguiu o seu. Outro dia perguntei a um deles se estava aproveitando.

            – Eu ainda não tive tempo de mexer… – confessou Bob, sem jeito.

Estou de computador novo. Já veio com o Vista, a última coqueluche da Microsoft. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei um livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” – um guia prático, simples e colorido! Resolvi: “Vou seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um supercomputador se não sei usá-lo?”. Quando cheguei à página 20, minha cabeça latejava. O livro tem 342! Cada vez que olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor gastar o tempo relendo Guerra e Paz?

         Tudo foi criado para simplificar. Mas até o microondas ficou difícil. A não ser que eu queira fazer pipoca, que possui sua própria tecla. Mas não posso me alimentar só de pipoca! Ainda se emagrecesse… E o fax com secretária eletrônica? O anterior era simples. Eu apertava um botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em um, depois em outro para confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia a luzinha estava piscando. Tentei ouvir a mensagem. A secretária disparou todas, desde o início do ano!

            Eu sei que para a garotada que está aí tudo isso parece muito simples. Mas o mundo é para todos, não? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria aprender só aquilo de que tenho realmente necessidade, e não usar todas as funções. É o que a maioria das pessoas acaba fazendo!

Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/o-labirinto-dos-manuais/ Acesso: 04, mai. 2020

 

Leia o texto 1 para responder às questões de números 1 a 5.

 

1 -Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se concluir corretamente que

 

(A) (  ) a leitura de obras-primas da literatura é atividade mais produtiva do que utilizar celulares e computadores.

(B) ( ) os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr em prática são improdutivos.

(C) ( ) a vendedora foi convincente, pois o narrador comprou o celular, embora duvidasse das qualidades prometidas pelo aparelho.

(D) ( ) o manual sobre computadores, ao contrário de outros do gênero, cumpria a promessa assumida nos dizeres impressos na capa.

 

2 – Analise as afirmações sobre trechos do texto e assinale a correta.

 

(A) (  ) Em –  alguns meses, troquei meu celular. – o verbo haver indica tempo decorrido e pode ser substituído, corretamente, por Fazem.

(B) (  ) Em – Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. – o termo em destaque expressa a ideia de exclusão.

(C) (  ) Em – Virou um labirinto de instruções! – o termo em destaque foi empregado em sentido figurado, indicando confusão, incompreensibilidade.

(D) (  ) Em – Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. – o termo em destaque pode ser substituído, corretamente e sem alteração do sentido do texto, por limitada.

 

3 – No trecho “Do que adianta ter um supercomputador se não sei usá-lo?” Observe que o cronista empregou um pronome para evitar a repetição de palavras. Tendo por referência a gramática normativa, assinale a alternativa em que os pronomes substituem, corretamente, as expressões em destaque no trecho: Tentei ouvir as mensagens. A secretária eletrônica disparou todas as mensagens, desde o início do ano!

 

(A) (  ) ouvi-las … disparou-as

(B) (  ) ouvi-las … disparou-lhes

(C) (  ) ouvir-las … disparou-as

(D) (  ) ouvir-lhes … disparou-as

 

4 – Entre as características que definem uma crônica, estão presentes no texto de Walcyr Carrasco:

 

(A) a narração em 3ª pessoa e o uso expressivo da pontuação.

(B) a criação de imagens hiperbólicas e o predomínio do discurso direto.

(C) o emprego de linguagem acessível ao leitor e a abordagem de fatos do cotidiano.

(D) a existência de trechos cômicos e a narrativa restrita ao passado do autor.

 

Disponível em: http://veredasdalingua.blogspot.com/2016/02/fatec-2012-2-semestre-prova-de-lingua.html Acesso: 04, mai. 2020. (Adaptadas)

 

5- A coesão sequencial é responsável por criar as condições para a progressão textual e ocorre por meio de conjunções e articuladores textuais. Indique a relação semântica estabelecida pelo conectivo em destaque, no trecho “Tudo foi criado para simplificar. Mas até o microondas ficou difícil.”

 

( ) a expressão ”mas” marca uma sequenciação de ideias.

( ) o conectivo “mas” inicia oração que exprime ideia de contraste.

( ) o termo “mas” introduz uma generalização.

( ) o termo “mas” exprime uma justificativa.

 

6 – Considere as alternativas abaixo sobre o gênero crônica:

 

linguagemda crônica costuma ser sempre muito rebuscada, marcada pela formalidade.

As crônicas são escritas para durar pouco, tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano e, geralmente, estão relacionadas ao contexto em que são produzidas.

III. Entre as características da crônica estão: narrativa curta, linguagem simples e coloquial, poucos personagens, espaço reduzido e acontecimentos urbanos e cotidianos.

IV- Geralmente, as crônicas são produzidas somente para meios de comunicação televisivos.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) ( ) Apenas II e III.

B) ( ) Apenas II.

C) ( ) Apenas I e II.

D) ( ) Apenas III.

 

7- Sobre as crônicas jornalísticas, está correto afirmar que:

( ) é aquela que contém apenas elementos da narração em sua estrutura, ou seja, que apresenta personagens, tempo, espaço e enredo.

( ) em geral, tem um enfoque humorístico acerca das cenas e acontecimentos cotidianos.

( ) mistura fragmentos narrativos, contém fatos do cotidiano e promove-se uma reflexão sobre eles, bem como trechos de reflexão e argumentação sobre o fato narrado. 

( ) uma das marcas das crônicas narrativas e jornalísticas é, em geral, ter um enfoque humorístico acerca das cenas e acontecimentos cotidianos.

 

8 – RELATE o fato cotidiano que serviu de ponto de partida para a crônica O labirinto dos manuais (Texto 1).

Por hoje é só pessoal! Fique em casa e lave bem as mãos!


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